quarta-feira, 18 de maio de 2011

Para eu mesma no futuro…

Lembro-me que já faz tempo, eu devia ter uns... Não consigo definir a idade exata, enfim, eu era mais nova. A questão é que um belo dia entrou pela porta uma televisão ela era pequena, mas estava ali a disposição e eu fui quase possuída por ela, lembro pouco dos programas, mas mesmo hoje ainda sei algumas propagandas decoradas. Houve dias em que eu contei quantas propagadas passavam por dia na rede globo. Nada parecido com o que se tem hoje, eu acho, nunca mais tive tempo, nem saco para contar propagandas e mesmo que me propusesse a isso, assim como não lembro da minha idade, também não lembro do número exato de propagandas da época.

E na realidade nada disso tem importância relevante nesse momento, mas devo admitir que foi uma lembrança feliz, eu ri ao lembrar. Hihihi... E lembrei de mim, 17, 18 anos atrás, sei lá. Penso que esse tipo de reflexão venha devido à proximidade do fechamento de mais um ciclo. Pouco importa também, o bom é perceber que muitos dos sonhos daquela época foram lindamente alcançados, outros “esquecidos”, alguns ainda estão sendo batalhados. Perceber que o jeito de falar ainda é mesmo apesar das alterações de timbre e que todos os dias, nos é permitido sonhar e correr atrás do sonho fazendo dele realidade. Também é permitido mudar de ideia.

Meus amigos da época voltam de alguma forma para as minhas lembranças, e mesmo para minha vida, tenho curiosidade de saber como estão todos e fico feliz ao senti-los assim. Alguns dos meus grandes ídolos aos poucos se tornaram amigos queridos, cúmplices, mas não deixaram de ser absurdamente admirados. Penso na história da minha vida e apesar do muito que ainda quero, fico bem feliz com quem sou e me torno todos os dias.

Bem todo esse saudosismo foi inspirado por algo que eu adorava contar e decorar quando mais nova. – Então... Por uma propaganda.

Não Não sei nada da técnica, mas sou uma plena admiradora das propagandas comerciais (também gosto de algumas politicas, mas essas foram o berço, tinham de ser boas) (rs). Acho absolutamente genial a equipe que consegue chegar ao seu objetivo certeiramente,sem pra isso, ser exagerado, sensacionalista, nem tão pouco gritado (sempre quis saber quem estabeleceu que propaganda gritada alcança? Nossa! Terrível! Todos querem ser como o antigo garoto das Casas Bahia, sem levarem em conta que algumas coisas só funcionam pra alguns. RS)

Por fim, parabenizo a empresa como um todo, mas em especial a equipe de publicidade e marketing. A propaganda nos captura.

Agora vou escrever uma carta para mim no futuro... Experimente também! Super acredito que vai ser legal, saber o que nos escrveriamos e mais, nos ler no futuro!

sábado, 14 de maio de 2011

Boteco do Seu Noel

Eram 16:15h/min, parei o carro e descemos, de longe era possível ver uma movimentação logo na frente do centenário Theatro José de Alencar. Já eram os meninos do espetáculo “Boteco do Seu Noel” organizando a cena, para começar o samba.
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Antes de uma maior aproximação uma volta despretensiosa pela Praça que chamo carinhosamente de Praça do Zé, entre boas novidades, sorrisos e aprendizagem compartilhada,foi possível desplugar da vida real e cair no samba.
Abre-se o isopor e dali sai uma cerveja gelada. Copos cheios, sorrisos nos rostos e uma música boa demais, assim começa o espetáculo. Ali na Praça José de Alencar, vi se montar a cena, assisti sua evolução e o crescimento da roda de gente que assistia ao espetáculo.
Em cena, cinco rapazes completamente diferentes e de alguma forma padronizados. Murillo Ramos, responsável também pela direção do espetáculo é quem abre as portas do samba para nós.
O Teatro de rua, é uma das formas de fazer teatral que mais me chama atenção por sua honestidade, ali, na rua não há ingressos, cadeiras, tipos e regras, é livre e a platéia precisa ser surpreendida, fisgada e conquistada toda hora. Do contrário, ela segue seu caminho.
Costurando um texto que vai da comédia ao contexto didático, as músicas de Noel, enchem de boas energias o livre espaço. Nesse boteco todo mundo é de casa e a curta, porém absolutamente frutífera e movimentada vida de Noel nos é contada e cantada, entre festas, amizades e samba, o espetáculo vira uma grande brincadeira entre músicos atores e publico. É o teatro de rua sendo feito e explicado.
Assisti algo que venho percebendo cada vez mais escasso; alegria e diversão no fazer teatral. E teve espaço até pro “cearês”, que de alguma forma aumenta a identificação,com que por ali passa. E assim é contada a história do maior sambista brasileiro: Noel Rosa (1910-1937), que foi o grande homenageado pelo Prêmio Bravo Prime de Cultura 2010, pelo que seria seu centenário, se aqui ainda estivesse. Aos músicos, só obrigada pela alegria de suas notas, que são de Noel. È o samba na Praça, o Boteco nas Praças e com muita diversão.
Um espetáculo que definitivamente combina muito bem sexta-feira, pode muito bem ser apresentado, antes de uma enorme roda de samba, com cerveja gelada e alegria. Pois vai chegando ao fim deixando gostinho de quero mais.
Ao fim estendida no chão a roupa do malandro e seu chapéu, confetes no chão, e o vento sopra, montando uma das cenas mais poéticas do espetáculo, talvez fosse Noel em sopros do céu ao ou ouvir “Quando eu morrer, não quero choro nem velas, quero uma fita amarela, gravada com nome dela...” .
Em cartaz: "Boteco do seu noel", 27/05 na Praça José de Alencar, e dia 20/05 na Praça Murilo Borges (Ao lado do CCBNB), sempre às 17h. Grátis. Contato: (85) 3464.3178









quinta-feira, 12 de maio de 2011

ÁrIdO mOvIe

Antes de qualquer coisa, preciso deixar claro que eu simplesmente adoro cinema nacional, primeiro pela identificação, é Brasil; depois pela poesia guardada na vontade de fazer cinema. Como tenho exercitado assisti pelo menos três filmes por semana, a pedida para o dia é... Mais um nacional! Observei minhas opções e por fim decidi por “Árido Movie”. O longa metragem dirigido por Lilio Ferreira está entre os filmes que me fizeram viajar junto, embarcar em todas as suas muitas viagens.

Logo na sua primeira cena somos remetidos aos anos 80, com uma apresentação dos paleolíticos membros do conjunto Renato e seus bluecaps na cidade de Rocha, interior de Pernambuco, onde Lázaro (Paulo Cesar Pereio) se engraça com a índia Wedja (Suyane Moreira) e a leva para o hotel.Intercalando temos imagens de um homem ainda sem foco, caminhando por uma emissora de televisão. Indignado Jurandir (Luiz Carlos Vasconcelos), que não aceita que a irmã se deite com Lázaro, atira e acerta em seu peito, quando Lázaro morre surge pela primeira vez a imagem de Jonas (Guilherme Weber) com foco.

Daí vem todo desenrolara da história, o funeral de Lázaro será o pano de fundo onde toda a trama irá se apoiar. Com a morte do pai, Jonas que mora em São Paulo e trabalha como repórter do tempo de uma grande rede de TV, segue para o enterro do pai, com quem teve pouquíssimo contato. Em Recife encontra sua mãe (Renata Sorrah) e alguns amigos interpretados por Mariana Lima, Selton Mello e Gustavo Falcão.

Jonas enfrenta alguns problemas para chegar à cidade. Há uma cena no ônibus que quem já teve de encarar um buzão sabe bem como é. Mas é quando pega carona com Soledad (Giulia Gam) uma videomaker que está fazendo um documentário sobre a água no sertão é que suas reflexões aumentam.

Ao chegar em Rocha, as diferenças de realidade são gritantes. E ele écolocado como o homem que precisa vingar a morte do pai.

Os amigos de Jonas que mais parecem ter sido tirados do Har, divertem. Selton Mello nos apresenta uma pancinha, nunca antes vista e Mariana Lima segura bem o sotaque carregado de sua personagem.

As fotografias são sensacionais e o roteiro consegue abordar diversos assuntos sem deixar grandes furos na comunicação, é no geral um bom filme, como algumas maravilhosas atuações, um roteiro não linear, contando com peças que se encaixam bem ao seu tempo, deixando espaços para reflexões e sensações no espectador.

Além de ter despertado um vontade louca de sair de carro pelo sertão com a câmera na mão. Bora? hihihi

terça-feira, 10 de maio de 2011

Vamos Falar de Amor?

interrogação

Esse durante a adolescência era meu tema preferido, tudo eram palavras de amor, com cores e tons. As paixões adolescentes são repletas de magia, confiança, sonhos de amor eterno. É tão bom! Tive alguns lindos namoradinhos, disse e falei frases de amor, fui piegas, boba, feliz... Claro que eu sofri, pensei que não viveria sem aquele amor, jurei nunca mais amar, quebrei copos e pratos e fui crescendo.

Minha Vó a todo instante me mandava ter limites, limitei tanto que brequei as grandes emoções, mas não as paixões, essas ainda estavam presentes, mais deixando claro que não era pra ser, não era pra sempre, ou eu nunca quis que fossem, mas senti tudo, muito e intensamente, amei com todo meu coração e sonhei sonhos bons. Viajei por amor, comprei brigas sérias e outras bobas por amor, me rendi e me calei pó amor, partir por amor, voltei por amor, recuei por amor, fiz loucuras de e por amor, mas hoje...

Amo muito mais o mundo, amo mais os amigos e as palavras, sei mais sobre os que amo, mas quanto as paixões... O que falar sobre elas? Texto bobo, só para compartilhar meu desejo de fazer loucuras em nome do amor. Hihihihihi

Cinema Real– Osama

No atentado de 11 de setembro,lembro que eu estava em casa, estudando para pro de história da escola e quando rolou a chamada do Globo noticias, mesmo hoje sempre que a escuto preparo meu coração para uma tragédia. Enfim, naquele dia, não fui fazer prova, fiquei sentada na frente da televisão o dia todo, assisti tudo, como se fosse um filme. É verdade, assisti como se fosse um filme de guerra, fim do mundo; fiz até pipoca.

A questão é que não era um filme e quando é vida real deixa marcas. E deixar marcas nos Estados Unidos... Um país tão vaidoso, que durante muito tempo e mesmo hoje tem fãs seguindo o padrão americano. Não é despeito, apenas não entendo algumas coisas, tais como: matar outras pessoas vai devolver a vida das já mortas? Qual a real válvula motivadora desses homens deuses que destroem, matam,julgam a seu bel prazer. O que os motiva? Dinheiro? Petróleo? Território? Terrorismo? Mas... E as vidas? As histórias? Os outros? Pois existem aqueles que não estão querendo participar desse jogo de destruição.

Voltando ao filme, 10 anos depois ainda estão rodando, as chamadas continuam, usando-se agora de edição e efeitos especiais. É uma guerra, são pessoas que morrem, enquanto, alguns outros ganham algo com isso? O que vale a vida de seres humanos? E quem são os terroristas?

Com a morte de Osama Bin Laden, outras questões entram em foco, muitas são as especulações. O que conta para alguns é o fato de que depois de sua morte de Osama, o dólar subiu, Obama reassumiu seu posto de popular e segundo Robert Gates (Secretário de Defesa do EUA), tudo caminha para mudanças no jogo na campanha militar liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão. No entanto, afirma também que é muito cedo para afirmar com certeza quais serão os impactos da morte de Osama Bin Laden, sobre a guerra no Afeganistão.

Bin Laden que lutou nos anos 80 contra União Soviética, financiado pelos Estados Unidos, depois criou a Al-Qaida. No dia 11 de setembro de 2001 ficou conhecido como mandante do atentado as Torres Gêmeas e ao Pentágono. Foi morto em uma operação conduzida por uma unidade de elite do Exercito Américo, na cidade de Abbottabad, a 100 quilômetros de Islamabad, no Paquistão.

Com tudo isso me pergunto vez por outra se estou assistindo um outro tipo de filme, pois por vezes não consigo nem sentir verdade, penso que hajam muitos elementos não mostrados, muitas verdades camufladas. Por fim, daqui torço para que o melhor aconteça ao mundo e aos homens, ou melhor aos homens para ser no mundo, ou...

Considerando justa, toda e qualquer forma de amor!

Em que ano estamos? 2011? Até onde sei das fofocas da história, os homossexuais sempre existiram, fingindo ser o que não eram, compactuando com a hipocrisia, afim de, evitar maiores constrangimentos. De alguns anos para cá, o número de homossexuais aumentou, ou se revelou? A questão é que aos poucos estão conquistando seus direitos. No último dia 5 de maio, o STF (Supremo Tribunal Federal), reconheceu a união estável de homossexuais, importante salientar, por unanimidade.

O Censo contabiliza 60 mil casais gays, metade no sudeste. E quantos estão solteiros? Existem aqueles ainda com medo, o que é super natural, cada um reage ao seu tempo. Mesmo hoje ainda vemos casais infelizes que se mantem juntos, usando os filhos como justificativa (desculpa). E a instituição família? Vai continuar existindo, dentro de outro modelo. Afinal, não é possível dizer que não influi, pois certamente influirá. Se positiva ou negativamente, só o tempo dirá.

“O amor venceu!” Disse Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). E eu me pergunto: Venceu mesmo? O número de homossexuais assassinados é “absurdo”, o preconceito ainda é presente e existe indiferente de Leis Federais e por vezes inclusive se apegando as “supostas” Leis Divinas. Digo supostas, pois são o que entendemos e como não temos contato direto com Deus, então apenas podemos supor.

Viver em constante impasse sobre o preconceito é não querer aceitar a individualidade do outro e pior, não fazer o menor esforço para compreender e mesmo sem que compreendas (não me sinto no direito de exigir nada de ninguém, nesse momento), então que se aceite, sem necessáriamente entender, aceite para ser aceito, aceite por não conhecemos o futuro e os próximos passos que nós mesmos daremos nos são incógnitas.

Aceitemos, como foram aceitos e analisadas dois pedidos: que funcionários públicos homossexuais estendam benefícios a seus parceiros (governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB)), e o outro, para admitir casais gays como “entidade familiar” (Procuradoria-Geral da República (PGR)). A decisão do Supremo terá efeito vinculante, ou seja, será aplicada em outros tribunais para casos semelhantes.

Muitas questões virão a tona e alguns desenhos serão refeitos, mas é sempre bom demais ver que o ser humano esta cada vez mais forte.

Direitos semelhantes aos de pares heterossexuais, como pensões, aposentadorias e inclusão em planos de saúde. A decisão pode ainda facilitar a adoção, por exemplo.

“O reconhecimento de uniões homoafetivas encontra seu fundamento em todos os dispositivos constitucionais que tratam da dignidade humana”, afirmou o ministro Joaquim Barbosa, em uma decisão que durou menos de dez minutos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Oxi

Andando pelas ruas de Fortaleza e olhando as pessoas que vivem nela,  podemos ver muito claramente a destruição que vem sendo causada pela falta de humanidade e excesso de drogas, eis o retrato do crack. Retrato que alguns nem percebem, outros fazem de conta que não enxergam e quem tem olhos pra ver, sofre.
Ali, ou melhor, aqui na rua, em frente de casa,vez ou outra me assusto com seres humanos definhando e contrariando as regras “das antigas” de que precisava se ter dinheiro para pirar tanto, existe o crack e surge agora o Oxi. Ambas drogas de baixo custo e forte poder alucinógeno e viciante. Ambos drogas de laboratório, isso é, tem gente querendo matar gente.
O oxi, assim como o crack é um subproduto da cocaína, sendo ainda mais devastadora. A droga entrou no Brasil pelo Acre, onde segundo o blog da globo “na capital, ao redor do Rio Acre, perto de prédios públicos, no Centro da cidade, nas periferias e em bairros de classe média alta, viciados em oxi perambulam pelas ruas e afirmam: "Não tem bairro onde não se encontre a pedra"”.
Oxi, é abreviação de oxidado, uma mistura de base livre de cocaína, querosene – ou gasolina, diesel e até solução de bateria – cal e permanganato de potássio. Assim como o crack o oxi é uma pedra, sendo branca, é também  fumada no cachimbo.
Oficialmente, ainda não há sinal de ter chegado ao Ceará, o que não quer dizer que não exista e só essa possibilidade, já assusta. 
Nessa hora me pergunto a quem posso responsabilizar. Quem pode responder por quem? Como julgar? Quem são os reais criminosos? E quem são a vitimas? Não consigo não ficar curiosa sobre o que deve passar na cabeça de quem produz tais drogas. Com qual finalidade? Vale a pena? Essa pessoas não tem filhos? Ou acreditam fazer a coisa certa? Sabe o mais louco e mais triste de tudo isso? É que batemos no peito e dizemos que estamos evoluindo. Cadê a evolução da alma?
SAIBA MAIS
O efeito do oxi é mais rápido do que o do crack, atingindo órgãos vitais como o pulmão.
Logo nos primeiros dias de consumo, os usuários podem apresentar problemas no sistema digestivo e complicações renais. O dependente também perde muito peso e fica com dificuldade para respirar.
Há relatos de consumo da droga nos estados da Região Norte e também em Goiânia, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e São Paulo. O caso mais grave é no Acre. A suspeita é de que o oxi entra no Brasil pelo Peru e pela Bolívia.

domingo, 8 de maio de 2011

As 3 Irmãs

Fecho os olhos e chego a ouvir o som, as chicotadas que cortam, partem, dilaceram e inspiram, talvez... A questão é que fechando os olhos ouço a musica e ao ouvi-la lembro dos movimentos, da força e das sensações, me transporto mais uma vez ao Sesc Iracema e assisto em pensamento mais uma vez ao espetáculo de dança As 3 Irmãs.

as 3 irmãs - 4

A platéia não estava em sua lotação, mas o publico me pareceu curioso a primeira vista. Todos acomodados e começa uma dessas músicas que não me saem da cabeça e como um senhor da platéia bem falou, se não fossem essas músicas, certamente seria outro espetáculo. Aretha Paiva, Joyce Barbosa e Vanessa Queiroga, dão espaço à Olga Prosorov e suas irmãs, Macha e Irina. Passos em ritmos distintos; mesmo agora ainda os ouço.

Em determinado momento do espetáculo, enquanto eu buscava ouvir o que aquelas personagens gritavam sem som, resolvi observar a platéia. Fiquei curiosa e olhei-os, estavam todos atentos, com olhos de crianças curiosas, estalarem de dedos, respirações fortes e todos nós ali capturados por toda essa “imbecilizante monotonia do dia-a-dia”, não havendo nem perspectivas nem sonhos e tanto sentimento.

Eu que sentia falta das expressões que dizem algo na dança, surpreendi-me com olhares, tempo, respirações e os poucos sons além da musica e do tocar de seus pés no linóleo. De cenário, um sofá laranja, um urso, um buquê e uma corda (lembrei-me do Imagens), definitivamente não precisaria de mais nada. Em alguns movimentos senti que a luz atrasou o que não minimizou em nada as sensações provocadas pelo espetáculo.

Ao final, aplausos um bom bate papo e ótimas energias. Amanhã tem mais no Sesc Iracema, as 20hrs.

Pela manhã haverá oficina de dança contemporânea com a Cia. Paralelo de 9hs as 11hrs.

terça-feira, 3 de maio de 2011

As Três Irmãs

Com Patrocínio da Funarte, a Cia Paralelo de Dança (Paraíba) chega ao Ceará, para apresentar o espetáculo “As Três Irmãs”, inspirado na obra de Tchekhov.

Após apresentações na Paraíba e no Rio Grande do Norte, a Cia Paralelo de Dança chega ao Ceará, com apresentação, em Cascavel (05.05) e Fortaleza (07/08.05), daqui seguem para Recife onde encerram o projeto de circulação.

As 3 irmãs - Foto (01) Herval Freire

O espetáculo livremente inspirado na obra-prima do escritor russo Anton Tchekhov, narra o drama protagonizado por três irmãs; Olga, lindamente interpretada por Lília Maranhão (Premio de Melhor Bailarina XIV Mostra Estadual de Dança (PB)) e Aretha Paiva, Irina, ganha vida no corpo de Vanessa Queiroga e Macha Prosorov, se expressa através de Joyce Barbosa (Prêmio de Melhor Direção), que também assina a coreografia, figurino e direção artística do espetáculo.

Três mulheres vivendo suas frustrações no interior da Rússia do século XIX, tendo que aprender diariamente a lidar com a ânsia de sonhos maiores, juntamente com a ausência da percepção de querer alcançá-los. Com isso, tentam desesperadamente sobreviver à monotonia do cotidiano, com a esperança de que voltarão à terra natal, a capital Moscou. Cheias de tédio e solidão procuram respostas para seus muitos questionamentos: Qual é o sentido da vida, se é que o tem? Por que o sofrimento? Será que tudo é em vão?

É exatamente essa realidade poética e contundente que as bailarinas da Cia. Paralelo, levam ao palco e compartilham com o publico, por isso mesmo, a idéia de espaços mais alternativos, afim de, aproximar a platéia dessa atmosfera repetitiva, mentes inquietas e ações mecânicas, automáticas próprias da ausência de fantasia.

A produção do espetáculo é da Trato Produção e Assessoria (PB), que mais uma vez firma parceria a Ato Produção e Marketing Cultural, que assume a produção na capital cearense.

. O espetáculo estará em cartaz em cascavel no dia 05 de maio, na Casa da Cultura, as 20h e em Fortaleza no Sesc Senac Iracema nos dias 07 e 08 de maio, sempre as 20h.

Serviço: Local – Sesc Senac Iracema

Hora: 20hs

Ingresso: R$10,00 (inteira) R$5,00 (meia)

Declaração sobre o processo de criação e a coreografia:

É sempre muito complicado para um coreógrafo falar do seu processo de criação, mas posso afirmar que esse trabalho surgiu da leitura da peça "As de 3 irmãs", que aconteceu entre 2005 e 2007, e ele se deu de maneira lenta e progressiva, com ensaios periódicos e com a leitura da peça pelas bailarinas também.

Cada uma encontrou, de forma distinta, as personalidades de suas personagens dentro do trabalho de pesquisa e dos diálogos constantes que, também, fizeram parte dessa construção.

"As 3 irmãs" é, como disse anteriormente, um divisor de fronteiras para a companhia, por inúmeras razões, mas a mais significativa delas é a da abordagem corporal diferente das propostas anteriores da companhia.

Joyce Barbosa, diretora artística e coreógrafa da Paralelo Cia. da Dança e do espetáculo "As 3 irmãs"

A circulação

As apresentações do espetáculo ocorreram no estado da Paraíba no mês de março, na cidade de Areia, no dia 18/03, no Teatro Minerva e dia 19/03 em Campina Grande, no Palácio das Artes Suellen Carolini. Em abril, o espetáculo esteve no Rio Grande do Norte, dia 07/04, na cidade de Mossoró, no Teatro Dui-Huix Rosado e no dia 08/04 no Thermas Resort e Hotel, nos dias 09 e 10/04 em Natal, no Barracão Clowns de Shakespeare. Em maio, a companhia se apresenta no Ceará, no dia 05/05, na cidade de Cascavel, na Casa da Cultura e nos dias 07 e 08/05 em Fortaleza, no Sesc Senac Iracema. A temporada encerra no fim do mês de maio na cidade de Recife, nos dias 21 e 22/05, no Espaço Compassos. Os espetáculos serão sempre às 20h e a as entradas custarão 10 reais inteira e 5 reais estudante.

Para este circuito pelo nordeste, a companhia deu preferência a lugares alternativos de apresentação, onde o espectador pode ficar mais próximo das bailarinas e sentir-se um pouco parte daquele espaço, daquele universo das três irmãs, que está representado no cenário de uma sala de estar.

Além das apresentações, a companhia tem o interesse de promover um debate com os espectadores sobre a coreografia e a peça teatral, como uma forma de sondar, de fato, como anda a perspectiva do público nordestino sobre a dança, em específico sobre a dança contemporânea.

“O projeto tem sido bastante gratificante até agora. Circular pela nossa região de origem e se deparar com realidades na arte da dança tão diferente das nossas realmente está nos trazendo um grande aprendizado. Sem contar que poder fazer tudo isso, apresentando um espetáculo como "As 3 irmãs", para o público, é perfeito, pois a companhia tem muito carinho por ele, afinal o consideramos como o "divisor" de propostas corporais da Paralelo.

As etapas da PB e do RN foram impressionantes. Nós tivemos contatos com bailarinos de estilos e experiências variadas, o que proporcionou um enlace extraordinário entre as expectativas da Companhia e o que, de fato, estava se desenrolando diante de nós.

Tenho certeza que as estapas do CE e PE serão ainda mais interessantes e mágicas para a Paralelo”

(declaração de Joyce Barbosa, diretora artística e coreógrafa do espetáculo As 3 irmãs sobre a primeira etapa da turnê pelo NE.)

.Oficina de dança contemporânea

A oficina realizada pela Paralelo terá duração de duas horas e será dirigida para homens e mulheres bailarinos, de formação clássica, moderna ou contemporânea e/ou dançarinos com experiência em hip-hop, dança do ventre, dança de salão ou outro estilo de dança. O número máximo de alunos é 30, a partir dos 15 anos de idade. A oficina será ministrada pela professora e coreógrafa da companhia, Joyce Barbosa, no dia da apresentação (07.05), das 10h às 12h.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Momentos Esquecidos

Você já saiu de casa esqueceu as chaves do carro em cima da estante? Ou ligou pra alguém e esquece-se de pra quem? Faço isso quase todos os dias e até me divirto com o esquecimento, eis a única forma de rir várias vezes das mesmas ironias sem graça. Mas não consigo nem mensurar a aflição de esquecer várias coisas, várias vezes ao dia, esquecer-se e esquecer a quem se ama, esquecer-se que ama. Lembrar durante um tempo ainda daquela festa de 15 anos em que o menino a chamou pra dançar e dali... – Mas não se lembrar do que tomou no café da manhã. Sou neta e bisneta e pessoas que tiveram de enfrentar o mal de Alzheimer e talvez por isso tanto me assuste com tais possibilidades e me emocione com o tema. Entristece-me, porém que um filme de tal natureza não tenha um bom reconhecimento, pois não sei vocês, mas no meu mundo e não digo só em minha família, o Alzheimer vem se tornando uma doença presente e nós, completamente alheios, desinformados e nada compreensivos.

O filme ao qual me refiro é, “Momentos Esquecidos”, protagonizado brilhantemente por Mia Farrow (O Bebê de Rosemery). Baseado na história real da executiva Diana McGowin, que aos 40 anos, depois de algumas crises de estranhamentos e esquecimentos que começam a comprometer seu desempenho familiar e profissional, foi diagnosticada com Mal de Alzheimer.

São retratadas as características iniciais da doença, o que chama atenção para as dificuldades de diagnostico e tratamento. É exposta necessidade que todos temos, indiferente do estado físico ou mental, todos precisamos ser compreendidos, as relações vem do compartilhar verdades, experiências. O que estimulou a personagens a fundar o primeiro grupo de apoio para pacientes nos EUA e assim deixa clara a importância da solidariedade, paciência e empatia para qualidade de vida do paciente e da família.

Outra boa pedida com a mesma temática é o livro “Para sempre Alice”, da psicóloga Lisa Genova, que como no filme narra a história de uma mulher realizada e bem sucedida profissional e pessoalmente, esposa, mãe de três filhos e conceituada pesquisadora.

O livro é um encadeamento dos sintomas do esquecimento que assolam Alice, por isso os capítulos são datas, setembro de 2003 seria o começo de um branco que irá invadir a vida dessa mulher. Para sempre Alice é o história de uma mulher que vê os sintomas de Alzheimer invadirem a sua vida, que antes era baseada em fatos e referências. Em um passo que tudo o que contará para ela será o presente e as demonstrações de carinho, que para ela poderão significar em um flash tudo o que significa para a sua história.

Tanto o filme de Robert Allan, como o Livro de Lisa Genova, assim como tantos outros da mesma temática estão ai para servir de atalho ao entendimento da gravidade dessa doença que vai paralisando a mente, fazendo velhos voltarem a ser crianças e...

Tanto mais pode ser dito sobre essa doença, sobre esses cuidados, por hora peço se fale lentamente e não precisa gritar... Carinho é sempre importante, afinal quando as lembranças e e referencias escapam o que fica é a empatia e a emoção.

momentos esquecidos

Aparecida– O Milagre

Em se tratando de filmes religiosos, pouco tenho a dizer, mesmo por que penso que sejam esses filmes feitos com outro objetivo que não o reconhecimento da critica. Sob direção de Tizuka Yamasaki, o filme “Aparecida – O Milagre” é daqueles que por mais que não seja nem de longe uma perola da sétima arte, te mantém atento e curioso ao que pode acontecer. Dessa mesma linhagem, por assim dizer, estão filmes como Chico Xavier, As Mães de Chico, dentre outros de cunho emotivo.

Falar sobre fé não é tarefa fácil, tratar sobre a falta de fé em resposta do excesso da mesma, deve ser ainda mais complexo e é exatamente esse paralelo que justifica o filme. O menino Marcos (Vinicius Franco), devoto de Nossa Senhora Aparecida, tem uma infância humilde, porém feliz com seus pais. Com a morte do pai (Rodrigo Veronese), em um acidente na Basílica, Marcos perde duas vezes: O Pai e a Fé. Trinca e cinco anos depois, Marcos, agora interpretado por Murilo Rosa, é um empresário de sucesso, que mantém uma relação afetiva nada boa com a compreensiva Beatriz (Maria Fernanda Cândido). Separado de Sônia (Leona Cavalli), mulher que ama e mãe de seu filho Lucas (Jonatas Faro).

Por ter outras verdades sente uma enorme dificuldade de aceitar as escolhas do filho que se recupera do vicio de drogas, o que dificulta ainda mais a relação, já que o pai tem dificuldades de crer. O filme peca pelos exageros dramáticos e tem como ponto de conflito o grave acidente sofrido por Lucas, após discussão com o pai. A culpa, a dor e o medo, somadas a possibilidade de perder o filho, leva Marcos a reviver sua infância com o pai, relembra a fé incondicional daquele homem simples e descobre com sua mãe Julia (Bete Mendes) a primeira graça que norteou a vida de toda família. Agora era chegada a hora de reaprender a ter fé.

O ponto auto do filme, no entanto, é a atuação. Murilo Rosa mostra versatilidade e emociona. Maria Fernanda Cândido, Bete e Leona, apesar de não contarem com diálogos bem elaborados, dão um show de atuação e mesmo o jovem Jonatas convence e ainda solta a voz.

Um bom filme para um dia tenso...

O Garoto de Liverpool

Quem nunca ouviu falar em Beatles? Quem não escutou as mais diversas histórias sobre John Lennon, suas inconstâncias e a relação quase freudiana com sua mãe? Ele quis ser como Elvis e perguntou a sua mãe, por que Deus não o fez Elvis. Ao que ela profetizou: “Estava te guardando para ser John Lennon”.
A diretora Sam Tayor Wood, em seu longa-metragem “O garoto de Liverpool” (Nowhere Boy,2009), optou por um relato mais pessoal sobre o jovem John Lennon (Aaron Johnson), que não aceita bem as regras. Abandonado pela mãe quando tinha cinco anos, vivi com os tios George (David Threfall), responsável por sua primeira gaita e Mimi (Kristin Scott Thomas), quem o presenteou com sua primeira guitarra. Com a morte de George, Lennon passa a viver só com a tia e reencontra sua mãe. O reencontro com o filho é a realização de um sonho para Julia (Anne-Marie Duff), que passa cada vez mais seu tempo com ele. O filme busca biografar a adolescência de John Winston Lennon (1940-1980), entre seus 15 e 20 anos, época em que através de sua mãe descobriu o rock n' roll, depois formou sua primeira banda (The Quarrymen) e conheceu Paul McCartney e George Harrison.
Mas o foco central da trama não está no relacionamento dos colegas de banda, nem na formação das músicas que os fizeram famosos, mas sim nessa montanha russa de sentimentos, que talvez justifique um pouco do que John queria dizer em músicas como: "Mother, you had me, but I never had you / I wanted you, you didn't want me" (Mãe, você me teve, mas eu nunca tive você / Eu queria você, mas você não me quis). E tantas outras.
É importante não encarar o filme como uma obra definitiva sobre a vida do futuro Sr. Yoko Ono, mas vale usa-lo como atalho para entender quem é aquele garoto que alguns anos mais tarde diria que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo.
Aaron Johnson (o Kick-Ass) tem momentos em que consegue reproduzir o jeito metido e o sotaque de Lennon, mas não consegue dar ao filme o diferencial que o afastaria de inúmeros outros filmes biográficos. O filme é muito bom, mas precisaria ser Genial como o artista que o inspira.

*Gosto da forma que foi “estabelecida” a relação entre Paul (Thomas Brodie-Sangster) e Lennon, expondo ali o equilíbrio que os fez os melhores. Yng-Yang.

Corpos Velhos: Para que servem?

Por Roberta Bonfim Tudo que se vive é parte do que somos e do que temos a comunicar, nossos corpos guardam todas as memórias vividas, muit...