sábado, 5 de abril de 2014

Sai desse palco o ator José Wilker, com aplausos da plateia.

 Ele que apresentava o programa Palco e Plateia, no Canal Brasil, deixou os palcos da vida, ao que indica, levado por um infarto, nesta manhã de 05 de abril de 2014. Desde o momento que descobri tento fazer alguma piada, das muitas que fiz sobre ele, desde que comecei a fazer teatro. Mas, não consigo, há tristeza em mim, apesar da certeza de que em algum lugar comemoram sua chegada.

Sentindo uma tristeza de adeus.
Sentindo uma alegria de chegada.
Tudo ao mesmo tempo, agora.

Em permanente rotação... 
Alma de partidas e chegadas!


É que ‘ Zé Wilker’ sempre me acompanhou, nunca me viu, como eu mesma nunca o vi além das telas, telonas e telinhas, mas ele foi de rara importância em minha vida, a dicção que de tão perfeita, chegava mesmo a parecer surrealismo, que somados aos seus tênis coloridos, um humor particular me inspirava a cada novo encontro. Fosse,  cinema,  novelas, programas de entrevista, ou comentando o Oscar, eu sempre que o via sentia uma orgulho bom e quando cabia, dizia: Ele é Cearense, sabia? É das perolas do meu Ceará.
Quando sai de Fortaleza e vim pro Rio de Janeiro, vim acreditando que o encontraria nas esquinas da vida, e mesmo sonhei em fazer um artevistas com ele. Mas, ele partiu.
E sua partida, somada a de Eduardo Coitinho, me fazem perceber que preciso correr se quero chegar mais perto desses que de alguma forma e apesar da não proximidade física são mestres para mim.
Que seja alegre sua chegada onde for e que seja leve e confortante a estrada sem você para os seus. Quanto a mim, sofro a saudade do que não vivi e já não viverei, a reflexão sobre a delicadeza da vida e uma vontade enorme de aprender mais e alegrar  todos os meus mestres, onde estiverem. Para finalizar palavras de Wilker sem macaúba na boca.
em:13/7/2010
DE BRISA E ARROGÂNCIA
Hoje acordei com uma canção na cabeça.
Sei lá se estou neste estado.
Mas, a canção não me saiu de perto por toda a manhã.
Talvez seja esse tempo cinza e ainda assim com alguma brisa. Ou alguma saudade da CHINA, TAIWAN, TAIPEI, onde estive recentemente. Os orientais são sutis. E tudo se apresenta em pequenos gestos. Quase imperceptíveis. Um modo de olhar. Um jeito de dizer “bom dia” querendo, mesmo, que o dia seja bom. Um modo de estar à disposição sem qualquer sinal de submissão, mas de extrema gentileza.
Falamos muito da nossa brasileira cordialidade. Sei não. Tão logo meus pés chegaram por cá, depois de uns vinte dias fora, foi um choque depois do outro. A começar pelo estado de abandono do TOM JOBIM – como ser cordial no abandono? – até a batalha campal entre taxistas e passageiros potenciais e passageiros por um táxi. Dentro de um, abro o jornal. Aí estão as notícias de cá, que lá não lia ou ouvia. Sutil, como a brisa do mar da canção, me chega a percepção de uma certa arrogância substituindo a cordialidade. Perdemos mais uma COPA. Foi agora? Duvido. Ela começou a ser perdida há alguns anos atrás, quando a arrogância foi brutalmente substituindo o talento. Por isso não é tão surpreendente, para mim, este assustador último – espero – jogo do goleiro do FLAMENGO. O lado bom é que, lá no fundo, já estamos nos dando conta disso. Uma primeira prova é o símbolo da nossa COPA de 2014: um rosto coberto por uma mão envergonhada. Bom, pode não ter sido esta a intenção. Mas, olhando bem, é o que está lá.
Acho bom parar por aqui. Estou ficando meio rabugento.  Melhor será compartilhar com vocês a canção que me acordou. Aqui vai.


“Brisa do mar,
Confidente do meu coração
Me sinto capaz
De uma nova ilusão
Que também passará
Como ondas na beira de um cais
E juras, promessas, canções.
Mas, por onde andará?
Pra ser feliz
Não há uma lei
Não há porém
Sempre é bom
Viver a vida
Atento ao que diz
No fundo do peito
O seu coração
E saber entender
Os segredos que ele ensinar
Mensagens sutis
Como a brisa do mar”
Chico Buarque de Holanda
E bom dia!
Como um taiwanês!”


Bom dia! Boa passagem!:D

Corpos Velhos: Para que servem?

Por Roberta Bonfim Tudo que se vive é parte do que somos e do que temos a comunicar, nossos corpos guardam todas as memórias vividas, muit...