segunda-feira, 27 de maio de 2013

Eu Vou Rifar Meu Coração

O que é ser romântico?  - Você é romântico? Eu sou. E ser brega? Quem é? Será que ser romântico é também ser um pouco brega? Ou muito? Em tempos modernos, em que o amor real vira acordo, contrato, relações racionais.... Mas... E aquele tipo de amor? Que nos faz cometer loucuras, tão repletos de sonhos, desejos e querenças. Que nos faz brigar com o mundo, e de repente, nada mais se ver além do ser amado. E que nos leva a aceitar o que o ser amado tem para oferecer, mesmo não sendo o suficiente. (quando é, né?) Seria esse amor brega? - Não saberia responder. 
Você tem alguma música brega em sua vida? Eu tenho. “Feiticeira”, ouvi da minha primeira paixão, e preciso admitir, lembro até hoje o quanto gostei de ouvir. E a sua, ou as suas? Não lembra? Tudo bem, então assista “Vou rifar meu coração”, filme de Ana Rieper, e assista duas vezes, uma em boa companhia, preferivelmente com alguém mais velho, que possa de contar as histórias dos entremeios, mas a segunda vez é preciso que seja só, para que seja possível tirar os escudos.

Registro aqui minha emoção ao ouvir depoimentos tão genuínos, com músicas que em sua maioria me são conhecidas, mesmo que estando guardadas na história, tenho a sensação que é assim com todos, pelo menos com todos os nordestinos como eu, que eu algum momento viram e sentiram tal poesia bem de perto.
Vou Rifar meu Coração, faz uma pergunta simples e honesta: Há uma maneira chique e outra brega de amar? E de sofrer por amor? Existem formulas, limites e som ideal? A música que aqui se compartilha é a música sentida, representativa na vida de quem as ouve de fato e se identifica, descreve a dor que sente, sem metáforas, ou arranjos. E não é isso MPB (Música POPULAR Brasileira)? Mas nem essas questões alcançam a grandiosidade do filme ao se propor a investigar as possibilidades de amor e dor, que se expressam em músicas românticas, do Wardo, Nelson Ned (um milagre), Agnaldo Timóteo e sua franqueza sem modéstia, tantas histórias, mas são nas pessoas ditas anônimas e suas reações diante do amor frustrado e de como encontraram conforto em algumas dessas músicas. 
Uma das mulheres, que se diz sofrida, poderia ser a grande estrela do humor do Brasil, tamanha espontaneidade.

Vou Rifar meu Coração, além de trazer a tona à reflexão sobre o amor, com depoimentos emocionados e emocionantes, mostras vidas e histórias reais que se repetem e assim, esse nosso desejo humano e desenfreado de sentir amor, sentir-se amado. - O que de fato difere esse sentir? O que faz um sentir melhor ou pior? Sentimos, e sejamos honestos, apaixonados ficamos um tanto abobalhados. Nossa problemática na contemporaneidade, talvez seja o fato de pouco sentirmos. E de repente o romance vira brega, o amor utopia de maluco e esse sentir, bem, contação de história de um país de raízes.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Somos Tão Jovens


Sabe quando se assiste a um filme caseiro, aquele ainda em VHS, que estava guardado na última gaveta do armário antigo? E daí você se emociona, revive e chora por que um saudosismo te bate à porta. Assim, me senti ao assistir “Somos Tão Jovens”, ao reencontrar Renato Russo que viveu comigo, mesmo sem nunca ter se quer ido a um show dele (não por falta de vontade). Renato esteve presente nos melhores momentos do difícil ato de crescer refletindo sobre o universo ao redor, foram em suas músicas e palavras que por vezes encontrei aquela resposta.

E você se pergunta, por que estou compartilhando isso? Por que certamente com você não foi ou será diferente, mesmo que tenha nascido nos anos 90 e não tenha assistido o Legião Urbana no programa do “Chacrinha”, mesmo que não tenha visto suas fotos nos jornais, com anúncios de shows. É que Renato dialoga com a humanidade e suas músicas são atemporais. E Thiago Mendonça que o interpreta no longa-metragem de Antônio Carlos Fontoura, é quase a reencarnação de Renato, tamanha as semelhanças, principalmente quando canta. Quem também emociona é a atriz Laila Zaid que interpreta Ana a melhor amiga desse Renato adolescente que nos é apresentado interagindo com Brasília, com a juventude, com sua depressão, bebedeiras, amigos e integrantes das bandas Aborto Elétrico e Legião Urbana, com sua homossexualidade, medos e conquistas.
“Somos tão Jovens” é um filme musical, que mostra também o inicio de bandas como, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso e como eles puderam se ajudar em suas formações.  As imagens bem parecem as da VHS e emocionam também por isso. Não é um filme de Oscar, mas certamente é um filme para todos, pois Renato escreveu para todos e afinal, quem poderá dizer que não existe razão para as coisas feitas pelo coração?

Celebrando Festivais Teatrais

Por Roberta Bonfim Querido Festival de Teatro de Fortaleza conheci tantas maravilhas ao viver-te. Lembro que foi em uma de suas edições que...