segunda-feira, 24 de junho de 2013

Argo, de Bem Affleck


O vencedor do Oscar de melhor roteiro Argo, foi um filme que criei expectativa antes de assisti-lo e talvez muito por isso ele tenha me parecido enfadonho em alguns momentos. Na contra mão a isso nos momentos de narrativa e de maior tensão me pareceu imbatível. Eu que nunca houvera ouvido falar de tal fato, por puro desconhecimento da história Norte americana, pensei muito sobre o ser imigrante e na genialidade na ação de saída para seis imigrantes americanos que precisavam ser resgatados do Irã. Assim, penso que o roteiro é bom, por que a história é boa.


Mas, é boa pra quem? O filme é bom, por que tem uma história de fundo sensacional e o apoio de um país ao outro no socorro de seres humanos americanos “comuns”. Mas, como falei anteriormente, pensei ser um filme mais motivador, talvez.
Bem Affeck é um charme e tem carisma, enfim, cumpre seu papel, mas não me causa nenhum grande frisson, assim como o restante do elenco, chega a cansar. E sendo assim, o roteiro se torna mais uma vez genial, já que mantem o filme vivo e pulsante, apesar de.
A fotografia é interessante, pois apresenta o olhar sobre o novo, pelo antigo, enfim, é o olhar de um estrangeiro sobre terras que não conhece. Por mais que tenha pesquisado, e estou certa de que houve pesquisa. É a história americana falando do que houvera silenciado, afinal não poderiam perder esta estrela de conquista. E que no que diz respeito a conflitos internacionais, esse pelo menos acabou sem mortes, traumas, guerras, ou feridos. Mas estamos falando da inteligência dos Estados Unidos da América, não poderia ser diferente. Poderia? 

O fato é, que fora a narrativa que me leva a entender os conflitos no filme registrado, que provocam a tomada do consulado americano. Para além, não me diz muito sobre nada, nem sobre os países que tem seus nomes repetidos em vários momentos. Enfim, é um bom filme, mas penso que criei expectativa demais. :/

domingo, 9 de junho de 2013

Lima Barreto, Ao terceiro dia.

Ir ao Teatro Dulcina, no geral é certeza de alegria, e não foi diferente com o espetáculo, Lima Barreto, ao terceiro dia. Logo de entrada o encanto com o cenário, que certamente não é o mais fácil para transportar, mas enche de poesia o palco. Assim, quando o espetáculo começa de fato, ao publico mais atento ele já havia começado antes mesmo do terceiro sinal. E ganha a cena o som da rabeca. E daí pra frente, fica difícil até respirar fora do tempo do espetáculo, dirigido por Luiz Antonio Pilar, com texto de Luiz Alberto de Abreu.

Com um elenco sensível o espetáculo acontece de forma uniforme, apesar das três possibilidades apresentadas deste mesmo homem, Lima Barreto. O texto conta e estimula reflexão sobre um país chamado Brasil, seu povo pátrio e sua sociedade deslumbrada com o do outro, Paris, talvez. Assim, somos reapresentados a Lima Barreto, escritor, negro, pobre, apreciador de uma boa cachaça, visionário como Policarpo, fiel como Adelaide, humano como seus personagens, que o alimentam e perturbam em seus momentos de descompasso,  “coisa de escritor”.
Eu não teria palavras para descrever o cenário, que nos deixa de frente com um Rio de Janeiro de livros e luz. E a iluminação de tão afinada, quase não é vista em ação. Os figurinos ajudam na composição da cena, e os sons, ambientam com a ajuda dos tons de sépia. Por vezes senti vontade de fotografar, mas de verdade quis muito saber pintar.

E além disso tudo, ainda se propõe a fazer graça, e faz.

Não conseguiria falar muito mais, pois apreciei o todo. O espetáculo fica em cartaz no Teatro Dulcina até 30 de junho, de sexta a domingo, as 19 horas. Vale demais conferir, para sentir! 

Não fiz imagens do espetáculo, nem achei vídeo. Mas na procura achei esse, Espero que curtam.

Faroeste Caboclo, de René Sampaio.


Sabe quando você tem a sinopse perfeita de um roteiro sem igual e só usa um terço do material que lhe foi entregue? Foi com essa sensação que sai do Cine Odeon neste sábado, após assistir ao longa-metragem de René Sampaio, Faroeste Cabloco. O fato é que precisei ouvir a música até o fim, pois ouvi-la de repente me provoca mais que o que foi visto.
Que fique claro; o filme [e bom, autentico, não repete as frases conhecidas por todos que compõem a emblemática música de Renato Russo, e nem precisaria. Tem fotografias lindas, como algumas imagens do sertão, especialmente a do céu visto de dentro de um poço vazio, ou ainda da capital Brasília com  suas cores típicas do cerrado. Os atores são envolventes, além de todos muito bonitos, uma alegria ver em tela tão grande artistas que respeito e admiro. Isis Valverde mais uma vez emociona, ou pelo menos me emociona, mas começo a crer que esse é um dos talentos dela, talvez pela naturalidade, apesar dos estereótipos do filme. O filme, a meu ver, por vezes mergulha nos filmes de faroeste mesmo, com direito aos passos lentos e coreografados.

Existem cenas emblemáticas, que provocam boas lembranças, mas há também algumas que beiram o “bizarro”, como a cena de Jeremias (Felipe Abib) ao descobrir o furto de sua droga. Existem ainda as cenas que quase contrariam a história de João de Santo Cristo, e não haveria nenhum problema nisso, se o filme não fosse vendido como a representação cinematográfica da música. Mas, há uma cena em especial que é original, simples, bela e honesta onde  Maria Lúcia (Isis Valverde) ensina João (Fabrício Bolivieira – que muito me lembra Lazaro Ramos) a dirigir. É uma cena... leve!?! Entende?

A trilha sonora é bem anos 80 e quem já foi a Brasília, certamente identifica algumas coisas, além das paisagens. Uma coisa é certa, sai do cinema com vontade de Brasília, de Plano Piloto e daquele céu, senti saudade do rock, da sinuca, da alegria.  O problema, se existe um, é que ouvi e cantei Faroeste Cabloco por anos demais, decorei cada minuto, palavrinha por palavrinha e criei o meu João e Maria Lúcia, imaginei histórias demais, e talvez seja esse o grande risco de trabalhar a história de algo tão simbólico. De qualquer forma reafirmo-me feliz demais com o cinema brasileiro. Semana que vem tem mais cinema brasileiro. 

Corpos Velhos: Para que servem?

Por Roberta Bonfim Tudo que se vive é parte do que somos e do que temos a comunicar, nossos corpos guardam todas as memórias vividas, muit...