domingo, 21 de agosto de 2011

Roberta Bonfim: "Viver em Tempos Mortos"

Roberta Bonfim: "Viver em Tempos Mortos": Uma fila na terça, quatro horas nela, mas que problema há nisso, quando o objetivo é assistir Fernanda Montenegro? Foi assim que comecei a ...

"Viver em Tempos Mortos"


Uma fila na terça, quatro horas nela, mas que problema há nisso, quando o objetivo é assistir Fernanda Montenegro? Foi assim que comecei a viver “Viver em Tempos Mortos”, preparando meu corpo e meu espirito para ver a grande diva do teatro brasileiro, falando sobre um tão forte ícone feminino da história do mundo, Simone de Beavoir.


Chego ao teatro dez minutos antes do espetáculo, sigo para minha cadeira B7, e observo o palco e as pessoas que estão ali para assistir ao espetáculo. Em off alguém nos pede para estarmos atentos aos celulares e entra em cena uma produtora cultural para ler a carta dela e dos colegas, uma carta sensível e preocupada com a cultura do nosso país.
Toca o primeiro sinal e meu coração dispara como se fosse eu a entrar no palco, toca o segundo sinal e meus olhos enchem-se de lágrimas e tudo em mim vira um turbilhão, no terceiro sinal me aquieto e espero e ela entra lentamente, senta-se em sua cadeira e a voz forte da atriz fala a feminista, conta histórias e emociona. A luz é um foco e todas as emoções são passadas pelo rosto, fala e sentimentos ali existentes, por horas penso ver ali na minha frente Simone de Beavoir e se me fosse possível eu conversaria,  ou melhor muito perguntaria, tentaria entender as entrelinhas, mas como tal não me é permitido, limito-me grandiosamente a assistir tudo, pés, mãos e olhar. Vez ou outra parecia uma boneca ali falando, tão forte as expressões de seu rosto e força de sua voz.
Liberdade, amor, acaso, Sartre, educação, pensamento, Simone, dom, solidão, paixões intelectuais e Fernanda Montenegro. Preciso admitir que em determinada hora do espetáculo eu já não identificava o foco da emoção, apenas me emocionava e me realizava com tamanho talento.
Ao final uma certa inercia, não é possível se desplugar fácil do todo visto e sentido, imagens que se desenham em nossa imaginação, estimuladas e conduzidas com maestria e cuidado. Nem sei quanto tempo de palmas e as minhas mãos não conseguiam parar de aclamar o teatro e força que se precisa ter para ali estar. Seria hora de sair e refletir sobre essas duas incríveis mulheres, mas a atriz orgulhosa (no melhor sentido dessa palavra) agradece e narra um pouco da importância do teatro Dulcinda e da própria artista que colocou e lutou pela arte, pelo teatro brasileiro como opção de vida. Dessa forma sai do teatro cheia de tantas mulheres e repleta de tantas reflexões, e sonhos e ideias e desejos e força e fé.
Algo que minhas palavras não acompanham!

Língua



Voltar pra casa é sempre um exercício, escadas e ladeiras, e gente, muita gente, pessoas da Lapa, dos mais diversos tipos e jeitos. E para minha surpresa, mais uma dentre tantas, na subida dessa escada, tem uns teatrinho lindo, super aconchegante, do tipo que eu quero vim a me apresentar, mas dessa vez fui convidada a assistir o espetáculo Língua e o convite partiu dos atores em seus figurinos. Como resistir?

Entramos camisinhas no balcão, como não podia deixar de ser em uma cidade tão sexual e começa o espetáculo. Um tapete vermelho estendido no chão, dois atores e um músico, assim que se apresentam.
Língua é sem via de dúvidas um espetáculo dinâmico, extrovertido, que coloca uma super lente de aumento nas questões de comportamento, vemos em cena alguns casais e as identificações são ótimas e a risada é certa e lembro, no palco há dois atores, Nanin e Humberto e um músico Fernando. De machos a fêmeas, de mulheres surgem homens e assim as relações são discutidas e reveladas.
O encontro dos personagens se dá numa balada qualquer, numa noite qualquer, o que nos leva a ter foco na informação da peça. “São situações. Que sugerem uma continuidade... Ou não”.
Sair do espetáculo cheia de uma alegria boa, pela constatação do poder do ato teatral e tudo que vem junto. E que as línguas falem, ajam e comuniquem.

domingo, 14 de agosto de 2011

Longa Vida Aos Pais

Hoje é domingo e seria apenas mais um domingo, se não fosse o fato de ser o segundo domingo de agosto, dessa forma Dia dos Pais. Para muitos talvez seja um dia triste, para outros apenas um domingo, para alguns um domingo perdido com a família em um churrasco e para outros o melhor dia do ano.

Quando crianças o pai é uma espécie de super herói, o que não erra, não sente medo e nem chora,é o homem mais forte do mundo, nosso Paizão. Um dia, no entanto, percebemos que eles erram, sentem e choram e sentimo-nos decepcionados e pensamos: Super-heróis não cometem erros...

Durante anos ficamos num cabo de guerra sem fim, ele puxa, nos puxamos, medindo forças vamos caminhando, ele dando as regras e agente tentando não obedecê-las pelos mais diversos motivos. Mesmo os pais ausentes são presentes em dias como esses. Mesmo sendo ausentes estão sendo o melhor que podem ser, o que não nos tira o direito de querer mais, ou menos.

Assim como as mães, são fundamentais para nossa existência e só por isso tudo devemos gratidão. Acho essa uma das palavras mais belas do dicionário. Gratidão!

Então chega uma hora em que as magoas se dissipam ou ganham proporções assustadoras e daí pra frente os Pais viram amigos, até que se tornam filhos. E em algum momento ficamos quites.

Feliz Dia dos Pais!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

VIPs

 

Quando foi lançado o filme Vip’s, fiquei na defensiva em assistir, pois estava com o Capitão Nascimento ainda muito vivo em minhas memórias. Agora, no entanto, só consigo ver todos esses homens que se apresentaram a mim, Marcelo, Carreira,Renato Russo, Henrique Constantino, Juliano e tantos mais.

Wagner Moura teve em VIPs não apenas a chance de interpretar um personagem plural,com um mosaico de personalidades, capaz de proporcionar a um bom ator a chance de exercitar sua arte, mas também de demonstrar sua versatilidade. E o faz com a competência e perfeição costumeira. Tanto que levou o prêmio de melhor ator no Festival do Rio 2010 (VIPs também ganhou os prêmios de melhor filme, ator coadjuvante para Jorge D'Elia e atriz coadjuvante para Gisele Fróes).

Marcelo desde de muito jovem tem dificuldades de desenvolver sua própria personalidade e se diverte imitando outras pessoas. Seu grande sonho? Ser piloto de avião, assim como seu pai. Para isso, foge da casa da sua mãe rumo, e no Paraguai dá início à maior aventura de sua vida, sempre e cada vez mais se passando por pessoas diferentes e aplicando golpes, até fingir ser o filho do dono da companhia aérea Gol, no carnaval de Recife.

A ausência de medo deixa claro o distúrbio psíquico do protagonista que em determinado momento se quer se reconhece. Mas, afinal, quem é esse cara? Talvez nem ele mesmo saiba. O longa é baseado no livro VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso, de Mariana Caltabiano, com roteiro de Braulio Mantovani e Thiago Dottori. Além do competente e estreante diretor em longa-metragens Toniko Melo (da série Som e Fúria).

Quem assistiu ao filme “Prenda-me se For Capaz”, perceberá a semelhança entre os filmes. Narrativa e esteticamente, VIPs é um excelente filme e faz juz ao crescimento da produção cinematográfica brasileira. Ao mesmo tempo em que diverte, faz pensar. Mas, no fim, fica a incômoda sensação de que, não só no Brasil, mas no mundo, para ser famoso, admirado ou bem sucedido não é preciso mais do que ser talentoso na "arte" da mentira. Será?

Cilada.com

 

Como o próprio nome já diz é uma cilada, mas uma cilada com cenas bem engraçadas, não todas, mas algumas. Devo admitir, prefiro mil vezes a serie ao filme. Posso esta enganada, mas a sensação que tenho é a de que faltou cuidado, com o longa, e com a vista e ouvido do publico, pois os exageros, deixam o longa com características bem overs.

Se fosse melhor trabalhado ainda sim, Cilada.com não seria um filme imprescindível, mas certamente alcançaria o reconhecimento como uma comédia romântica eficiente. Pois não é. Até existem bons momentos, mas longe de ser uma constante, o que me deixou decepcionada, já que busquei o filme na certeza de boas risadas. O que me parece é que o brilho se esconde por trás de um roteiro que peca algumas vezes pelos excessos, outras tantas pela falta de discernimento e – lamentavelmente - pelo mau gosto.

No longa, o adorável Bruno Mazzeo interpreta o publicitário Bruno, que vê sua vida se transformar num inferno depois de ser flagrado traindo a namorada Fernanda (Fernanda Paes Leme). Ela, para se vingar, publica na internet um vídeo íntimo do casal que faz com que Bruno vire alvo de piadas dos amigos de trabalho. Daí pra frente é uma exibição de todos os clichês das comédias românticas americanas. José Alvarenga certamente fez o que pôde ser feito.

É uma satisfação ver uma conterrânea no filme, mesmo seguindo a linha da nordestina secretária do lar (RS!). Ponto auto para Sergio Loroza que com seu jeito malandro e ingênuo ganha a cena.

Bem, rir não é pra todos e fazer rir não é fácil.

Sete Vidas

Sexta a noite procurando algo cultural pra fazer que não fosse muito caro e em um horário que coubesse no tempo, a opção foi assistir filme em casa. O filme “Sete Vidas”, com Will Smith no papel de Bem Thomas ou seria Tim? O fato que é um filme pra chorar e refletir.
Com roteiro de Grant Nieporte, que fala de um agente da Receita dos Estados Unidos que está disposto a achar sete pessoas dignas de serem ajudadas, dando-lhes um tempo extra de se acertar com o leão do fisco. Isso se ele for com as suas caras e tiver certeza de que eles não estão tentando passar a perna no governo por mal, mas sim porque realmente precisam de ajuda para voltar a se encaixar na sociedade.
O plano corre bem até que o que ele não esperava acontece, Emily Posa (Rosaria Dawson) o procura e Bem a segue enquanto a investiga. Quando ela percebe que tudo o que ele quer é realmente ajudá-la, Emily se abre. Em troca, esperava o mesmo do seu novo "amigo". Mas ele, por sua vez, prefere manter-se afastado, ajudando sem ser ajudado.
As barreiras entre eles começam a cair ao mesmo tempo em que vão sendo reveladas as reais intenções e motivações por trás de Ben - e o seu passado. O filme é montado com vai-véns temporais, que mostram pequenas peças desse mosaico que é a vida. Do suspense inicial chega-se ao romance e, enfim, ao drama que motivou tudo.
O longa dirigido por Gabriele Muccino é um exemplo de racionalidade inserida na extrema humanidade. Vale a pena conferir!


Tim Maia – Vale Tudo – O Musical

Reinauguração da Praça Tiradentes, muitas atrações belas e as pessoas longe de tudo isso encarando uma fila que atravessava quarteirões, a apresentação do musical “Tim Maia – Vale Tudo” era o foco. O que não entendo é como a produção não pensou em uma forma de liberar os ingressos mais cedo, para que as pessoas pudessem mergulhar na cultura exposta na praça, o Grupo Tá na Rua corria e ciceroneava a todos que passassem pela praça, além deles; apresentações de capoeira, danças ciganas, gafieira e tantas outras apresentações. Perdemos ou assistimos de longe, mas até isso eu consegui aceitar, afinal falávamos de um musical sobre Tim. E eu sempre amei o sindico.

Mas depois de algum muito tempo na fila o rapaz que estava logo na nossa frente encaixou mais dez pessoas, de uma falta de educação e consciência humana que doeu, mas diante da atual situação optei por calar para não criar um caso, mas sorri lembrando de todas as vezes que ouvi pessoas do sudeste dizendo que nordestino é mal educado. Sem generalizar, mas...

Por fim, entramos ao teatro. O Carlos Gomes que é um teatro enorme estava cuspindo gente, pessoas sentadas nas escadas, o que não era permitido era perder o espetáculo. E a cortina de vinil sobe e o off diz: “O Teatro Municipal de Niterói, pede desculpas, pois o cantor Tim Maia...” Eis o dia em que Tim não cantou a música até o final e daí começa a narrativa que explica, sem justificar, mesmo por que seria impossível justificar, a trajetória de Tião das Marmitas.

O musical baseado na biografia escrita por Nelson Motta, lançada em 2007, foi dirigido por João Fonseca e no elenco traz ótimos atores e músicos (que por falta da ficha técnica não estão citados). Destaque para Isabella Bicalho e Tiago Abravanel, que interpreta o protagonista com maestria e um vozeirão encantador e similar ao de Tim, outra semelhança, são os 115Kg.

Em 2:30h/min de espetáculo somos tomados por cerca de 25 hits do imortal Tim Maia, a emoção por vezes toma conta do ambiente, mas normalmente é cortada por alguma piada e/ou marcação engraçada. Ponto auto para os ator que interpreta Roberto Carlos e a atriz multi que interpreta a Mãe de Tim. Além das piadas e constatações do protagonista.

Assistir a narrativa sobre a história de alguém que de alguma forma participou da sua vida, saber grandes segredos e pequenos detalhes, aprender sobre o dicionário Maia, assistir novas perspectivas e ler o Tim de outra forma e ainda sim aceitar todas as suas “falhas” em detrimento de sua música, sua arte, sua voz, tudo isso que mesmo aos mais desavisados foi apresentado e amado. Quem nunca cantou em raiva, dor e amor: “E na parede do meu quarto ainda está o seu retrato... Pensei até em me mudar...” ou “a semana inteira fiquei esperando pra te ver sorrindo...”? Ou ainda: “E eu, gostava tanto de você!!” Tantas músicas me são conhecidas e narram momentos e lembram pessoas... Talvez por ser ele no auge de sua sensibilidade provocada, abrindo a alma e expondo-se, e tão contraditório que eram seus eus. E são alguns dos eus exposto que nos são apresentados no delicioso musical Tim Maia – Vale Tudo, O Musical.

E ao final em show, em festa, a emoção dos atores é vista, os olhos brilhando e a certeza do dever cumprido, nos aplausos e na voz de todos nós que cantávamos juntos: “Vale, vale tudo! Vale, vale tudo!”!

Chegar em casa e ler mais, ouvir mais, embebedar-se de Tim Maia e todo esse sentimento. E eu que estou em estado de chegada fico muito feliz a cada nova surpresa desse estado chamado Rio de Janeiro.

Bibi Ferreira In Concert

Se perder para chegar ao Teatro Dulcina e comprar ingressos para assistir Bibi Ferreira in Concert, comemoração assim 70 anos de carreira. Ingresso comprado e coração palpitante. Na hora de ir ao espetáculo, fui tomada por uma preocupação que pouco me ocorre; com que roupa eu vou? Isso é Noel Rosa e Bibi conheceu Noel. Enfim fomos e fui toda de preto pra não correr o risco de errar.

Chegando ao teatro, muitas pessoas em um teatro belíssimo e começa o espetáculo. Iluminação perfeita a banda muito bem posicionada e entra ela, lentamente linda em cima de um salta altíssimo e nos agradece por estar ali, divide com sua banda e conosco a responsabilidade por um bom show e completa: “No século XVII...” A voz lhe sai da alma e alcança as nossas e a emoção toma conta de todo espaço teatral e humano.

O espetáculo “Bibi in concert IV” estreou, no dia 5 de agosto, na programação de reinauguração do Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro. No show, Bibi Ferreira revisita vários momentos dos seus 70 anos de carreira como atriz, cantora e diretora teatral e conta histórias inéditas de sua vida e trajetória profissional, que costura com canções que a acompanham há décadas.

A dona das mãos mais fortes e encantadoras que já vi completou 90 anos em 1° de junho, sem perder o vigor único e especial e sua voz absolutamente maravilhosa, repleta afinação e interpretação, um fôlego que eu aos 29 anos não tenho e um energia e vivacidade rara.

No repertório, Chico Buarque, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Dolores Duran, Maysa, Noel Rosa, Adriana Calcanhoto, Sérgio Ricardo e Cazuza. Nas canções estrangeiras, Jerome Kern, Oscar Hammerstein, Leonard Bernstein, Stephen Sondhein, George Gershwin, Alan Jay Lerner, Frederic Loewe, Mitch Leigh, Joe Darion, Lorentz Hart e R. Rodgers e claro; Édith Piaf, que marca a carreira da artista há quase 30 anos.

Muito além não é possível escrever, por não ser possível racionalizar as emoções provocadas. “Bibi in concert IV” terá mais três apresentações, nos dias 12, 13 e 14 de agosto, sempre às 19 horas. É sem via de dúvidas um ESPETÀCULO que merece ser visto e sentindo.

Ficha técnica

Criação, redação e roteiro: Bibi Ferreira, Flávio Mendes e Nilson Raman

Regência, guitarra e violão: Flávio Mendes

Músicos: Itamar Assiere (piano), José Luís Maia (baixo), Jamir Torres (bateria), Alexandre Caldi (sax e flautas), Aquiles Moraes (trompete), Everson Moraes (trombone).

Criação luz: Paulo César Medeiros

Teatro Dulcina - Rua Alcindo Guanabara, 17 – Centro - (21) 2240-4879

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Mulher Revoltada

Para minha tristeza esse é o último final de semana do Projeto Nova Dramaturgia, mas para minha alegria, encerra com chave de ouro e boas gargalhadas. Isso mesmo, gargalhadas. E devo admitir, um certo orgulho em ser nordestina e ver o teatro tão latente no nordeste. “A Mulher Revoltada”, é resultado da união de um texto excepcional de Xico Sá, uma boa direção de Fernando Yamamoto e o talento indiscutível do grupo Clowns de Shakespeare, do Rio Grand“i” do Norte.

Primeiro fui tomada por uma pontinha de decepção, é triste mais no Rio de Janeiro, as pessoas também vão ao teatro na procura dos grandes astros, ou basta mesmo que sejam globais. (RS!). Quase ninguém para assistir um espetáculo tão bom e divertido, talvez um pouco caricato. Mas o que não é caricato nos dias de hoje? Entre clássicos do bolero e o bregão (que não adianta negar existe em todos nós); A mulher revoltada se apresenta: Lucinha, mulher de trinca e poucos anos casada com o editor-chefe de um jornal e tem um “caso” com m repórter iniciante, um foca, metrossexual, sem nenhum talento ao heroísmo e com histórico brocha. Na composição da trama, Xico Sá admite três influências: uma do estilo Woody Allen de fazer cinema, a dramaticidade e o machismo de Nelson Rodrigues, além do mundo exagerado e carregado de latinidade de Pedro Almodovar.

O espetáculo, trás diversas críticas, e muitos risos. Segue em cartaz no Sesc Copacabana até domingo,vale a pena conferir.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Harry Potter

 

No geral eu escrevo minhas percepções sobre o que vejo. Nessa caso, resolvi ler algo ates de escrever, afinal eu ia escrever sobre Harry, o menino que conheci quando eu ainda era uma menina, o conheci em letras e o amei em absoluto, sofri com ele, aprendi e sonhei. Eu e Harry dividimos momentos, antes mesmo que ele ganhar as telonas. Hoje vejo minha soprima apaixonada pelas histórias que me encantaram e felizmente ainda me encantam.

Enfim, lendo alguns comentários sobre o filme, deparei-me com esse e ante ele eu não teria na melhor para escrever. Dessa forma desfrutem.

http://4wall.wordpress.com/2011/07/16/critica-harry-potter-e-as-reliquias-da-morte-parte-2-2011/

Nova Dramaturgia Brasileira

Cheguei ao Rio, para abraçar um caminho mais artístico, teatral, musical e logo de chegada, no primeiro dia na cidade, me deparo com um projeto que me parece em absoluto interessante; Projeto Nova Dramaturga Brasileira.

O projeto apresenta jovens escritores e diretores de diversos estados brasileiros (por mais que eu tenha a sensação de que todos acabam por comungar das mesmas referências, pelo menos foi o que senti, nos dois espetáculos assistidos; “Concerto Para Quatro Vozes e Alguma Memória” e “Terror”).

São quatro espetáculos inéditos sob autoria de: André de Leones (GO), Xico Sá (PE), Joca Reiners Terron (MT), João Paulo Cuenca (RJ), Cristina Moura (DF), Fernando Yamamoto (RN), Haroldo Rego (PB) e Pedro Brício (RJ). A abrangência de estados deveria permitir traçar um panorama da dramaturgia no país, mas nem sempre se alcança o objetivo traçado.

O que é sensacional é o fato de que os textos são inéditos e escritos especialmente para o projeto e os diretores tiveram a liberdade de escolher o material com o qual mais se identificavam. Um projeto livre e novo no âmbito sentindo da palavra.

Minha recepção foi dada pelo espetáculo, “Concerto para Quatro Vozes e Alguma Memória” de autoria de André de Leones e direção de Cristina Moura. Na trama o presente e o passado de dois casais são trazidos à tona, sendo a memória o território desconhecido e instigante. Um homem e três mulheres exploram este universo mutável do cotidiano, passando pelo fantástico e obscuro, com momentos que vão da extrema alegria a mais profunda tristeza. É como diria eu mesma, um texto bipolar.

O cenário simples me chamou atenção, assim com a atuação de Raquel Rocha. Pena que o final tenha deixado a desejar. O uso do áudio visual me pareceu em absoluto dispensável. Alguns artifícios só combinam bem em outros contextos. Mas no geral gostei do que vi e me senti bem vinda, tanto que nesse final de semana passado fui assistir “Terror” sob autoria de João Paulo Cuenca e direção de Pedro Brício. Aborda o encontro entre dois amantes no Rio de Janeiro no dia da queda das Torres Gêmeas. Ela? Mora em NY com seu namorado, e está com a volta marcada para o dia seguinte. Ele? Seu amante, nada ver com seu namorado. Onde? Ambos no Brasil, após uma noite de amor. Em NY? A queda das Torres provoca uma crise mundial e também entre os dois. Desencadeiam-se em conflitos, gerando dúvidas sobre qual será o futuro de ambos.

O texto é uma delicia, sem deixar de ser o arroz e feijão, pois se fala do amor, da vida e suas dualidades. A atriz Nina Morena, além de linda é de um talento inspirador, João Velho mostra coragem para tanta exposição em um espaço tão intimista. A luz do espetáculo é um espetáculo a parte, por ser simples, talvez.

Gosto do espetáculo, mas não pude deixar de me sentir em frente à Televisão e sinceramente não e isso que busco no teatro, isso tenho na TV. Senti falta de uma vicinalidade que nesse pseudo realismo absoluto não cabe.

Semana que vem entram em cena os nordestinos: O que esperar?

Frase de Impacto: “Tenho medo que mintas para mim, como minto pra ti.” (Terror)

Serviço: A Mulher Revoltada

Direção: Fernando Yamamoto

Autor: Xico Sá

Data: 04 a 07 de agosto (quinta a Sab. 21:30hrs. Domingo 20hrs.

Local: Espaço Sesc Copacabana, Rua Domingos Ferreira, 160.

Fichas técnicas:

Concerto para quatro vozes e alguma memória

De André de Leones

Direção – Cristina Moura

Elenco: Branca Messina, Raquel Rocha, Marina Vianna e Pedro Henrique Monteiro

Terror

De João Paulo Cuenca

Direção – Pedro Brício

Elenco: João Velho e Nina Morena

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

CoNtRaDiZeS…

Contradizes, contradiz, contrariando, contradição, contra e a favor. É nesse espaço que se localiza a investigação poética e louca sobre o belo e suas dualidades. A alma humana em foco, no impulso da criação e na beleza de um nariz de palhaço.

Sob a direção cuidadosa de Juliana Veras que já havia me surpreendido com Um Gole Divino, no ano passado. Contradizes, é ingênuo como todo bom teatro amador, mas se destaca em qualidade de emoção. É isso mesmo, é na emoção que sai dos poros dos artistas que se encontra a grande beleza do espetáculo, que como não poderia deixar de ser, trás musicalidade e luz sutil.

A montagem de conclusão do Curso Princípios Básicos de Teatro/turma manhã-2011 comemora os 20 anos do curso com uma sinfonia teatral, nascida de experimentações realizadas pelos alunos no decorrer das aulas. O espetáculo estimula o despertar dos alunos, assim como, do público. É a partir da sensibilização que se caminha em busca do significado da beleza e dos valores humanos, reconhecendo dualidades e relatividades. Sendo na contradição que se define caminhos.

A filosofia presente é marca dessa diretora incansável (ou casável), que luta todos os dias pela humanização e talvez seja essa busca que se apresenta e contagia, nas vozes angelicais de alguns atores, nas partituras corporais e na parceria de um grupo que cresceu junto.

Nesse ensejo, CONTRADIZES oferece um espelho turvo, converso e embaçado e inspira-nos a tentar melhorar o reflexo.

FICHA TÉCNICA

DIREÇÃO: Juliana Veras

ELENCO: Agnes Pio, André Freitas, Ariel Volkova, Celina Silva, Daniele Farias, Edicleison Freitas, Erdeny Brandão, Germana Paiva, Gildomar Lima, Gutto Moreira, Joana Talia, Leilane Loiola, Leônidas Cipriano, Ohana Sancho, Sarielice Alves, William Axel, Zilá Fernandes

ILUMINAÇÃO: Luis Albuquerque

Azul da cor do Céu

No dia 23 de março  estreamos o projeto Arte ConVida, do Grupo MIrante de Teatro Unifor, com o esquete  "Azul da Cor do Céu", text...