sábado, 25 de outubro de 2014

Sexta com a Orquestra Petrobras Sinfônica


Sexta! E eu me possibilito uma nova experiência na noite carioca, dessa vez o programa foi mais cedo, tanto que quase chego atrasada, apesar da doce gentileza do motorista do taxi, que sem querer me deixou na lateral contrária a que eu precisava descer. (RS) É, fui de taxi. Estava indo assistir a Orquestra Petrobras Sinfônica, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, achei que merecia. J

Ao chegar, o frio sempre natural no estômago, antes de começar um espetáculo, esse abraço com o novo e o que ele irá despertar. Logo na entrada a cordialidade do rapaz que ao receber meu convite, perguntou-me com um ar de certeza: “-Dois, né?” Ao que eu respondi: Não. Um. Ele sorriu escondendo certo estranhamento. E eu, sorri pela alegria de ali estar exatamente como estava. Como não poderia deixar de ser, demorei a encontrar minha cadeira, mas depois de já sentada graças à disponibilidade de todos em ajudar, entra a orquestra. Muitas palmas! Pela primeira vez, saio do meu deslumbramento e percebo a casa cheia. Que lindo!!! Os músicos se posicionam e eu por qualquer razão especial fico feliz demais com minha diagonal.

Antes de começar foram feitas as devidas apresentações e homenagens. A noite era especial, pois se comemorava os 80 anos do regente e diretor artístico Isaac Karabtchevsky, indicado pelo jornal inglês The Guardian, como um dos ícones vivos do Brasil. Eu, que não tinha esse conhecimento, ao vê-lo ali tão a vontade no fazer exatamente o que faz, senti que ele, bem como o som produzido por cada um dos músicos, é como um doce acalento para alma.Vale lembrar que essa é minha visão de espectadora, ante ao resultado do conjunto.

De onde eu estava não via todos os músicos e instrumentos, mas os senti tão profundamente que as lágrimas e risos me foram presentes. Eu que já havia experimentado a emoção ao ouvir música clássica nunca a tinha assistido de forma tão intensa, nem tão bem ambientada. Ao som, somavam-se imagens e se eu tivesse o dom da pintura, a noite de ontem teria inspirado lindos quadros do distorcer e refazer das imagens, em casamento perfeito com o som e as tantas emoções. Só nas pausas os movimentos. No mais estávamos todos na mesma atmosfera flutuante assistindo Djanira IV, com Isaac Karabtchevsky, na regência da Sinfonia Número 2 em Dó Menor – “Ressurreição”, de Gustav Mahler. E eu entendi mais uma vez que o som, quando bom, é uma forma de comunicação muito particular, pois comunica diretamente com a alma. No lindo palco que um dia sonhei dançar, eu agora via vida em som, tantas vidas, com tantos ritmos, possibilidades e todos eles podem e estão ali, ou não. O fato é que sai com vontade de mais.

Grata Daniel e Jú.

Agenda Orquestra Petrobrás Sinfônica:
06 de novembro – Ensaio Aberto - Fundição Progresso
08 de novembro – Portinari V - Theatro Municipal
30 de novembro – Aliansce XI – Bangu Shopping

Mais: www.opes.com.br

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Som de Sexta!

Era sexta feira, como será o dia de amanhã. Era sexta, e assim sendo é bom sair por ai, conhecer novos sons na “cidade da beleza e do caos”. E foi isso que fiz. Na sexta passada, segui tendo como destino o Semente Bar, uma casa que desde que cheguei por aqui ouço falar, ela não era bem onde está, mas só vim conhecê-la quando já estava. Conheci a casa no show do músico ancestral, Glaucus Linx e repeti a dose, ao som e energia de Umbonde Banda e ali, naquela sexta mágica, conheci Andrea Dutra e o DJ, jornalista e pesquisador musical Zé Octavio. Somavam-se a eles Marcus Kenyatta, e sua guitarra, Marcelo Castro, que vem láaaaaa de Juiz de Fora, pra apresentar seu baixo e Gelsinho Moraes fazendo o swing na batera. Juntos eles fazem o que só consigo denominar como “O Som”. A noite foi o que se propõe; um Museu da música Black, daqui, e de lá.

Andrea é dona de uma presença de palco e de uma voz de “Meu Deus!”. Assisti atentamente todo o show. Sentada! O que foi uma lastima, já que a vontade era saracutiar pelos espaços, deixando o corpo seguir o som. Mas, como grande parte dos lugares que tenho ido o público é escasso, e é preciso admitir que com tantas opções e pouca grana e bom gosto, além da força da indústria cultural (sempre presente). Enfim. O fato é que éramos poucos ouvindo som tão bom. E eu me perguntava; como seria isso para os artistas que ali nos presenteavam com música? Mas, logo a indagação se foi ao perceber o prazer em produzir a arte, ali estavam todos em casa e acabaram fazendo com que eu também me sentisse assim.
Mas, vamos às músicas. De Cassiano, a Tim Maia passando por Gerson king Combo, Macau, Claudio Zoli, e outros, além de trazer composições próprias e presentes ganhos, Andrea ainda recebe convidados e faz a festa acontecer. Algumas músicas, eu mesma nunca tinha ouvido, mas gostei tanto que logo já cantava com intimidade de quem cantará aquilo toda a vida. Uma música em especial me chamou absoluta atenção e nem mesmo sei seu nome. Mas foi O eterno Deus Mu dança, de Gil que me fez marejar os olhos simplesmente e sentir. Ao final, bons papos, e música sem igual, escolhidas cuidadosamente por Zé Octavio.
Amanhã tem mais!
Serviço:
Quando? Nas sextas de outubro, sempre as 22 horas.
Quanto? R$ 30 contos – Mas rola lista amiga! Envie e-mail para: kennia.producao@gmail.com
Onde? Bar Semente - Rua Evaristo da Veiga, 149 – Lapa – RJ
https://www.facebook.com/events/367178543439491/?ref=22 

Quanto a mim ouvi muita Andrea Dutra durante a semana. E só posso agradecê-la. Massa demais!

Andrea Dutra, nos anos 90, iniciou uma pesquisa sobre a black music carioca, que aconteceu na cidade nos anos 60/70, durante o fenômeno musical e cultural que se chamou Black Rio. Andrea entrevistou personagens do movimento e pesquisou em um dos maiores acervos de música black brasileira, do jornalista e DJ Zé Octavio. Dessa pesquisa surgiu o show intitulado Black Museu Brasileiro.


Depois de quinze anos, a cantora decidiu remontar o show Black Museu Brasileiro.
Andrea Dutra foi vocalista de Tim Maia, cantou com a Banda Black Rio, abriu shows de Sandra de Sá e recebeu, no palco do Black Museu, as presenças de Gerson King Combo, Claudio Zoli, Serjão Lorosa, Seu Jorge e a canja de vários instrumentistas. 

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Festa na Cidade Música, ritmo, cores, movimentos e uma nave no Centro Cultural Banco do Nordeste.


O espetáculo paraense, Festa na Cidade, da Cia Experimental de Dança Waldete Brito, vai fazer a festa em Fortaleza, no Centro Cultural Banco do Nordeste, nos dias 17 e 18 de outubro, às 20 horas .
A Cia. criada em 1998, é um núcleo de pesquisa em dança contemporânea, que tem sempre a improvisação através de processos colaborativos, como principal método de criação e caminho para a descoberta de modos diferentes de pensar o corpo na cena contemporânea. Premiada inúmeras vezes no Festival de Dança SESI-Pará, em 2004 venceu o Prêmio Secult de Dança. Em 2006, 2007, 2009 e 2013 recebeu o Prêmio de Dança Klauss Vianna –Funarte, que os trás à Fortaleza, para duas apresentações gratuitas.

Festa na Cidade é um espetáculo surpreendente, hibrido e dinâmico que mistura dança contemporânea, e brega. Inspirado no estudo etnográfico sobre o universo do circuito de festas de brega, aparelhagens e apresentações musicais ao vivo, em que se movimenta pela cidade um público cativo apreciador de brega pop, tecnobrega, tecnomelody e músicas da saudade, do antropólogo Maurício Costa. O espetáculo apresenta o mundo das festas de brega de Belém: a pulsação dançante dos bailes de aparelhagem.  São 50 minutos, onde os bailarinos se desafiam a fazer releituras em movimentos de grande parte das informações que envolvem o “universo brega” e o próprio Pará.
A Cia. recria a dinâmica da festa confundida ao cotidiano dos dançarinos, dentro e fora do salão. Uma nave de aparelhagem, comum nas festas da cidade, música, dança e corpo compõem a cena desse espetáculo que é síntese da cultura festiva bregueira paraense.  Para mais informações, 34643108.
SERVIÇO: Local: Centro Cultural Banco do Nordeste
Dias 17 e 18 de Outubro.
20h.
Gratuito
Direção Artística - Waldete Brito - Mestra e Doutora em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia. Bailarina, coreógrafa e pesquisadora da dança contemporânea, dirigiu e escreveu o roteiro de todos os espetáculos da companhia. É professora do Curso de Licenciatura Plena em Dança e Curso Técnico em dança da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará e atualmente é diretora da referida instituição.
Maurício Costa - Dr. em Antropologia pela USP, professor da Universidade Federal do Pará e autor do livro Festa na Cidade: o circuito bregueiro em Belém do Pará (Editora da UEPA, 2009).

Cia.Experimental de Dança Waldete Brito - É um núcleo de pesquisa em dança contemporânea que foi criada em 1998.  Com sede na Cidade de Belém- PA, a companhia é referência na cena contemporânea paraense.  Em 2011, foi selecionada para o Projeto SESC Amazônia das Artes com o espetáculo (Des)vestido se apresentando em 10 Cidades. Os processos criativos da companhia tem sido motivo de pesquisa acadêmica, como trabalho de conclusão de curso -TCC e dissertação –mestrado.
Ficha Técnica:
Concepção e direção: Waldete Brito
Ensaiadora: Eleonora Leal
Elenco: Elyene Lima, Lúcia Lima, Liliany Serrão, Luana Oliveira, Dauna Parente, Manú Silva, Guto Pinto, Diego Pompeu e Leonardo Gutemberg.
Concepção Coreográfica: Waldete Brito e elenco
Assistente de Coreografia:  Jean Gama
Preparação Corporal: Waldete Brito
Pesquisa de Figurino: Ézia Neves
Pesquisa Musical: Elyene Lima
Projeto de Luz e Cenografia: Patricia Gondim e Oriana Bitar
Iluminação: Walter Filho
Fotografia: Ângelo Mauro
Participação Especial: Cantora - Iva Rothe


Faixa Etária: livre

Corpos Velhos: Para que servem?

Por Roberta Bonfim Tudo que se vive é parte do que somos e do que temos a comunicar, nossos corpos guardam todas as memórias vividas, muit...