Era domingo. E domingo me parece
um dia teatral, assim, seguimos para o SESC SENAC Iracema para assistir o que
me pareceu ser a estreia da nova montagem de “Não Haverá Pais Nenhum”, com
direção do sempre inspirado Júlio Maciel. Logo de chegada o encontro com
pessoas queridas, conversas na fila e... - Entramos.
Minha primeira impressão não foi
boa, o fato é que só no decorrer do espetáculo se começa a compreender o
contexto da primeira cena e a força da mesma. A primeira música apresentada no
musical me fez arrepiar, pela energia do som e da batida que me fez sentir
muito em casa. E ali também o primeiro reencontro. É Luiz Pedrosa, ator bom
demais. Daí pra frente o texto é costurado por cenas fortes em sua maioria para
contar a história do esquema, do sistema, da política, do capitalismo, da
omissão, afinal cada um pode fazer a diferença para o desenvolvimento dessa
história sócio educacional, florestal, e fazem isso de forma musical.
No entanto, me pareceu mais um
teatro com som, mas me alegra demais ver-nos desenvolvendo-nos e apresentado
nossos melhores. O texto inspirado no
romance de Ignácio Loyola Brandão é forte, mas por vezes torna-se cansativo,
assim o espetáculo parece ser grande demais. Cenas como a da parede da
felicidade quebram um pouco a tensão escura do espetáculo e dá ares de crítica
bem humorada, mesmo por que se trata de temas muito delicados.
Assim, o espetáculo, mostra uma visão futurista sobre o
Brasil com um cenário repressivo, conta com um elenco no geral competente, e
músicos talentosos, mas ao meu ver ainda não me parece pronto, espero
assisti-lo de novo daqui um tempo e ver o espetáculo que ele se propõe a ser.
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