sexta-feira, 15 de março de 2013

Não Verás País Nenhum – O Musical, direção Júlio Maciel



Era domingo. E domingo me parece um dia teatral, assim, seguimos para o SESC SENAC Iracema para assistir o que me pareceu ser a estreia da nova montagem de “Não Haverá Pais Nenhum”, com direção do sempre inspirado Júlio Maciel. Logo de chegada o encontro com pessoas queridas, conversas na fila e... - Entramos.

Minha primeira impressão não foi boa, o fato é que só no decorrer do espetáculo se começa a compreender o contexto da primeira cena e a força da mesma. A primeira música apresentada no musical me fez arrepiar, pela energia do som e da batida que me fez sentir muito em casa. E ali também o primeiro reencontro. É Luiz Pedrosa, ator bom demais. Daí pra frente o texto é costurado por cenas fortes em sua maioria para contar a história do esquema, do sistema, da política, do capitalismo, da omissão, afinal cada um pode fazer a diferença para o desenvolvimento dessa história sócio educacional, florestal, e fazem isso de forma musical.

No entanto, me pareceu mais um teatro com som, mas me alegra demais ver-nos desenvolvendo-nos e apresentado nossos melhores.  O texto inspirado no romance de Ignácio Loyola Brandão é forte, mas por vezes torna-se cansativo, assim o espetáculo parece ser grande demais. Cenas como a da parede da felicidade quebram um pouco a tensão escura do espetáculo e dá ares de crítica bem humorada, mesmo por que se trata de temas muito delicados.

Assim, o espetáculo, mostra uma visão futurista sobre o Brasil com um cenário repressivo, conta com um elenco no geral competente, e músicos talentosos, mas ao meu ver ainda não me parece pronto, espero assisti-lo de novo daqui um tempo e ver o espetáculo que ele se propõe a ser.

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