segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Verônica Decidiu Morrer na Lapa



Não é nenhum folhetim de suicídio, nem de assassinato, aqui usamos o morrer, como renascer e é desse eterno renascimento que logo em breve nascerá para mais gente. Nasceu para mim! 

Sou uma cearense bairrista, o que não é novidade aos que me conhecem minimamente. Mas, quando me deparo com pessonas como as que compõem esta banda tão cheia de energia e honestidade, reafirmo que meu Ceará é celeiro de grandes artistas. Mas, vamos por parte por que esse show na minha humilde opinião é um exemplo da força da arte genuína.
TRANSpire. É isso! Não existe realização sem transpiração e eles/elas transpiraram e transpiram. O inspirado nome da festa nasceu da cabecinha de Henrique Castro, que junto com Deivid Crispim, sonharam e produziram esta festa, que sempre teve a banda Verônica Decide Morrer como protagonista. 
 Considerada uma das principais bandas do cenário autoral cearense, foi a vencedora da 6° Mostra Petrúcio Maia de Música, e só em 2014 já participou de grandes festivais como o Tomarrock (RR), Vem Vai Ter Sorriso (CE) evento beneficente na cidade do Crato, Overmúsica (CE – Juazeiro do Norte), Maloca do Dragão (CE), Teia da Diversidade (RN), Balanço Nordestino (CE) e da Virada Cultura (BH). Com um público fiel e diversificado, a banda ganha espaço na crítica underground e especializada. Com isso nada mais natural que circular. Mas, como? TRANSpirando. E assim no dia 6 de setembro, um dia antes da Independência, Deivid Crispim e Henrique Castro, em parceria com o espaço anexo Louge Bar By Luis, na Lapa, apresentam Verônica Decide Morrer, ao Rio de Janeiro. E que linda apresentação! Logo na porta somos recebidos por “Veroniquinha”, das delicadezas da produção. Uma escada acima e nos deparamos com uma decoração simples e cheia de possibilidades e indicativas. No comando do som Henrique Castro e Jesuíta Barbosa colocaram todos para dançar e por vezes lembrei-me das antigas Patuscadas*, e lógico que todos ganharam a pista. O show se aproximava do inicio e o espaço anexo, já pedia um anexo, havia dificuldade para transitar, e comprar bebida tava complexo, mas todos as dividiam de alguma forma, e havia um revezamento salutar. Eu estava achando tudo maravilhoso, e curtindo todas as combinações, do som, espaço, tempo. O publico estava lindo e havia uma deliciosa energia cearense e uma dança mais circular.
 O show começa! Todos gritam e dançam. Eu fico um pouco anestesiada com a força de cada um. Verônica Valentino é uma performer linda, sexy e de uma macheza deliciosa. Um artista que vive os contrastes com respeito e arte, talvez por isso, figura central das aventuras descritas nas músicas de Jonas Sampaio, com quem divide o palco e a vida. Um garoto com enorme energia e presença cênica e  Léo Breedlove um músico concentrado e sua pegada Punk-New Wave, nas guitarras. Somam-se a eles Marcuss Au Coelho, e todo seu charme e na batera a doce e competente Vladya Mendes. Juntos, expressão suas inquietações, desejos e protestos, a partir do ponto de vista da diversidade sexual e cultural das relações que vivenciam com os espaços.
Não conseguiria TRANScrever as emoções, por que eu as sentia tão intensamente, que não as racionalizei, por auto posso dizer que assistir ao show dessa banda de nome tão interessante, é se possibilitar quebrar o tempo-espaço e viajar para um outro momento, cheio de outras energias. São muitas imagens e o pouco espaço condensava a energia. Cada olhar é um mirante e cada movimento por menor que fosse (e não eram) foram gigantes. Com uma sonoridade New Wave, e músicas com mensagens diretas, Verônica Decide Morrer fez o público TRANSpirar. Lembro-me de observar as pessoas e elas estavam demasiadamente entregues a toda aquela atmosfera de sons, imagens e vivencias. Eu, filha dos anos 80, me senti em casa e por qualquer razão lembrei-me de Bob Dylan. Hihihihi...
Por falar em público, o espetáculo contou com a doce presença do Deputado Jean Wyllys, que TRANSpira por respeito e justiça.
A festa foi linda e cheia de energia, por ser resultado da parceria entre amigos que acreditam no dialogo e na arte como caminho para transformação, por isso TRANSpiremos, sempre.  Dando sequencia, dia 12 de setembro, o show será na Áudio Rebel (Rua Visconde de Silva, 55, Botafogo - Rio de Janeiro – Brasil).







2 comentários:

  1. Bela banda e belo post! Só não entendi o Bob Dylan. rs Sucesso à banda e ao blog. ;)

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    1. hihihihihihi...
      Também nem entendo, só sinto, penso, acho. hihihihihi...
      Grata. Abs

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