Percepções... Dando satisfação: Faço este blog faz alguns anos, aqui já escrevi um pouco de tudo e apesar de ficar encabulada, vou me esforçar para sempre escrever quando penso fazê-lo. Como resumo, aqui escrevo 'percepções', nada além que o meu recorte.Tá? Pronto, satisfações dadas, chega ai e vamos trocar percepções. Grata!
quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Elos
Por Roberta Bonfim
Começo este texto dizendo que sinto amor por este festival e o acompanho faz uns anos, por sua programação sempre muito diversa e relevante, mas também por suas ações paralelas. O festival é uma realização da Quitanda Soluções, que realiza outras ações e projetos na cidade e fora dela. Assina também a ficha técnica do festival o Instituto Br. A produção primorosa é da Peixe Mulher, que arrasa demais com uma equipe bonita e competente. O palco estava seguro com a turma experiente e divertida da Balta Sons. Bebeco orquestrando desmontagem. Fazendo as imagens aqueles que conheci como “Flo”, seres lindos e feras no que fazem. E que delícia saber que um festival nesta categoria é realizado com amigos, colegas e conhecidos meus e que está ali é também a certeza de encontrar cada um e trocar bem querer em abraços rápidos e importantes. Tendo também a certeza de que outros encontros bons acontecerão ali.
Assumo que neste momento da minha vida só vou para alguns lugares porque vou ficar em um lugar que me assegura o meu espaço pessoal. Ainda não sei se me tornei uma jovem senhora fresca, ou se com o tempo alguns alguns incômodos tenham se tornado intoleráveis. Assim, nesta edição agradeço a William Mendonça pelos convites para viver estes momentos bonitos. Fui nos dois dias, mas só por momentos. E são estes recortes percebidos por mim que escrevo aqui.
E para o sábado eu me preparei psicologicamente, afinal tratava-se de Alceu Valença um repentista incrível que faz parte da minha vida, pois desde que me entendo por gente o escuto, sei grande parte do seu repertório, desde sempre. E como foi lindo cantá-lo bem auto. Mas, antes dele tiveram três mulheres incríveis, livres e potentes cantando ali, duas do Rio Grande do Norte, e a terceira que penso que de Pernambuco. O fato é que elas são maravilhosas; Kristal, ganhei um CD faz tempo e achei gostosinho demais de ouvir. Isabel conheci por ser vocalista de uma das bandas que mais gosto na vida que é Pietá,e a terceira super poderosa esqueci o nome, mas lembro de sua presença de palco. E as três juntas cantaram e eu me identifiquei: ëu não posso mudar o mundo, mas eu balanço".
Foi depois delas que veio Alceu "Dispor”, de longe escutamos os seus sinais e nos preparamos para o show que logo começou e já com a energia lá em cima e o terreno preparado. Estávamos ali, eu e Beto, vivendo novas fases, observando as antigas, cantando e dançando Alceu Valença e agradecendo a oportunidade de estar ali naquele momento, exatamente como foi. Com Alceu ali cantando a trilha sonora da minha vida, em um festival popular, com uma curadoria massa. E o m estre e sua banda fecharam a noite. Que eu bem devia ter acabado ai, mas segui até as tabajaras e voltamos andando depois, o que me faz sempre bem, andar pelo minha cidade qualquer hora do dia ou da noite, ver suas faces e públicos. Sempre amei isso e estava mesmo saudoso. O negócio pega quando já não somos tão jovens e eu um tanto sedentária. Amanheci toda quebrada,com criança cheia de energia e a programação familiar do domingo.. Passei o dia na dúvida entre ir ou não, mas lembrei de Will falando: “O show lotado no Brasil todo e tu vai perder a chance de assistir?” Depois de um dia de conflito interno, desci.
No caminho um amigo procurando rede. Deu certo. Preciso aqui passar uma informação importante. Desci sem os óculos, assim uma experiência completamente nova, e uma pitada de receio. Me joguei. Logo na chegada fui encontrada por quem eu iria encontrar. Entramos, colocando os papos em dias, demos uma volta até o lugar que estávamos ontem, o que foi incrível, pois no mesmo lugar vivi experiências completamente diferentes e maravilhosas. Se no sabádo o mundo era Alceu e os bons encontros, no domingo, sem os óculos, encontrando só quem me encontrava, observei o meu entorno próximo, o que não aconteceu no sábado quando saímos até no vídeo do povo.
Ali entre papos, músicas, encontros, cobranças de moqueca de caju eu observava a vida como filme, especialmente depois que começou o show Caju da Lineker, que é uma presença, que se soma a outras grandiosidades no palco. O som é bom, representativo e romântico, mesmo não dialogando comigo, é inquestionável sua potência, que pode levar a movimentos contraditórios e ali ao meu lado, me pedindo licença, literalmente, um garoto mergulhou na terra pulando a grade. Ele se estabacou, e rápido se levantou e foi embora. E nós que interrompemos o papo, também retornamos a ele depois de comentar meio descrente o acontecido e constatar que ali não havia nenhum segurança.
Depois um ser jovem, incrivelmente bonito abre espaço na multidão, observa o entorno busca o mais próximo em quem possa confiar uma importante missão; fazer chegar a Lineker, esta cantora ousada do interior de São Paulo, aquele bela obra com tons de rosa que passou ali sob meus ombros. O rapaz solicitado foi passando a missão para frente e quero crer que chegou a ela. Depois um garoto branquinho em companhia da mesma faixa etária chorava copiosamente afirmando seu amor pela cantora e também jogando sua seca garrafa de vinho ali perto dos meus pés. Rapidamente vai lotando, os bombeiros interrompem a entrada. Ficou ali mais um tempo e assisto o amor de um casal que se liberta ao som e presença daquele ser dançante e ousado ali no palco. Declarações de amor. E uma garota me chama e pede para que eu peça que aquele mesmo rapaz já acionado, afaste um pouco pois ela em cima de um banco ainda sim não consegue ver. Penso que horas ela chegou para estar ali. O rapaz respirou fundo, mas afastou. E ela feliz cantou, e que voz linda tinha.
Eu cansada fui embora um pouco antes do fim do show, no caminho bons abraços daqueles que iam chegando quando eu me ia. Parabéns Elos, não fosse o transito caótico, que dificulta a vida do morador, e o excesso de lixo jogado por uma população que parece não entender que precisamos urgentemente nos responsabilizamos pelos nossos excessos. Vai pra festa na praia deixe apenas suas pegadas.
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