terça-feira, 19 de junho de 2012

Doidas e Santas



Nesses últimos dias recebi visita de casa e com isso assumi minha função de guia turística e claro que uma das paradas obrigatórias foi um teatro. Um espetáculo que não fosse chato, nem de difícil compreensão. Sou muito as favor do experimental, mas é preciso aceitar que o experimental é para quem experimenta das mesmas experiências. A questão é que fomos assistir ao espetáculo “Doidas e Santas”, vulgo, “O espetáculo da Cissa”.


Optamos por comprar o ingresso ainda à tarde, para que não corrêssemos o risco de ficar sem essa programação e lá fomos ao Teatro Vanucci, compramos quatro ingressos e quando estávamos saindo escutamos um nada delicado e com forte sotaque. – “Não cheguem depois das 21:30h que as portas fecham e não entra ninguém!” Eu, imediatamente pensei: - “ Não é o que , é o como.”
De noite: Entramos no Shopping Gávea e a fila para entrar no Teatro Vanucci já existia, chegamos ao seu final e logo entramos. Eu que nunca havia ido aquele teatro bem gostei do espaço, mesmo tendo sido negativamente surpreendida com uma vendinha de balas, pipocas e afins logo na entrada. Tudo isso pode até ter sido organificado no cinema, mas no teatro... Por favor!
Já sentados todos conversavam, mais parecia uma feira. E descuidados comuns em produções ditas amadoras, se repetem no que temos por profissional. Uma representante do Retiro dos Artistas, falou um pouco sobre a casa, achei salutar a informação, e acredito que entes de todas as apresentações ou melhor, nos agradecimentos deveria ser levado a publico essa realidade
Toca o delicioso terceiro sinal e inicia o espetáculo. Ali a nossa frente apesar da boa interpretação eu não conseguia deixar de ver a garota que quebra o corpo mais não arrebenta a sapucaia, mas fui do riso à fortes reflexões várias vezes e com tamanha facilidade que penso ser interessante a todos que experimentam assistir mais espetáculos simples que usam uma formula antiga de falar sobre o cotidiano.
Com um cenário interessante que se reconfigura, uma luz que ambienta bem e uma trilha sonora envolvente mais um texto de Martha Medeiros conquista os teatros brasileiros. O primeiro a ganhar cena, foi Divã, tendo como protagonista a talentosa Lilian Cabral, esse eu só pude assistir no cinema.
 Com um elenco gostoso de se ver, vemos também Cissa Guimarães, no limiar, e de alguma forma isso provoca algo forte do qual não saberia dar nome. Talvez o ponto fraco seja a direção de Ernesto Piccolo que deixa o entremeio um tanto cansativo, talvez pela repetição e entradas e saídas. Mais como um todo sai feliz do espetáculo e penso que essa também seja a missão do teatro comuinicar, provocar e divertir, afinal, a vida já nos é muito cruel.
O elenco se diverte em cena e isso nos diverte ao assistir, Cissa em seu delicioso limitar leva dignamente sua personagem, Giuseppe Oristanio cai como luva como o marido. Mais é Josie Antello, que se divide entre a mãe, a filha e a irmã, e beirando ao  caricato que provoca riso e dá leveza quando se fala de algo tão delicado como as possíveis realidades. É assim: quem estiver afim de uma comédia bacana "Doidas e Santas" é garantia de bom divertimento. Leve! 

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