sexta-feira, 25 de maio de 2012

Auto Peças - Peças de encaixar e Sem Pensar.


“Vai rolar uma estreia hoje na Caixa Cultural as 19hrs, vamos?” ao que eu sem nenhuma dificuldade, disse: Ok! Lá fomos nós, primeiro passamos pelo Sesc Ginástico para trocarmos os ingressos do espetáculo “Sem Pensar”, que também estreou ontem (24.04), com Denise Fraga, mas sobre esse falarei depois.
Ao chegarmos finalmente á Caixa Cultural vejo uma fila. Adoro ver filas no teatro, mas quando entramos olhei ao redor e éramos poucos para uma estreia, éramos poucos para uma estreia com um elenco tão extenso, éramos poucos e pronto. Mas logo transcendi a esse fato por ter sido tomada pela urgência de decifrar antes que se revelasse o que se dizia. Confuso? Também achei em um primeiro momento, mas depois bem comecei a gostar da brincadeira. E assim se seguiu o espetáculo, repleto de brincadeiras, mas também de coisas sérias, fabulas, comédia, drama psicológico e o indispensável humor ácido, normalmente usado para nos furtar algumas boas risadas. Mas no geral me senti por vezes assistindo à um espetáculo de final de curso, não sei.
O espetáculo que se costura e completa, ou se propõe a isso, trás consigo uma sacada interessantíssima, o jogo com papelões, e é exatamente de papelão que é feito todo o cenário e como um mosaico as histórias acontecem e as sequencias se alteram. Com direção de César Augusto e Susana Ribeiro o espetáculo é a interserção de algumas histórias que se encaixam no decorrer da encenação. Encontro no blog de Lionel Fischer, (http://lionel-fischer.blogspot.com.br/2011/05/teatrocritica-autopecas-2-pecas-de.html) “”Autopeças' é o resultado de uma oficina de dramaturgia realizada pela Cia. dos Atores que buscou novos talentos nas diversas áreas que um espetáculo de teatro comporta. “Entre os envolvidos estão atores, autores, diretores e técnicos”. – trecho extraído do release que lhe foi enviado, resume uma proposta absolutamente válida, ainda que seu resultado seja um tanto confuso.”
Bem, depois que tenho tal informação algumas lacunas se justificam. Mas ficam outras dúvidas: onde aconteceram tais oficinas? Quando foram suas inscrições? Onde foi divulgado? Enfim...
Ao fim eu gostei da encenação como um todo, mas sem grandes momentos, a meu ver o que de fato chama muitíssima atenção é o cenário de  Bia Junqueira e a iluminação de Paulo César Medeiros. No mais, continuo com uma vontade latente de sair de um espetáculo sem folego, reflexiva, mexida.
Aplausos e correria!


Já na frente do teatro Sesc Ginástico e encarando mais uma fila, agora para estreia carioca do espetáculo “Sem Pensar”, com Denise Fraga e elenco. Devo admitir minha alegria por saber que o espetáculo já esteve em solo Cearense, bom demais ver Fortaleza no circuito. – Voltando a fila, bem essa parecia não ter fim e eu já tinha desanimado de assistir quando me vi dentro do teatro. Quando olhei o palco, fiquei impressionada, eu moraria ali, havia uma casa, a casa dos meus sonhos em estrutura em cima do palco. O cenário de Valdy Lopes um sobrado em recorte vertical sem  paredes, apenas delimitação de espaços),  desviei a visão do cenário para observar o publico e me dei conta da lotação do teatro, lembrei de imediato da sala anterior...enfim... Era Denise Fraga e a certeza de boas risadas.
Começa o espetáculo e: Tudo me parece tão grande, tão real, não sobra espaço para minha mente criar junto, então transcendo a isso e me deixo levar, passeio por entre a casa com essa família que vai se apresentando em suas maestria, carência e solidão, a novidade é narrar dramas familiares de forma engraçada, deixando mais leve a comunicação sobre temas tão relevantes, como casamento, amizade, relações, assédios. E tudo ali muito as claras, talvez um pouco demais para uma sociedade ainda tão coberta pelo véu da hipocrisia, tanto que alguns puseram cara feia e teve quem sem nenhum pudor levantou-se e saiu no meio do espetáculo. Mas de fato, não faltou algo?  O espetáculo fala sobre uma criança de 13 anos que se apaixona pelo inquilino de 21. Normal! Quem nessa idade não teve uma paixão platônica e/ou possível com alguém mais velho, o que não pode ser esquecido é que cada fase precisa ser minimamente respeitada.
Tecnicamente falando, tenho pouco a falar, a Denise Fraga é linda, forte e absolutamente natural em cena , assim como Kiko Marques, Júlia Novaes, Kauê Telloli e Virgínia Buckowski que com carisma e graça dão o toque especial ao texto de Anya Reiss, dramaturga de apenas 20 anos.
 “Sem Pensar” marca a primeira direção teatral do cineasta Luiz Villaça, que encara contar a história que relata o fim de semana em que Delilah (Júlia Novaes) completará 13 anos. Ao lado das brincadeiras de suas três amigas, a menina assiste a verdadeiros rounds de luta verbal entre seus pais, ao mesmo tempo em que se apaixona por Daniel (Kauê Telloli), um rapaz que aluga um quarto de sua casa. O casal Vicky e Nick (Denise e Kiko) não consegue superar uma traição cometida pelo marido e as brigas são constantes; eles nem percebem que a filha vive um momento especial: além de deixar o mundo infantil, Delilah vive seu primeiro amor, sem dá conta que a diferença de idade entre eles pode causar problemas sérios. Ao final parece-me que tudo paira na superfície, e mais uma vez saiu sem de um espetáculo tecnicamente interessante, mas que não consegue provocar. Enfim... A questão é que vale conferir e dar boas risadas, é também uma boa pedida para dizer algumas verdades sem abrir a boca. Deixo a dica para encerramento mais verdade ao dizer que é ela apenas uma criança.
Na saída cliques, famosos e uma multidão, sorrisos olhares e eu olhei tudo aquilo parti. 

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