O nome invertido, é por que é assim que o vejo, leio-o,
admiro-me, e sinto. Dalí me salva da
realidade, da loucura, da ambição, de alguns medos. Mesmo com toda sua solidão.
Cruel sina a de ser artista, caminho de solidão esgoelada na alma e esse vazio
tão cheio de vida, imagens, sons, cheiros, movimentos, possibilidades, a arte
nos supre e nos absorve, mas é tão sutil que deixa o artista em completa
solidão compartilhada. Deve ser difícil ser artista e me dói pensar em tanta
solidão que também é minha.
São muitos Dalí(s), tanto quantos foram Fernando(s) e todos
contam alguma história, que por mais surreal que seja representa, comunica. Nada
em sua obra é silencioso, aos mais atentos a exposição pode mesmo ser uma fabulosa
aula de história da arte, e do Surrealismo, já que o próprio Dali dizia; “O
Surrealismo sou eu!”. Eu penso sermos nós.
O fato é que a exposição Salvador Dalí fica no CCBB (Centro
Cultural Banco do Brasil – RJ), até 22 de setembro e quem ainda não foi ver, precisa.
Por ser Dalí, por ter história, por ser belo e estimulante, mas especialmente
pelos símbolos. Afinal, quando nos pegamos de frente à uma obra de Salvador
Dalí, invariavelmente nos deparamos com imagens que instigam nosso olhar. São
muitos os elementos presentes na obra do artista, desde os conhecidos relógios
derretidos, formigas, leões, ovos*, borboletas, chaves, tudo buscando desafiar
ou abrir focos perceptivos na nossa racionalidade estática.
A exposição é o que posso chamar de imperdível e no foyer
ainda tem espaço para se fotografar em meio ao surrealismo de Dalí, provocando
a interatividade. Vale muito conferir de perto e se permitir.
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