sexta-feira, 20 de abril de 2012

Similaridades e diferenças entre - "Os Homens que não Amavam as Mulheres" e "Albert Nobbs


Começo pedido perdão pela ausência, mas como disse uma amiga querida; ao viver intensamente a vida, sobra pouco tempo para escrever e tenho sido obrigada a entrar em um ritmo outro, não meu, mas também bom e inspirador. A questão é que estou, ou melhor, estava um pouco displicente. De agora para frente tomamos eixo, de novo. E explico, faltou-me tempo para atualizar o blog; não a mente e a vida. Como tem muita coisa, em alguns textos tratarei mais de um evento, espetáculo ou filme, enfim.
Começo dividindo minha surpresa ao identificar similaridades entre os filmes dirigidos por Niels Arden Oplev (Os Homens que não Amavam as Mulheres) e Rodrigo Garcia (Albert Nobbs), são filmes que de longe não tem absolutamente nada a ver e até seus dramas parecem opostos, em tempos diferentes e produções outras. A questão é que ambos falam sobre a Mulher e as dificuldades que existe em ser-se, por questões tantas e devo admitir que apesar de todas as muitas limitações de tempo, maturação, cuidado, respeito, enfim... Estamos pelo menos aqui, mudando o retrato da história e nos deixando alterar também em essência e tradições. Mais não estou aqui para uma análise social, mesmo por que me falta maior embasamento teórico. Dessa forma, voltemos aos filmes:
“Os Homens que não Amavam as Mulheres”, é baseado no primeiro livro na trilogia do best-sellers Millenium, do jornalista sueco Stieg Larsson (1954-2004), com roteiro adaptado de Rasmus Heisterberg e Nikolaj Arcel e nos apresenta Lisbeth Salander (Noomi Rapace) e seu estilo pouco convencional e até um pouco assustador, que vai se justificando no desenrolar do filme, mesmo deixando ainda muitas brechas. A questão é que se tem como protagonista uma hacker tatuada e coberta de piercings que nos conquista em absoluto.  Junto com ela Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist), um jornalista, editor de uma respeitada revista econômica, que acaba de ser condenado por uma reportagem, supostamente caluniosa. A relação entre os dois se estabelece antes da primeira cena deles juntos, pois ela que trabalha incognitamente em uma empresa de investigação foi contratada pelo importante empresário Henrik Vanger (Sven-Bertil Taube) para investigar o jornalista e então contrata-lo para investigar o suposto assassinato de sua sobrinha, há 40 anos. Onde o corpo nunca foi achado e que o empresário desconfia que o assassino seja um membro de sua família. Assim, a trama começa a se desenrolar, mas o filme ganha folego mesmo, quando Mikael descobre que a haker pode ajuda-lo em suas investigações e assim se forma uma dupla nada convencional de investigadores. Isso sem esquecer de citar as fortes cenas de estupro e violência. A questão é que o longa se desenrola bem amarrado, com uma narrativa boa de acompanhar. Além de uma fotografia interessante, fria, trazendo a sensação de solidão que existe na própria protagonista, e essa melancolia da modernidade com tons prata (cinza) que dão ainda mais energia de suspense ao filme.
E Suspense é um elemento que também não falta em “Albert Nobss”, mas sendo esse um suspense pessoal de uma mulher, que assim como a nossa protagonista anterior foge as regras e veste-se de um personagem, para conseguirem sobreviver. O que as difere além do tempo, são as formas e os resultados. Em “Albert Nobbs” nossa protagonista é uma mulher sozinha que para sobreviver na machista Irlanda do século XIX precisa se passar por homem e trabalhar como garçom em um hotel de ricos, para se manter viva. E é inegável o talento de Glenn Close que vive cada tempo desse personagem tão ingênuo e intrigante.
O longa investe em um tempo mais séc. XIX e beira de tornar-se cansativo, mas é preciso admitir que esse tempo é absolutamente fundamental para as descobertas e transformações desse personagem que guarda dinheiro no assoalho e sonha ter uma charutaria. Quem também encanta com tão boa atuação é  Janet MC Teer, que aparece no hotel para prestar um serviço e também se traveste de homem afim de sobreviver como pintor, mas diferente de Nobbs, é casado(a) com uma mulher e é a partir dessa possibilidade que esse personagem inicia suas mais discretas e pulsantes transformações e descobertas.
 “Albert Nobbs” é um filme psicológico, mas também protagonístico (inventei essa palavra? hihihihihi...). Eu particularmente gostei, pois me obrigou a respirar e a me concentrar. Mas precisamos admitir que em tempo de internet, celular, e todos os “pods”, parar para assistir a um filme com “Albert Nobbs” é quase um exercício mental e mesmo de relaxamento, já que junto com o que já foi exposto, somos presenteados com uma fotografia muito interessante, além do figurino rico e lindo, de fraques sem uma dobrinha se quer. Do tipo que as camareiras devem adorar... J
Indico ambos para esse final de semana!
Abraços
P.S. Perdoe-me os erros tempo corrido para uma revisão, mas quem se dispor por contribuir fazendo essa revisão. hihihihi

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