Percepções...
Dando satisfação: Faço este blog faz alguns anos, aqui já escrevi um pouco de tudo e apesar de ficar encabulada, vou me esforçar para sempre escrever quando penso fazê-lo. Como resumo, aqui escrevo 'percepções', nada além que o meu recorte.Tá? Pronto, satisfações dadas, chega ai e vamos trocar percepções.
Grata!
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Similaridades e diferenças entre - "Os Homens que não Amavam as Mulheres" e "Albert Nobbs
Começo pedido perdão pela
ausência, mas como disse uma amiga querida; ao viver intensamente a vida, sobra
pouco tempo para escrever e tenho sido obrigada a entrar em um ritmo outro, não
meu, mas também bom e inspirador. A questão é que estou, ou melhor, estava um
pouco displicente. De agora para frente tomamos eixo, de novo. E explico,
faltou-me tempo para atualizar o blog; não a mente e a vida. Como tem muita
coisa, em alguns textos tratarei mais de um evento, espetáculo ou filme, enfim.
Começo dividindo minha surpresa
ao identificar similaridades entre os filmes dirigidos por Niels Arden Oplev
(Os Homens que não Amavam as Mulheres) e Rodrigo Garcia (Albert Nobbs), são
filmes que de longe não tem absolutamente nada a ver e até seus dramas parecem
opostos, em tempos diferentes e produções outras. A questão é que ambos falam
sobre a Mulher e as dificuldades que existe em ser-se, por questões tantas e
devo admitir que apesar de todas as muitas limitações de tempo, maturação,
cuidado, respeito, enfim... Estamos pelo menos aqui, mudando o retrato da
história e nos deixando alterar também em essência e tradições. Mais não estou
aqui para uma análise social, mesmo por que me falta maior embasamento teórico.
Dessa forma, voltemos aos filmes:
“Os Homens que não Amavam as Mulheres”,
é baseado no primeiro livro na trilogia do best-sellers Millenium, do
jornalista sueco Stieg Larsson (1954-2004), com roteiro adaptado de Rasmus
Heisterberg e Nikolaj Arcel e nos apresenta Lisbeth Salander (Noomi Rapace) e seu
estilo pouco convencional e até um pouco assustador, que vai se justificando no
desenrolar do filme, mesmo deixando ainda muitas brechas. A questão é que se
tem como protagonista uma hacker tatuada e coberta de piercings que nos
conquista em absoluto. Junto com ela Mikael
Blomkvist (Michael Nyqvist), um jornalista, editor de uma respeitada revista econômica,
que acaba de ser condenado por uma reportagem, supostamente caluniosa. A relação
entre os dois se estabelece antes da primeira cena deles juntos, pois ela que
trabalha incognitamente em uma empresa de investigação foi contratada pelo
importante empresário Henrik Vanger (Sven-Bertil Taube) para investigar o
jornalista e então contrata-lo para investigar o suposto assassinato de sua
sobrinha, há 40 anos. Onde o corpo nunca foi achado e que o empresário desconfia
que o assassino seja um membro de sua família. Assim, a trama começa a se
desenrolar, mas o filme ganha folego mesmo, quando Mikael descobre que a haker
pode ajuda-lo em suas investigações e assim se forma uma dupla nada
convencional de investigadores. Isso sem esquecer de citar as fortes cenas de
estupro e violência. A questão é que o longa se desenrola bem amarrado, com uma
narrativa boa de acompanhar. Além de uma fotografia interessante, fria,
trazendo a sensação de solidão que existe na própria protagonista, e essa
melancolia da modernidade com tons prata (cinza) que dão ainda mais energia de suspense
ao filme.
E Suspense é um elemento que
também não falta em “Albert Nobss”, mas sendo esse um suspense pessoal de uma
mulher, que assim como a nossa protagonista anterior foge as regras e veste-se
de um personagem, para conseguirem sobreviver. O que as difere além do tempo, são
as formas e os resultados. Em “Albert Nobbs” nossa protagonista é uma mulher
sozinha que para sobreviver na machista Irlanda do século XIX precisa se passar
por homem e trabalhar como garçom em um hotel de ricos, para se manter viva. E
é inegável o talento de Glenn Close que vive cada tempo desse personagem tão ingênuo
e intrigante.
O longa investe em um tempo mais
séc. XIX e beira de tornar-se cansativo, mas é preciso admitir que esse tempo é
absolutamente fundamental para as descobertas e transformações desse personagem
que guarda dinheiro no assoalho e sonha ter uma charutaria. Quem também encanta
com tão boa atuação é Janet MC Teer, que
aparece no hotel para prestar um serviço e também se traveste de homem afim de
sobreviver como pintor, mas diferente de Nobbs, é casado(a) com uma mulher e é
a partir dessa possibilidade que esse personagem inicia suas mais discretas e
pulsantes transformações e descobertas.
“Albert Nobbs” é um filme psicológico, mas
também protagonístico (inventei essa palavra? hihihihihi...). Eu
particularmente gostei, pois me obrigou a respirar e a me concentrar. Mas
precisamos admitir que em tempo de internet, celular, e todos os “pods”, parar
para assistir a um filme com “Albert Nobbs” é quase um exercício mental e mesmo
de relaxamento, já que junto com o que já foi exposto, somos presenteados com
uma fotografia muito interessante, além do figurino rico e lindo, de fraques
sem uma dobrinha se quer. Do tipo que as camareiras devem adorar... J
Indico ambos para esse final de
semana!
Abraços
P.S. Perdoe-me os erros tempo
corrido para uma revisão, mas quem se dispor por contribuir fazendo essa
revisão. hihihihi
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