Chegar ao Oi Casa Grande e de
imediato sentir as divisões de setores, mesmo antes de entrar no teatro que é
enorme. Sentei-me na seção dois e devo admitir que se minha miopia fosse um
pouco mais acentuada eu não teria visto absolutamente nada, tamanha a distancia
do palco. E eu seguiria nessa linha de reclamação interna não fosse a deliciosa
música da orquestra que ali se apresentava ao vivo para somar ao espetáculo,
ali fui fisgada.
Abrem-se as cortinas e: - Nossa!
Que grandioso que rico, que bonito, enchi os olhos e assim lógico aumentou a
expectativa e o fato é que as expectativas foram além do que o espetáculo
apresenta. Com isso não quero nem de longe dizer que não seja um bom
espetáculo, pois o é. Marília Pêra, Frederico Reuter, Ubiracy do Brasil,
Patricia Bueno, Ricardo Pêra (filho de Marilia, e garanto a intimidade chega
aos nossos olhos), Miguel Falabela e os demais cumprem muito bem seus papeis, o
cenário é um deslumbre, os figurinos ricos em detalhes, os sotaques, músicas, a
orquestra é claro, tudo absolutamente encaixado. As vozes belas, as músicas
simples e o bom humor que nunca falta nos trabalhos de Falabela, tudo
redondinho.
“Alô Dolly”, tem texto de Michael Stewart, músicas e letras de Jerry Herman e versão e direção assinadas por Miguel Falabela (o eterno Caco Antibes, ou lindo
loiro de Copacabana). “Alô Dolly”, segundo o que entendi, se passa em mil
oitocentos e alguma coisa, em Nova Iorque e em outra cidade e narra a história
de Dolly Levi, uma viúva casamenteira lindamente interpretada por Marília Pêra,
é contratada pelo comerciante viúvo e grosseirão, Horácio Vandergelder para
arranjar-lhe uma esposa. Quem interpreta Horário é Miguel que sem muita
dificuldade estimula o riso da plateia. Assim, Dolly o apresenta a Irene
Molloy, até que decide que ela mesma o conquistará. Há ainda Cornélio Hackl,
funcionário de Horácio que está sempre metido em confusões com seu fiel escudeiro
Barnabé Tucker e se apaixona por Irene. Além
de tentar garantir seu próprio casamento, Dolly também ajuda Ambrósio Kemper a
namorar Ermengarda, sobrinha de Horácio, que faz oposição ao romance por que o
rapaz é pobre.
“Alô DollY!” estreou em 1964 e é
um dos musicais de maior sucesso na história da Broadway arrebatando 10 Prêmios
Tony. Aqui no Brasil já foi montado, com Bibi Ferreira e Paulo Fortes. Fiquei curiosa
sobre como foi, se chegou, pois o atual “Alô Dolly!” é divertido e lindo, porém
cansativo e não chega. Chega a força de Pêra que faz pelo menos umas cinco
trocas de roupas e canções solos.
É literalmente um grande espetáculo com bons motivos para dar risada. Mas a melhor piada da noite foi na saída do teatro, ler algo, como: “esse espaço é espaço para democracia” ou algo assim ri descompassadamente e refleti.
É literalmente um grande espetáculo com bons motivos para dar risada. Mas a melhor piada da noite foi na saída do teatro, ler algo, como: “esse espaço é espaço para democracia” ou algo assim ri descompassadamente e refleti.
ALÔ, DOLLY! - Texto de Michael
Stewart. Músicas e letras de Jerry Herman. Versão e direção de Miguel
Falabella. Com Marília Pêra, Miguel Falabella e grande elenco. Teatro Oi Casa
Grande. Quinta e sexta, 21h. Sábado, 18h e 21h30. Domingo, 19h.
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