quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Alô Dolly!


Chegar ao Oi Casa Grande e de imediato sentir as divisões de setores, mesmo antes de entrar no teatro que é enorme. Sentei-me na seção dois e devo admitir que se minha miopia fosse um pouco mais acentuada eu não teria visto absolutamente nada, tamanha a distancia do palco. E eu seguiria nessa linha de reclamação interna não fosse a deliciosa música da orquestra que ali se apresentava ao vivo para somar ao espetáculo, ali fui fisgada.

Abrem-se as cortinas e: - Nossa! Que grandioso que rico, que bonito, enchi os olhos e assim lógico aumentou a expectativa e o fato é que as expectativas foram além do que o espetáculo apresenta. Com isso não quero nem de longe dizer que não seja um bom espetáculo, pois o é. Marília Pêra, Frederico Reuter, Ubiracy do Brasil, Patricia Bueno, Ricardo Pêra (filho de Marilia, e garanto a intimidade chega aos nossos olhos), Miguel Falabela e os demais cumprem muito bem seus papeis, o cenário é um deslumbre, os figurinos ricos em detalhes, os sotaques, músicas, a orquestra é claro, tudo absolutamente encaixado. As vozes belas, as músicas simples e o bom humor que nunca falta nos trabalhos de Falabela, tudo redondinho.
 “Alô Dolly”, tem texto de Michael Stewart, músicas e letras de Jerry Herman e  versão e direção assinadas por Miguel Falabela (o eterno Caco Antibes, ou lindo loiro de Copacabana). “Alô Dolly”, segundo o que entendi, se passa em mil oitocentos e alguma coisa, em Nova Iorque e em outra cidade e narra a história de Dolly Levi, uma viúva casamenteira lindamente interpretada por Marília Pêra, é contratada pelo comerciante viúvo e grosseirão, Horácio Vandergelder para arranjar-lhe uma esposa. Quem interpreta Horário é Miguel que sem muita dificuldade estimula o riso da plateia. Assim, Dolly o apresenta a Irene Molloy, até que decide que ela mesma o conquistará. Há ainda Cornélio Hackl, funcionário de Horácio que está sempre metido em confusões com seu fiel escudeiro Barnabé Tucker e  se apaixona por Irene. Além de tentar garantir seu próprio casamento, Dolly também ajuda Ambrósio Kemper a namorar Ermengarda, sobrinha de Horácio, que faz oposição ao romance por que o rapaz é pobre.
“Alô DollY!” estreou em 1964 e é um dos musicais de maior sucesso na história da Broadway arrebatando 10 Prêmios Tony. Aqui no Brasil já foi montado, com Bibi Ferreira e Paulo Fortes. Fiquei curiosa sobre como foi, se chegou, pois o atual “Alô Dolly!” é divertido e lindo, porém cansativo e não chega. Chega a força de Pêra que faz pelo menos umas cinco trocas de roupas e canções solos.
É literalmente um grande espetáculo com bons motivos para dar risada. Mas a melhor piada da noite foi na saída do teatro, ler algo, como: “esse espaço é espaço para democracia” ou algo assim ri descompassadamente e refleti.

ALÔ, DOLLY! - Texto de Michael Stewart. Músicas e letras de Jerry Herman. Versão e direção de Miguel Falabella. Com Marília Pêra, Miguel Falabella e grande elenco. Teatro Oi Casa Grande. Quinta e sexta, 21h. Sábado, 18h e 21h30. Domingo, 19h.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Some:

Corpos Velhos: Para que servem?

Por Roberta Bonfim Tudo que se vive é parte do que somos e do que temos a comunicar, nossos corpos guardam todas as memórias vividas, muit...