Era domingo e o dia tinha ficado pequeno para tantos
quereres, assim chegamos aos 45 do segundo tempo ao teatro Oi Casa Grande, para
assistir ao espetáculo Elis, O Musical,
de Nelson Motta e Patrícia Andrade e direção de Dennis Carvalho. Logo que
descemos do taxi, demos de cara com Miguel Falabella, de quem eu
particularmente sou fã e tive de me segurar para manter a postura e seguir para
o meu destino. Subimos. E subimos mais um pouco, ficamos na penúltima fila do
teatro. Quem já foi ao Oi Casa Grande e observou suas dimensões vai entender o
que isso quer dizer. Ele é grande, e eu mais uma vez me impressionei com seu
tamanho e com a deliciosa lotação do teatro. Um público diverso transita entre
as fileiras apertadas. Todos querendo ver a talentosíssima Laila Garin, todos
querendo ver nela a inesquecível Elis Regina, a pimentinha.
E começou o espetáculo, a narrativa sobre uma Elis
e seu desenvolvimento e recomeços. Talvez pela distância espacial, ou
conceitual, mas tiveram momentos em que tive extrema dificuldade na conexão com
o espetáculo. A técnica, luz, cenário, corpo de baile são bem bonitos, mas o
espetáculo tenta ser engraçado a partir de alguns estereótipos. E se tem uma
combinação que não é de todo digesta é Elis e rótulos.
A performance do elenco é boa, especialmente Laila
que tem uma energia cênica que poucas vezes vi tão de perto. O espetáculo
emociona a plateia em momentos diferentes, a mim, o ponto auto é quando canta O
Bêbado e o Equilibrista. Mas, no geral o espetáculo traz a cena uma Elis mais
mocinha e sensata do que se sente em sua voz.
Ao final a certeza da grandiosa produção e da
dificuldade de falar sobre personalidade tão emblemática. Por isso as palmas
foram quase incessantes e algumas pessoas estavam bem emocionadas. Antes sair
como de costume, me pego lendo repetidas vezes uma frase sobre democracia na de
entrada do Oi Casa Grande.
A volta pra casa com o coração cantando Elis, com a
alma buscando senti-la.
*Espetáculo assistido em dezembro.
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