Quando vi o nome desse filme de imediato lembrei-me de histórias antigas, de pessoas queridas que venderam livros, anuários e até tampas de sanitários de porta em porta em um tempo em que internet era apenas um sonho, e telemarketing, talvez uma idéia distante na mente de alguém.
A questão é que, além disso, muito mais nos é apresentado, pelo longa-metragem dirigido por Steven Schachter, baseado na história real de Bill Porter, no filme interpretado dignamente por William H. Macy.
O homem com paralisia cerebral e todas as limitações da doença; prova que limitações são bobagens e que nada é capaz de nos impedir de viver, se assim quisermos. Com o apoio integral da mãe, que dedica ao filho amor absoluto, ele aprende que pode fazer qualquer coisa. Uma das cenas mais interessantes, e bela por sua simplicidade; é quando Bill desmotivado e irritado pela recusa em seu primeiro dia de trabalho como vendedor “de porta em porta”, vai lanchar e se depara com os dizeres “paciência” e “persistência” no sanduiche feito por sua mãe.
A relação entre mãe e filho é belíssima e nos leva a várias reflexões, principalmente quando a mãe começa a sofrer com esquecimentos, é o Alzheimer. Isso poderia ser a “desgraça” dessa família linda e tão atípica, mas, mais uma vez Bill surpreende e se de divide entre seu trabalho e a responsabilidade com a saúde da mãe que comenta ser um fardo, ao que ele retruca: - “Então, estamos quites!”
Além dessa linda relação outras tantas se estabelecem, tanto com seus clientes que cada vez mais acostumados e conquistados pelo carisma desse homem que tão bem ouve e possibilita assim ser ouvido.
Questões como o adultério, a depressão, a homossexualismo, a posse e o advento da internet nos são apresentadas de forma leve e cotidiana. Mas de alguma forma sobre a ótica de Bill, são seus conselhos os mais simples e compreensivos. Bill é um piadista, que não aceita caridade, e por conta disso acaba por nada aceitar por pensar ser caridade.
Impossível assistir De Porta em Porta sem se emocionar, sem se envolver. Cenas como a da primeira venda de Bill à uma alcoólatra depressiva, Gladys Sullivan (Kathy Baker) e o desenrolar dessa relação, a descoberta do amor frustrado e os sinais de pedido de socorro…
Por mais de 40 anos Bill caminhou 16 quilômetros por dia e para isso contou com sua mãe e com Shelly (Kyra Sedgwick).
Como a história é baseada em fatos reais as emoções são ainda maiores, lembro ter sentido algo semelhante ao assistir “A Procura da Felicidade”. De Porta em Porta é um filme para toda família. Mas aviso as mulheres que como eu choram assistindo filmes, se preparem, pois a lágrimas vão rolar até dos não tão sensíveis.
Título original: (Door to Door)
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