sexta-feira, 8 de julho de 2011

A Ópera do Malandro

 
Quinta feira é um bom dia para ir ao teatro, especialmente um teatro novo, um pouco distante, é fato. Mas preciso admitir, o teatro tem cacife, com direito a salão de entrada, sem contar o aparato técnico e a deliciosa acústica. E foi nesse teatro que estreou o musical A Opera do Malandro, montagem de conclusão do curso de licenciatura em teatro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
A Ópera do Malandro, de Chico Buarque de Holanda, estreou em junho de 1978, no Rio de Janeiro. O texto é baseado na Ópera dos Mendigos (1728), de John Gay, e na Ópera de três vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill. Aqui no Ceará, sob a direção de Thiago Arrais, ela é remontada e remexida.
O espetáculo que tem em média duas horas e meia de duração; é originalmente ambientado em um bordel e narra à história de um típico malandro, Max, contrabandista e o ídolo dos bordéis. Colocando em cena a rivalidade entre dois contrabandistas, que tem como pivô Terezinha (Liliana Brizeno), filha do dono de prostibulos Fernandes Duran (José Sarubby), o espetáculo se desenrola e justifica nas composições do inigualável Chico Buarque de Holanda. Personagens como Geni e “Margot” *(Marina Brito) também chamam atenção.
Originalmente o cenário dessa história é a Lapa, mas no musical dos formandos do IFCE, é a Praia de Iracema que ilustra a cena e o imaginário. Outras características cearenses se mostram presentes, o humor que em alguns momentos força demais barra, ambientações e comentários. Bacana a proposta de aproximar o publico estabelecendo pontos em comum, mas penso que seja preciso estar atento. Outro recurso que não entendi bem foram os vídeos.
Destaque para atriz Liliana Brizeno que mostrou a que veio e encantou com sua bela voz, outro destaque é a atriz Marina Brito, é nítida a segurança das duas em cenas e assim elas crescem. Tanto que a meu ver as cenas mais fortes são as que elas contracenam, especialmente a da cadeia. Incomodou-me um pouco a feminilidade de alguns personagens que estavam ali para serem malandros, mulherengos, garanhões.
O que por vezes falta ao elenco, sobra na banda, que dá um show, propondo uma roupagem mais atual, sem perder a qualidade das canções de Chico. OUtro ponto auto são as imagens formadas nas sombras que ambientam e dão ritmo. No mais gosto do espetáculo e respeito à iniciativa, sou plena fã de musicais e esse como diz um amigo: Esse tem fôlego, mas precisa de mais energia.
* Não estou bem certa do nome da personagem.
SERVIÇO
ÓPERA DO MALANDRO
Quando: Terças e quintas de julho, às 20h
Onde: Teatro Via Sul (Av. Washington Soares, 4335 – 3º piso)
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Info.: 3404 4027 ou operadomalandroifce.com
P.S. Se alguém tiver fotos do espetáculo me envia por favor. Grata!

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