domingo, 6 de novembro de 2011

Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro

 

Quinta feira 4;30 h da tarde, me vejo indo ao cinema, assistir a competição internacional de curtas, uma das mostras do Festival Internacional de Curtas Metragem. Diferente do Festival do Rio de longas, a sala estava vazia e eu fiquei bem triste. O evento  de graça. Tudo bem, o horário dificulta. Pensando nisso fiquei pra sessão da noite.

Dentre todos os filmes do dia apenas três ainda caminham por entre minha memória, são eles; O Céu no andar e baixo, Praça Walt Disney e se não me falhe a memória Setor 8. Esse último que foi na realidade o primeiro do dia tem vez de documentário e mostra uma realidade muito deferente e ao mesmo tempo tão similar a nossa. São pessoas querendo sobreviver. São pessoas vivendo essa mistura distorcida de tecnologia e pobreza.

Do internacional lembro-me também, muito vagamente de um curta que falava sobre o aborto, de tão silencioso e tenso ao falar sobre o tema, causou-me sono e desconcentração. No mais vi um cinema talvez diferente do comum, longo, mesmo quando curto. Não sei a certo.

De noite o publico no Odeon foi um pouco maior que o da tarde na Caixa Cultural, mas nada que chamasse atenção extrema. E só não digo sorte de quem ficou em casa, por que é importante que se veja de tudo, para poder dar o mérito a quem o merece. Todos! É preciso muita coragem pra ir até a frente defender uma idéia em tão pouco tempo.

Mas preciso admitir que, não fiquei muito feliz com o que vi, foi uma surpresinha de Festival, elas sempre existem, em todos. Mas foram filmes que deram espaço para indagações. Curtas como; Queda e Corpo Presente só despertaram em mim frustração, pelas cenas que poderiam ter se formatado e não aconteceram.

Dessa noite o destaque maior foi do ganhador do festival; Praça Wald Disney e a animação que peca pela verborragia, O Céu no Andar de Baixo. Ao final um debate morno que eu não quis ficar.

Na sexta teimei, eu sabia que mais teria para ser visto, mesmo por que foi a estréia do curta protagonizado pela talentosa amiga Ana Georgina Castro. Desde a entrada um clima diferente, alguns amigos na fila para assistir Georgina. Formou-se ali um belo encontro cearense.

Dos filmes da sexta, destaque para Lavagem, da Paraíba, direção de Shiko Shiko; Memórias Externas de uma Mulher Serrilhada, São Paulo,direção Eduardo Kishimoto e Assunto de Família, com direção de Caru Alves de Souza.

Lavagem por ser honesto, simples e enorme. Falta algo para justificar as cenas do prazer na lama. Seria referencia a Adão e Eva? Memórias Externas de uma Mulher Serrilhada, para além de ter a amiga como protagonista, faz uso de mídias diversas, de baixa resolução, para fazer uma critica a banalização e exposição da vida moderna. Destaque para cena final em que a atriz e o diretor se confiam absolutamente e realizam algo que só posso chamar de arrepiante. Histórias de família retratam a hipocrisia e o receio em assumir seus desejos, a catarse que volta ao mesmo eixo central, sem eixo.

Ao final um debate mais quente que o da noite anterior, onde se levantou o tema do machismo e da exposição do corpo feminino. E uma francesa, entendeu melhor um filme nacional que muitos de nós.

É preciso falar sobre a falha no som em todos os filmes, mas isso não é responsabilidade dos convidados, mas sim da produção do evento que precisaria dispor de melhor equipamento de áudio.

No mais o Festival foi bom, desempenhando seu papel de apresentar novos trabalhos, novas idéias e experimentos, novas pessoas, fazendo assim a união do cinema nacional que felizmente vem caminhando em desenvolvimento.

Viva o cinema!

Roberta Bonfim

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