“Vai rolar uma estreia hoje na
Caixa Cultural as 19hrs, vamos?” ao que eu sem nenhuma dificuldade, disse: Ok!
Lá fomos nós, primeiro passamos pelo Sesc Ginástico para trocarmos os ingressos
do espetáculo “Sem Pensar”, que também estreou ontem (24.04), com Denise Fraga,
mas sobre esse falarei depois.
Ao chegarmos finalmente á Caixa
Cultural vejo uma fila. Adoro ver filas no teatro, mas quando entramos olhei ao
redor e éramos poucos para uma estreia, éramos poucos para uma estreia com um
elenco tão extenso, éramos poucos e pronto. Mas logo transcendi a esse fato por
ter sido tomada pela urgência de decifrar antes que se revelasse o que se
dizia. Confuso? Também achei em um primeiro momento, mas depois bem comecei a
gostar da brincadeira. E assim se seguiu o espetáculo, repleto de brincadeiras,
mas também de coisas sérias, fabulas, comédia, drama psicológico e o indispensável
humor ácido, normalmente usado para nos furtar algumas boas risadas. Mas no
geral me senti por vezes assistindo à um espetáculo de final de curso, não sei.
O espetáculo que se costura e
completa, ou se propõe a isso, trás consigo uma sacada interessantíssima, o
jogo com papelões, e é exatamente de papelão que é feito todo o cenário e como
um mosaico as histórias acontecem e as sequencias se alteram. Com direção de
César Augusto e Susana Ribeiro o espetáculo é a interserção de algumas
histórias que se encaixam no decorrer da encenação. Encontro no blog de Lionel
Fischer, (http://lionel-fischer.blogspot.com.br/2011/05/teatrocritica-autopecas-2-pecas-de.html)
“”Autopeças' é o resultado de uma oficina de dramaturgia realizada pela Cia.
dos Atores que buscou novos talentos nas diversas áreas que um espetáculo de
teatro comporta. “Entre os envolvidos estão atores, autores, diretores e
técnicos”. – trecho extraído do release que lhe foi enviado, resume uma
proposta absolutamente válida, ainda que seu resultado seja um tanto confuso.”
Bem, depois que tenho tal
informação algumas lacunas se justificam. Mas ficam outras dúvidas: onde
aconteceram tais oficinas? Quando foram suas inscrições? Onde foi divulgado? Enfim...
Ao fim eu gostei da encenação
como um todo, mas sem grandes momentos, a meu ver o que de fato chama muitíssima
atenção é o cenário de Bia Junqueira e a
iluminação de Paulo César Medeiros. No mais, continuo com uma vontade latente
de sair de um espetáculo sem folego, reflexiva, mexida.
Aplausos e correria!
Já na frente do teatro Sesc Ginástico
e encarando mais uma fila, agora para estreia carioca do espetáculo “Sem Pensar”,
com Denise Fraga e elenco. Devo admitir minha alegria por saber que o
espetáculo já esteve em solo Cearense, bom demais ver Fortaleza no circuito. –
Voltando a fila, bem essa parecia não ter fim e eu já tinha desanimado de
assistir quando me vi dentro do teatro. Quando olhei o palco, fiquei impressionada,
eu moraria ali, havia uma casa, a casa dos meus sonhos em estrutura em cima do
palco. O cenário de Valdy Lopes um sobrado em recorte vertical sem paredes, apenas delimitação de espaços), desviei a visão do cenário para observar o
publico e me dei conta da lotação do teatro, lembrei de imediato da sala
anterior...enfim... Era Denise Fraga e a certeza de boas risadas.
Começa o espetáculo e: Tudo me
parece tão grande, tão real, não sobra espaço para minha mente criar junto,
então transcendo a isso e me deixo levar, passeio por entre a casa com essa família
que vai se apresentando em suas maestria, carência e solidão, a novidade é
narrar dramas familiares de forma engraçada, deixando mais leve a comunicação
sobre temas tão relevantes, como casamento, amizade, relações, assédios. E tudo
ali muito as claras, talvez um pouco demais para uma sociedade ainda tão
coberta pelo véu da hipocrisia, tanto que alguns puseram cara feia e teve quem
sem nenhum pudor levantou-se e saiu no meio do espetáculo. Mas de fato, não
faltou algo? O espetáculo fala sobre uma
criança de 13 anos que se apaixona pelo inquilino de 21. Normal! Quem nessa
idade não teve uma paixão platônica e/ou possível com alguém mais velho, o que
não pode ser esquecido é que cada fase precisa ser minimamente respeitada.
Tecnicamente falando, tenho pouco
a falar, a Denise Fraga é linda, forte e absolutamente natural em cena , assim
como Kiko Marques, Júlia Novaes, Kauê Telloli e Virgínia Buckowski que com
carisma e graça dão o toque especial ao texto de Anya Reiss, dramaturga de
apenas 20 anos.
“Sem Pensar” marca a primeira direção teatral
do cineasta Luiz Villaça, que encara contar a história que relata o fim de
semana em que Delilah (Júlia Novaes) completará 13 anos. Ao lado das
brincadeiras de suas três amigas, a menina assiste a verdadeiros rounds de luta
verbal entre seus pais, ao mesmo tempo em que se apaixona por Daniel (Kauê
Telloli), um rapaz que aluga um quarto de sua casa. O casal Vicky e Nick
(Denise e Kiko) não consegue superar uma traição cometida pelo marido e as
brigas são constantes; eles nem percebem que a filha vive um momento especial:
além de deixar o mundo infantil, Delilah vive seu primeiro amor, sem dá conta
que a diferença de idade entre eles pode causar problemas sérios. Ao final
parece-me que tudo paira na superfície, e mais uma vez saiu sem de um
espetáculo tecnicamente interessante, mas que não consegue provocar. Enfim... A
questão é que vale conferir e dar boas risadas, é também uma boa pedida para
dizer algumas verdades sem abrir a boca. Deixo a dica para encerramento mais
verdade ao dizer que é ela apenas uma criança.
Na saída cliques, famosos e uma
multidão, sorrisos olhares e eu olhei tudo aquilo parti.