O
que é a vida? Para quê vivemos? Esses são questionamentos frequentes em todos,
acredito eu. Mas que certamente ficam mais evidentes após assistir “Raul - O
Inicio, o Fim e o Meio.”, o documentário dirigido por Walter Carvalho, que chega
a formula ideal de como fazer um documentário sobre um Mito, consegue, chegar e
agradar aos mais diversos tipos de público e causar as mais inusitadas reações,
por envolver temas, tipos e músicas que nos abraçam, sem distinção.
Em
alguns momentos do filme, tive a sensação de que o documentário foi na
realidade feito também por Raul e seus amigos que gravavam tantas coisas e
selecionaram bem seus momentos particulares, o que (a mim) deixa claro seu amor
por tudo aquilo que ele já não sabia, nem queria, controlar. Raul começou a
caminhada partindo de sua admiração pelo também mito Elvis Presley, o jovem
careta que acabou trabalhando como produtor musical e ficou o pé certo de ser
musico, cantor, compositor. Suas composições tornaram-se populares, mas foi em
sua voz que ganharam vida e conquistaram (e conquistam) gerações. Era época de
baiano, o Tropicalismo seguia em paralelo, enquanto o baiano Raul Seixas
misturava Luiz Gonzaga com música internacional e fazia seu Rock, atraindo
multidões.
Com
a parceria de Paulo Coelho (abro esse parêntese por fui leitora nata e fiel de
Paulo Coelho, dessa forma conheci um Paulo outro, mesmo sendo o mesmo, sei lá.
A verdade é que esse documentário me apresentou também um pouco do homem que eu
li e que tanto me inspirou a escrever e sonhar em ser Brida, e ter Mentor.
Ainda na adolescência escrevi-lhe certa vez e recebi resposta. Era época que
boas novas chegavam pelo correio. Acho que tenho esse cartão até hoje guardado
em Fortaleza. Pronto! Falei! (RS)). Muitas mudanças começaram, em todos os
setores de sua vida (se é que a vida é setorizada).
O documentário trata de uma
história quase mítica, cheia de misticismo e força, além de amores, drogas,
sons e escolhas. E uma vontade enorme de ser. Com jogos de ego, compunha-se
música em ambiente de vaidade, ditadura e desejo por liberdade. E Raul seguido
por multidões clamava por uma sociedade alternativa. Cenas como essa, enriquecem
ainda mais o documentário que trás depoimentos belos e difíceis, e assim, Raul
se desnuda em tantos, que permanece uma incógnita.
Nos
120 minutos de filme, somos apresentados aos 26 anos de carreira de Raul Seixas
e suas nuances entre ser idolatrado e amado, aclamado e esquecido. Mas o que
também fica claro é que Raulzito foi, e é amado. Talvez o problema é que a
humanidade ainda não aprendeu a amar e nem a receber amor, vamos só até a
página dois.
Existem
algumas questões técnicas que poderiam ser citadas, mas Raul – O Inicio, o Fim e o Meio, é daqueles casos em que a
história é infinitamente maior que qualquer questão que possa haver. Pois se
trata de um homem que aos pés da morte resolveu e foi amado por seu publico até
o fim. E que toque Raul!
Bacana Robertinha!!!!
ResponderExcluirVerei para comentarmos....
Beijos.