sábado, 5 de maio de 2012

Raul - O Inicio, o Fim e o Meio


                O que é a vida? Para quê vivemos? Esses são questionamentos frequentes em todos, acredito eu. Mas que certamente ficam mais evidentes após assistir “Raul - O Inicio, o Fim e o Meio.”, o documentário dirigido por Walter Carvalho, que chega a formula ideal de como fazer um documentário sobre um Mito, consegue, chegar e agradar aos mais diversos tipos de público e causar as mais inusitadas reações, por envolver temas, tipos e músicas que nos abraçam, sem distinção.
         Em alguns momentos do filme, tive a sensação de que o documentário foi na realidade feito também por Raul e seus amigos que gravavam tantas coisas e selecionaram bem seus momentos particulares, o que (a mim) deixa claro seu amor por tudo aquilo que ele já não sabia, nem queria, controlar. Raul começou a caminhada partindo de sua admiração pelo também mito Elvis Presley, o jovem careta que acabou trabalhando como produtor musical e ficou o pé certo de ser musico, cantor, compositor. Suas composições tornaram-se populares, mas foi em sua voz que ganharam vida e conquistaram (e conquistam) gerações. Era época de baiano, o Tropicalismo seguia em paralelo, enquanto o baiano Raul Seixas misturava Luiz Gonzaga com música internacional e fazia seu Rock, atraindo multidões.


            Com a parceria de Paulo Coelho (abro esse parêntese por fui leitora nata e fiel de Paulo Coelho, dessa forma conheci um Paulo outro, mesmo sendo o mesmo, sei lá. A verdade é que esse documentário me apresentou também um pouco do homem que eu li e que tanto me inspirou a escrever e sonhar em ser Brida, e ter Mentor. Ainda na adolescência escrevi-lhe certa vez e recebi resposta. Era época que boas novas chegavam pelo correio. Acho que tenho esse cartão até hoje guardado em Fortaleza. Pronto! Falei! (RS)). Muitas mudanças começaram, em todos os setores de sua vida (se é que a vida é setorizada).
           O documentário trata de uma história quase mítica, cheia de misticismo e força, além de amores, drogas, sons e escolhas. E uma vontade enorme de ser. Com jogos de ego, compunha-se música em ambiente de vaidade, ditadura e desejo por liberdade. E Raul seguido por multidões clamava por uma sociedade alternativa. Cenas como essa, enriquecem ainda mais o documentário que trás depoimentos belos e difíceis, e assim, Raul se desnuda em tantos, que permanece uma incógnita.
              Nos 120 minutos de filme, somos apresentados aos 26 anos de carreira de Raul Seixas e suas nuances entre ser idolatrado e amado, aclamado e esquecido. Mas o que também fica claro é que Raulzito foi, e é amado. Talvez o problema é que a humanidade ainda não aprendeu a amar e nem a receber amor, vamos só até a página dois.
                Existem algumas questões técnicas que poderiam ser citadas, mas Raul – O Inicio,  o Fim e o Meio, é daqueles casos em que a história é infinitamente maior que qualquer questão que possa haver. Pois se trata de um homem que aos pés da morte resolveu e foi amado por seu publico até o fim. E que toque Raul!

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