sábado, 12 de maio de 2012

Meu País





Logo que ouvi falar sobre o filme, a curiosidade me tomou de súbito. No elenco principal, o brilhante Paulo José, Debora Falabella, Rodrigo Santoro e Cauã Reymond, além de Anita Caprioli. Com um elenco como esse, há também a certeza de um bom filme. E “Meu País”, de André Bistum, definitivamente é um filme bom, que trata de humanidade, aprendizado e respeito.
                O filme começa com Armando, interpretado dignamente por Paulo José, chamando por Tiago, ao tempo que conversa com o cachorro e tenta deixar mensagem. Daí corta para uma festa e de lá, para Itália, onde somos apresentados a Tiago (Cauã Reymond) e Marcos (Rodrigo Santoro).  Até ai nenhum relação entre os três personagens, que são na realidade pai e filhos. Com a morte de Armando, Marcos volta ao Brasil e trás consigo a namorada (filha de seu chefe), para o enterro do pai de quem havia se afastado já há algum tempo. É do encontro entre esses irmãos que se amam, mas que parecem completos desconhecidos, somados a descoberta da existência de um irmã, Manuela, vivida impecavelmente por Debora Falabella.
                Manuela tem 24 anos, mas idade mental de uma criança. É em sua pureza e ingenuidade que se percebe todas as parcelas de amor que afloram no decorrer do longa, que mostra toda a transformação de padrões e relações de uma família. Mas talvez seja Marcos quem viva a mais profunda metamorfose e esse é um dos pontos mais altos do filme, pois essa transformação não é brusca, ao contrário é organificada, quase psicológica, mas com ação. É a mutação nos padrões de cada um dos personagens, repletos de humanidade que encanta, por ser dramático e singelo.
                A narrativa é segura e tem um ritmo bom de seguir, o roteiro é algo que dá vontade de ler e a direção é auspiciosa, a questão é que o conjunto da obra nos deixa em estado de curiosidade, que segue por todo filme dentro desse âmbito de relações, onde se começa a ver e perceber o outro e é a partir desse outro que se estabelecem as muitas transformações.
                “Meu País”, ao contrário do que imaginei ao ver o título, não fala sobre questões politico-sociais, mas sobre nosso País familiar, os laços mais fortes e despretensiosos. Vale muito conferir.

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