Três Exposições e uma Oração. É isso que encontramos ao
chegarmos a Caixa Cultural (RJ). Ainda no térreo a exposição “A Arquitetura
Portuguesa pelo Traço de Lucio Costa”. Admito meu pouco conhecimento
arquitetônico e compreensão da exposição, ao tempo que preciso dizer que melhor
que a fotos e desejos, rabiscos, enfim, assim me parecem. Mas em meio a todos
esses elementos que tão pouco entendi, vi algo que entendo bem. Vi gente de
olhos brilhando e garanto-lhes: Olhos brilhando é um dos mais fortes sinais de
fascinação, amor. Então, esqueci a exposição bela, mas que eu nada entendia e
os observei admirando tudo aquilo, eles sorriam, falavam, encontravam
explicação que depois que eles diziam, pareciam-me obvias ao novo olhar. Mas
admito que ali, não entendi, nem vi muito da exposição, vi o como eles viam
maravilhas, no que eu via rabiscos geniais.
Não me detive muito mais, e subi o espiral das escadas.
Ali, três opções. Então, parei e
pensei: - Por onde começar? - O raciocínio foi certo, e assim segui meu
caminho, começando com “Mural Itália-Brasil”, onde tive de piscar várias vezes
até acostumar os olhos com tantas cores, grafites super bacanas, sorri sozinha
olhando alguns. Lembrei do Museu Renato Russo, em Brasilia e seus muros de grafite. Ao fim uma porta que leva a uma sala de projeção, antes de
entrar, nas duas laterais explicações sobre o projeto que ao que consegui ler, (antes
de ficar muito incomodada com a iluminação), pareceu muito legal, o que eu já
tinha percebido. Na sala de projeção vídeos de making off, legais e uma
diversão interativa, que eu mexi horrores como criança brincando de videogame
pela primeira vezes. Foi uma diversão. Dali sai em sorrisos leves.
E segui sem pestanejar, demais,
para “Exposição Macanudismo”. E como ri, com aquelas tirinhas, quadrinhos, e
livros. Primeira experiência treinar meu fraco e enferrujado espanhol e
confirmar a descoberta em algumas traduções. Reencontrei dois personagens que
eu me encantei a algum tempo atrás e tinha perdido o contato, o gato Felline e
Enriqueta. Nosso reencontro foi divertidíssimo, ali também conheci outros
tantos personagens e ri baixinho. Personagens do argentino Ricardo Liniers Siri, há dez anos publicados no jornal "La Nación”. Uma doce brincadeira para um
sábado à tarde. Quis meus irmãos por perto, penso que o Igor ia curtir.
Enfim...
Por fim: “A Divina Comédia de
Dali”, algo do tipo... Fiquei sem palavras, nem sei muito sobre artes
plásticas, mas ali se tratava de Dali, um dos caras que mais me segura com suas
pinturas que são poemas, ou poesias. E Dali não estava só, mas na singela
companhia de Dante, que fez pelo que entendi grande parte de sua comédia “imagética”
acompanhado por Públio Virgílio Marão, importante poeta romano (http://www.suapesquisa.com/biografias/virgilio.htm).
Assim é possível seguir por todas as telas cheias de tantas coisas, que causam
tanto... Encontrei porém, uma dificuldade, ler as legendas, assumo minha miopia,
acreditando também que as legendas precisavam ser maiores, estamos tratando de
grandes mestres. Exposições assim não admitem falhas tão primarias. No mais: Pleno espetáculo, pura magia em textos, imagens e simetria, a mesma história
contada de três formas no mínimo. Há quem diga que existe por trás dos poemas
com tanto embasamento cristão outra história. Quem saberá?
Sai maravilhada e com gosto de
quero mais, no entanto, julguei-me exagerada e parti. Na
segunda fui convidada a ir ver a exposição e em ótima companhia que tanto mais
me esclareceu sobre a obra e as tais questões poéticas do purgatório. J
Vale conferir todas as
exposições!