Por Roberta Bonfim
Festival de Cinema do Rio, 2011.
Esse filme participou, e eu tentei de toda forma ver. Não consegui, e o mesmo
se repetiu por algum tempo. Ontem, no entanto, consegui. E que bom que
consegui.
A
princípio me pareceu meio confuso e clichê, mas logo essa primeira impressão
foi quebrada e então consegui ver a beleza do filme, suas cores, tons, discursos
e possibilidades. Mas o que mais se destacou foi o talento indiscutível de
Camila Pitanga.
O
filme que tem como linha condutora da história a fotografia passa por três
possibilidades de vida da protagonista Lavínia, vivida por Pitanga. É no
desenvolver de suas trajetórias que somos apresentados a dois homens
apaixonados (cada um com sua paixão) - o pastor Ernani (Zécarlos Machado) e o
fotógrafo Cauby (Gustavo Machado).e as três... Três não, quatro, mulheres em
uma só. A questão é, que o filme desde o seu titulo poético “Eu Receberia as
Piores Noticias dos seus Lindos Lábios”, tirado ipsis literis do romance de
Marçal Aquino, fala sobre o amor.
É um drama! É dramático pois todos
dão-se a uma terra rica de ancestralidade, como a região Amazônica, mas na
realidade nenhum pertence aquele lugar Cauby um fotografo, que inspira vida
errante, um desgarrado de si mesmo, e talvez, em busca de uma nova identidade. O
Pastor também, assim como Lavínia vão para Amazônia deixando para trás uma
história que a partir da metade do filme começa a se desenrolar e a nos explicar
muito mais. Assim, nos envolvemos nesse triângulo
amoroso entre pessoas que buscavam-se e apresentam-nos um pouco da Região.
Particularmente gosto da atuação de Gero Camilo, como o jornalista amigo de
Cauby. Outro personagem é o ambiente, o
local, as gentes., a cidade amazônica, onde se desenrola a trama, que soma o
romance, aos concorridos sermões de Ernani, das reivindicações dos moradores,
da luta pela terra e pela preservação da natureza. Tudo se costura do filme de
maneira natural, dando a impressão que documentário e ficção dialogam. Outra curiosidade é que esses personagens são
vistos de perto e de longe, existem momentos em que é possível quase senti-los
e outros em que voltamos ao nosso mero papel de espectador.
O filme que tem direção de Beto
Brant e Renato Ciasca, e fotografia de Lula Araújo, é, portanto um mergulho ao
que nos conta e mostra a história do Brasil., uma verdadeira pintura colorida.
Ponto auto também para trilha sonora sensível.
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