terça-feira, 28 de agosto de 2012

Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios


                                                                                                                                                                                   Por Roberta Bonfim
Festival de Cinema do Rio, 2011. Esse filme participou, e eu tentei de toda forma ver. Não consegui, e o mesmo se repetiu por algum tempo. Ontem, no entanto, consegui. E que bom que consegui.
                A princípio me pareceu meio confuso e clichê, mas logo essa primeira impressão foi quebrada e então consegui ver a beleza do filme, suas cores, tons, discursos e possibilidades. Mas o que mais se destacou foi o talento indiscutível de Camila Pitanga.


                O filme que tem como linha condutora da história a fotografia passa por três possibilidades de vida da protagonista Lavínia, vivida por Pitanga. É no desenvolver de suas trajetórias que somos apresentados a dois homens apaixonados (cada um com sua paixão) - o pastor Ernani (Zécarlos Machado) e o fotógrafo Cauby (Gustavo Machado).e as três... Três não, quatro, mulheres em uma só. A questão é, que o filme desde o seu titulo poético “Eu Receberia as Piores Noticias dos seus Lindos Lábios”, tirado ipsis literis do romance de Marçal Aquino, fala sobre o amor.
É um drama! É dramático pois todos dão-se a uma terra rica de ancestralidade, como a região Amazônica, mas na realidade nenhum pertence aquele lugar Cauby um fotografo, que inspira vida errante, um desgarrado de si mesmo, e talvez, em busca de uma nova identidade. O Pastor também, assim como Lavínia vão para Amazônia deixando para trás uma história que a partir da metade do filme começa a se desenrolar e a nos explicar muito mais.  Assim, nos envolvemos nesse triângulo amoroso entre pessoas que buscavam-se e apresentam-nos um pouco da Região. 
Particularmente gosto da atuação de Gero Camilo, como o jornalista amigo de Cauby. Outro personagem é o ambiente, o local, as gentes., a cidade amazônica, onde se desenrola a trama, que soma o romance, aos concorridos sermões de Ernani, das reivindicações dos moradores, da luta pela terra e pela preservação da natureza. Tudo se costura do filme de maneira natural, dando a impressão que documentário e ficção dialogam.  Outra curiosidade é que esses personagens são vistos de perto e de longe, existem momentos em que é possível quase senti-los e outros em que voltamos ao nosso mero papel de espectador.
O filme que tem direção de Beto Brant e Renato Ciasca, e fotografia de Lula Araújo, é, portanto um mergulho ao que nos conta e mostra a história do Brasil., uma verdadeira pintura colorida. Ponto auto também para trilha sonora sensível.

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