Por Roberta Bonfim
Chegar ao
CCBB e ser surpreendida; por corpos, emoções e tonos. Tantos sentimentos e tudo
isso em formato de gente, na fôrma do artista. O tamanho das esculturas e suas
tantas posições despertam desejos, reflexões e dúvidas sobre nossos próprios
corpos. Se eles ainda conseguem fazer tais movimentos, se conseguem dizer tanto
mesmo imóveis. Questionamentos como: O que é o corpo? Qual a sintaxe de suas
posições? O que nos fazem sentir? São estímulos provocados conscientemente pelo
artista Ardony Gormiley, que ocupa o térreo e tetos do Centro Cultural Banco do
Brasil no Rio de Janeiro.
Como os sentidos apurados e a mente limpa do mundo externo é possível subir ao primeiro andar e se deslumbrar com a Exposição Viva Elis, que celebra a grande estrela da música popular brasileira e narra além de sua própria história, também a da televisão, do Brasil e seus movimentos culturais. Há 30 anos o Brasil se despedia de uma das grandes vozes da música brasileira. Partia Elis Regina, a “pimentinha” como ficou conhecida no inicio de sua carreira que coincidiu com o grande “Bum” da televisão brasileira e seus festivais de música. Elis estreou na televisão e foi uma das primeiras a entender e sofrer com a idéia de ser celebridade, e ter sua vida exposta. Foi revolucionaria, ao optar por festivais universitários e pela defesa da arte, sem nunca ter feito parte de “patotas”.
Essas e outras tantas questões integram o projeto, Nívea Viva Elis, idealizado por João Marcello Bôscoli, filho da interprete que sob patrocínio exclusivo da Nívea que teve início em março aqui no Rio de Janeiro, com apresentação de Maria Rita que subiu ao palco pela primeira vez para interpretar canções eternizadas na voz de sua mãe.
Rica e diversificada a exposição multimídia conta com cerca de 200 fotos de Elis Regina, além de trechos de entrevistas, ingressos, porters de shows, vídeos de apresentações, especiais de televisão, replica de figurinos, revistas e jornais da época, depoimentos de artistas, além de toda sua discografia disponível aos que tiverem tempo e vontade de desfrutar Elis. O conteúdo da exposição, sob curadoria de Allen Guimarães, é composto por arquivos da família, materiais cedidos pela imprensa e doações de milhares de fãs, e conhecidos de Elis, que entraram em contato assim que tiveram conhecimento do projeto. Assim a exposição é produto de muitos, de todos e de Elis.
Eu que não tive a chance de assistir Elis, enchi-me de uma alegria inexplicável e uma admiração dessa menina-mulher completamente a frente do seu tempo, e também do nosso
Aberta ao público
gratuitamente, de terça a domingo, a exposição ocupa oito salas do primeiro
andar do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB).
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