Por Roberta Bonfim
Este filme com este título nem de
longe esteve como filme dos meus sonhos, ainda mais depois de Cilada.com, do
qual não gostei nem um pouco, talvez pela frustração de ter me deparado com
algo aquém do que já se tinha com Cilada (Multishow).
A questão é que após tantas
propagandas, fui ficando curiosa. Alguns comparativos com Os Normais, também
foram imprescindíveis, para que meu desejo por ver o filme aumentasse e por fim,
lá estávamos, eu e aqueles três homens sós e inseguros naquele mesa de boteco
conversando.
Primeira percepção obvia, mesa de
bar é terapia. E como toda terapia, pode ser bem interessante. Nossos personagens
são amigos, três homens heterossexuais, amigos e confidentes, um tanto antiéticos
vez ou outra. Mas quem não o é depois de alguns chopp’s? Bruno Mazeo e seu tino
para comédia conquistam no papel do homem apaixonado e dependente, em suas
paixões adolescentes, em todos os sentidos. Marcos Palmeiras, que inicia o
filme com um discurso sobre o ser homem, dá um show e deixa claro o quanto alguns
homens precisam de mais do casamento, porém, não sabem pedir. Já Emilio Orciollo
Netto, é o solteiro convicto e tão só. A questão é que esses três são respectivamente;
Fernando, Honório e Afonso (Fonsinho).
As piadas beiram o machismo, mas
são na realidade prova da carência masculina que não tem sabido como agir em
meio as tantas revoluções femininas. Sob a direção de Felipe Joffily, também responsável
pelo longa, Muita Calma Nessa Hora, E ai Comeu?, beira cair no clichê sem
graça, mas sempre que se ver a beira do abismo, nos tira boas risadas, de
situações cotidianas e inusitadas. Entre as histórias de macho dos três
protagonistas, existem suas mulheres Dira Paes, que interpreta Leila esposa de
Honório, Vitória, ex-mulher de Fernando, interpretada pela querida Tainá
Muller, além de Juliana Schalch, que ensina sobre amor para Fonsinho, temos a
jovem Laura Neiva.
Mas quem dá um show em história e
swing é Seu Jorge, que faz comentários bem engraçados no decorrer do filme.
Atores renomados, como José de Abreu, Murilo Benicio e as lindas Juliana Alves
e Renata Castro Barbosa, dão mais um toque especial ao filme de Felipe.
Assim o longa metragem permeia
entre o machismo e a negação do mesmo, lembrou-me nossa sociedade que vem
tentando aprender a lidar com os novos. Ponto forte do filme são as explicações
do narrador Marcos Palmeiras, que lembram a sacada do Cilada, quando Mazeo
explicava a cena na pele de outros personagens.
É um filme para se ver junto, com
amigos ou em casal, pois deixa margens a boas piadas internas. O ideal talvez
seja assisti-lo e depois se entregar aos bons papos leves de uma mesa de bar
entre amigos. E ao contrário do esperado, o filme exalta o papel da mulher na
vida do homem.
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