A primeira conclusão a que se chega
ao começar a assistir “O Lado Bom da Vida”, longa dirigido por David O. Russell
é de que a vida normalmente não segue de acordo com nossos planos. O filme que recebeu
nada menos que oito indicações ao Oscars, e não estamos falando de indicações a
prêmios secundários, como mixagem de som ou figurino, não. Silver Linings
Playbook, título original da produção, foi indicado a; melhor filme, diretor,
ator, atriz, ator e atriz coadjuvante, roteiro adaptado e edição.
O filme é surpreendente, forte,
estranhamente leve e ambicioso, pois ao contrário dos filmes que giram em torno
de uma única questão central, seja, a dança, a morte, o esporte, ou o
funcionamento da mente humana, “Silver” mistura tudo e se sai muito bem, também
por ter um elenco talentoso.
É que não se espera que um filme
sobre um rapaz que se descobre bipolar possa ter cenas de dança e mostrar o
quanto as pessoas são fanáticas pelos Eagles na Filadélfia e fazer com que tudo
isso tenha sentido e se encaixe bem. Pat Solatano é o protagonista interpretado
por Bradley Cooper. Retirado de uma instituição para pessoas com problemas
mentais por sua mãe (Jacki Weaver), ele vai para casa onde precisa conviver com seu pai
(Robert De Niro), que tem transtorno obsessivo compulsivo. Assim, conhece
Tiffany (Jennifer Lawrence), uma jovem viúva que também está com problemas para
se comportar na sociedade.
Particularmente penso que a força
do filme venha da identificação real, afinal, todos passamos por isso. Perdemos:
amor, emprego, respeito, pessoas. Pat perdeu a cabeça quando encontrou a mulher
com o amante no chuveiro e lhe deu uma surra. Quem pode dizer que está acima
disso? Quem pode dizer do que seria capaz em uma situação limite?
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