Dezembro é sempre um mês tenso por ser a finalização de um ciclo para inicio de outro e no fechamento de ciclo perdemos pessoas a quem aprendemos a amar. A morte é a única certeza da vida e ainda sim, sempre nos pega de surpresa, mesmo quando a esperamos. Ele vai para nos mostrar o quão vulneráveis somos e quantas reflexões surgem da certeza de que somos efêmeros, não somos semi-deuses, somos apenas peças desse quebra cabeça, ou do gigante tabuleiro da vida e somos mortais.
A única forma de nos mantermos vivos após a partida é na lembrança dos outros que certamente nos darão padrões diferentes dos nossos reais, pois quando não estamos mais aqui, passamos a ser o ideal do outro. E como condená-los? Todos nós fazemos isso, basta-nos sermos humanos e termos consciência de nossos atos e pensamentos e mesmo sem essa consciência, ainda sim queremos o mundo a nosso bom grado e não estamos errados, por nos queremos felizes. Estamos? Por que estaríamos? O que é errado é não levar em consideração a felicidade do outro, mas quando o outro não é mais palpável e nem pode se expressar, ele passa a ser o que sonhávamos que fosse, o outro passa a ser mais fácil, mais puro, mais presente.
Mas para se ter o outro como posse é preciso perdê-lo de fato, morto ele é o que a memória, desejo e carência o fazem ser, mas...
É nessa perca total que nos questionamos porque não estivemos mais, não ajudamos mais, compartilhamos mais... Qual terá sido a história de vida dessa pessoa que sempre ao meu lado eu não conheci como deveria? E eu? Minhas histórias será que alguém as conhece. Se for agora passarei de forma digna? Eis a morte; presente, certa e tão pouco compreendida.
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