Hoje serei mais pessoal mesmo por que acabei de assistir o filme “As Horas” do diretor Stephen Daldry. Se não me falhe a a memória foi a terceira vez que assisti ao filme, antes já havia lido o livro de mesmo nome, autoria de Michael Cunningham, . O livro ganhou o prêmio Pulitzer (o maior prêmio da literatura) e foi aclamado pela crítica. E não poderia ser diferente, pois é em absoluto genial, sendo um dos melhores livros que já li, por conseguir nos transportar para história.
Lembro que quando li o livro, comentei que ele estava pronto para ganhar as telonas, por ser em si um roteiro. Hoje ao assistir “As Horas”, fui mais uma vez tomada pela história dessas três mulheres, cada uma em seu tempo, sentindo tão intensamente que se torna possível sentir junto.
O filme mais uma vez me leva a reflexão da fortaleza que há na entrega, na dor que há na não compreensão, quando se tem muito amor e não se sente merecedora de tanto, é o amor sufocante, em horas intermináveis. E assim como o livro, é uma bela história de infelicidade. Apesar de toda a sincronia alegre que as três protagonistas insistem em fazer em vários momentos do filme, nos pensamentos suicidas, nas suas estórias de vida que as marcam, nas suas doenças, nas suas manias e nos seus traumas que cativam, com um sentimento contagiante, tudo isso exalando tristeza intensa, desde os diálogos interessantes e corridos até o figurino de cores mortas.
O filme é dividido em três partes principais. A primeira conta sobre a história da maravilhosa escritora Virginia Woolf (Nicole Kidman), uma escritora doente e depressiva, que tem constantes idéias suicidas o que dificulta que mantenha a calma perto das pessoas e se concentrar para escrever suas obras; a segunda ocorre 28 anos depois, em 1951, com Laura Brown (Julianne Moore), a esposa de um ex-soldado que planeja fazer uma festa para ele, mas após alguns acontecimentos do dia começa a pensar sobre toda a sua ligação conjugal; e, em 2001, um dia especial para Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora que vive em Nova York e planeja dar uma festa a seu antigo amante, Richard (Ed Harris), que ganhou um prêmio por escrever um livro sobre sua vida com a AIDS. Todas estão interligadas pelo romance Mrs. Dalloway. Virginia o escreve, Laura o lê e Clarissa o vive.
A atuação do filme é um espetáculo a parte, Nicole Kidman que ganhou o Oscar de melhor atriz por esse filme, está irreconhecível e passa fortes emoções; Juliane Moore,emociona e encanta com sua beleza triste; Meryl Streep, é quem menos chama atenção, talvez por sua tristeza ser mais cotidiana , ou apenas por expectativa frustrada. Quem também chama muita atenção é o ator mirim que interpreta o filho de Juliane Moore, e muitos méritos Ed Harris que interpreta o escritor Richard, escritor que foi amante de Meryl no passado e hoje está com Aids e morrendo. Muito mais poderia ser dito a respeito, mas daí você perderia o prazer de uma boa revelação.
Todo mundo merece se deixar envolver pelas Horas.
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