Existem alguns muitos bons filmes que por algum motivo não se encaixam no setor comercial, o que me assusta é que sempre que me deparo com um desses me pergunto o que leva o setor comercial a gostar tanto do enlatado em detrimento dos bons filmes. Eu Sei que Vou Te Amar, é um desses filmes ótimos que infelizmente não recebeu o publico, nem a atenção necessária.
O longa da australiana Elissa Down, “Sei que Vou Te Amar”, (The Black Balloon - título original), foi aplaudido pela crítica, mas não alcançou as salas de cinema merecida, mesmo sendo uma dessas pérolas que a gente descobre nas prateleiras das locadoras é um filme que merece ser descoberto, sua existência deve ser alardeada com o máximo de barulho possível, por tratar de temas comuns a todos, em especial a aceitação das diferenças.
Em uma época como a nossa em que as diferenças se expõem, mais e mais a cada dia, faz-se preciso entendê-las e respeitá-las e de alguma forma é a essa reflexão que o filme nos remete ao narrar a história de uma família australiana na década de 1980, cujo filho do meio Thomas Mollison (Rhys Wakefield), tem de lidar com todas as angustias da adolescência e junto a isso encarar as “injustas” condições impostas por sua vida familiar. Com a gravidez conturbada de sua mãe Maggie Mollison (Toni Collette), o jovem Thomas assume junto com seu pai Simon Mollison (Erik Thomson ) a responsabilidade de cuidar da casa e de seu irmão mais velho Charlie Mollison (Luke Ford), que sofre de autismo e TDAH.
Além da família Mollison, é possível se deixar envolver por Jackie Masters (Gemma Ward), garota compreensiva e órfã de mãe que encontra na família que para Thomans parecia complicada um lugar para se sentir em casa, mas também um lugar repleto de uma pseuda agressividade, já que o mais existe na família Mollinson é amor.
É preciso deixar claro que o filme trás um autista, mas, não é ele foco da história, pois mesmo quando o jovem Luke Ford dá um show de interpretação, ou quando percebe-se que seu personagem é o centro de atenção da família, é pela perspectiva de Thomas que a narrativa acontece. É sua solidão e angustia chamam atenção desde o primeiro instante, com toda intensidade de acontecimentos desta fase da vida.
Sei que vou te amar é um longa-metragem de impacto, extremamente delicado e humano ao tratar de relações familiares, da maturidade, da tolerância e especialmente das diferenças. O filme conta com a contribuição de um elenco excelente. Outro ponto alto do longa é a sua fotografia que nos remete a época.
“Sei que Vou Te Amar” é um filme que leva a reflexão por sua sensibilidade e sutileza ao tratar de assuntos delicados.
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