Adoro filmes que proponham algo
novo, e quando o novo é velho, então... É puro êxtase. E foi nessa expectativa que
comecei a assistir o longa metragem, “Reis e Ratos”, que tem direção de Mauro
Lima (Meu Nome Não é Johnny) e narra de forma bem humorada e fantasiosa o período pré golpe de 64 .
A questão é que o filme em alguns
momentos me deixou um tanto tonta, com os flashbacks e saltos de cena. Em
outros momentos há a surpresa pela atuação mais madura dos atores,
especialmente Rodrigo Santoro, que quebra mais uma vez o estigma de galã ao
interpretar Roni Rato e Cauã Raymond, que nos apresenta novas facetas
profissionais. O elenco é no geral constituído de bons atores, o roteiro segue
por caminhos interessantes, imagens boas, mas uma permanente sensação de brechas,
como se o filme não estivesse bem amarrado. O problema é que assim acaba por perder o espectador, que se cansa da narrativa.
A primeira
cena se passa em 1963, quando a cantora Amélia Castanho (Rafaela Mandelli) vai
se apresentar na abertura de uma festividade, em Bacaxá, Rio de Janeiro. Mas
antes mesmo da apresentação, o coreto explode, como havia sido dito na rádio,
pela locução de Hêrve Gianini, interpretado com Raymond de forma divertida. A
partir daí uma sucessão confusa de cenas apresenta os envolvidos no atentado,
entre eles o agente da CIA Troy Somerset (Selton Mello), seu parceiro de conluios
Major Esdras (Otávio Müller), e Roni Rato, um vigarista viciado em anfetaminas.
“Reis e Ratos” é daqueles filmes
que inspira pelas tantas possibilidades novas lançada, mais nenhuma bem
trabalhada, assim, fica cansativo, dando a sensação de os personagens, filme e
texto chegam do nada e partem para lugar nenhum. Nada é certo, nem qual classificação de
filme se configura, pois apresenta um meio humor e um meio suspense. Selton
Mello, por exemplo, até que se esforça. Dublador no início da carreira, usou de
seus dotes vocais para criar uma voz semelhante as dublagens antigas de filmes
policiais estrangeiros, lembrei de cara de alguns que não me recordo o nome A
questão é que como o filme não se assume comédia, o personagem torna-se
cansativo, assim como, o filme.
O fato é que o filme se perde e
os personagens também, dando a sensação de que a mesma informação poderia ser
melhor aproveita em um curta. E mesmo sendo um trabalho coletivo e com boas
atuações o filme não convence. Reis e Ratos é mais um do terreno das boas
intenções malsucedidas.
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