terça-feira, 4 de setembro de 2012

O Casamento – Nelson Rodrigues – Os Fodidos Privilegiados


 Por Roberta Bonfim
 
Não achei imagens do espetáculo, então que fique a homenagem!

Um convite e a aceitação do mesmo. Assim, chegamos ao teatro Carlos Gomes. Logo de cara filas, duas filas grandes para assistir ao espetáculo “O Casamento”, um texto de Nelson Rodrigues, interpretado pelo grupo Os Fodidos Privilegiados. No elenco Alexandre Contini, Claúdio Tiso, Caroline Helena, Cristina Mayrink, Denise Sant’ana, Filomena Mancuzo, Guta Stresser, Humberto Câmara, Isabelle Cabral, Isley Clare, João Fonseca, Kátia Sassen. Lincoln Oliveira, Márcia Marques, Marta Guedes, Neila Marrese, Roberto Lobo, Rose Abdallah e Thelmo Fernandes.
O espetáculo começou, e de cara percebe-se, é uma grande produção. Os recortes de cenas que é uma das marcas revolucionárias de Nelson Rodrigues e os piadismos sexuais do grupo fazem do espetáculo, uma boa opção para o domingo. Mas trata de assuntos muito sérios com uma banalidade de comédia. Certamente ao interpretar Nelson é preciso fazer graça, para que nos sintamos menos animalescos e a peia não seja tão grande, mas não dá para transformar isso em um bonachão.
Músicas e iluminação boas, a voz dos atores as vezes se perdia. O cenário se utilizando das cadeiras, onde os demais atores ficam como a espera de entrar em jogo, no banco de reservas. 
Com pitadas de várias linhas teatrais o espetáculo faz o seu papel de entreter, inclusive, deixando o entretenimento sobressair a reflexão proposta pelo texto de Nelson. O mais legal, a meu ver é a durabilidade e o consolo de geração. Já que o espetáculo estreou em 21 de março de 1997, em Curitiba, quando foi considerado o melhor espetáculo do Festival. Lembro em 1997, chegando como uma proposta inovadora.
A narrativa conta a história de Dr. Sabino, um rico empresário, que descobre as vésperas do casamento de sua filha Glorinha, a preferida; que o noivo é homossexual. Algumas crises pessoais e famíliares se desenvolvem nesse entremeio. Com direção de Antônio Abujamra e co-direção de João Fonseca, o espetáculo dividido em dois atos, peca pelo tamanho ao tentar dizer em horas, o que poderia ser dito em bem menos. Um bom espetáculo, a única questão a mim preocupante, é o sair de um espetáculo como O Casamento, com um sorriso de quem assistiu horas de um show de humor da hipocrisia animalesca da vida real.

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