Por Roberta Bonfim
Não achei imagens do espetáculo, então que fique a homenagem!
Um
convite e a aceitação do mesmo. Assim, chegamos ao teatro Carlos Gomes. Logo de
cara filas, duas filas grandes para assistir ao espetáculo “O Casamento”, um
texto de Nelson Rodrigues, interpretado pelo grupo Os Fodidos Privilegiados. No elenco
Alexandre Contini, Claúdio Tiso, Caroline Helena, Cristina Mayrink, Denise Sant’ana,
Filomena Mancuzo, Guta Stresser, Humberto Câmara, Isabelle Cabral, Isley Clare,
João Fonseca, Kátia Sassen. Lincoln Oliveira, Márcia Marques, Marta Guedes, Neila
Marrese, Roberto Lobo, Rose Abdallah e Thelmo Fernandes.
O
espetáculo começou, e de cara percebe-se, é uma grande produção. Os recortes de
cenas que é uma das marcas revolucionárias de Nelson Rodrigues e os piadismos sexuais
do grupo fazem do espetáculo, uma boa opção para o domingo. Mas trata de
assuntos muito sérios com uma banalidade de comédia. Certamente ao interpretar
Nelson é preciso fazer graça, para que nos sintamos menos animalescos e a peia
não seja tão grande, mas não dá para transformar isso em um bonachão.
Músicas
e iluminação boas, a voz dos atores as vezes se perdia. O cenário se utilizando
das cadeiras, onde os demais atores ficam como a espera de entrar em jogo, no
banco de reservas.
Com
pitadas de várias linhas teatrais o espetáculo faz o seu papel de entreter,
inclusive, deixando o entretenimento sobressair a reflexão proposta pelo texto
de Nelson. O mais legal, a meu ver é a durabilidade e o consolo de geração. Já
que o espetáculo estreou em 21 de março de 1997, em Curitiba, quando foi
considerado o melhor espetáculo do Festival. Lembro em 1997, chegando como uma proposta inovadora.
A
narrativa conta a história de Dr. Sabino, um rico empresário, que descobre as
vésperas do casamento de sua filha Glorinha, a preferida; que o noivo é homossexual. Algumas
crises pessoais e famíliares se desenvolvem nesse entremeio. Com direção de Antônio
Abujamra e co-direção de João Fonseca, o espetáculo dividido em dois atos, peca
pelo tamanho ao tentar dizer em horas, o que poderia ser dito em bem menos. Um bom espetáculo, a única questão a mim preocupante, é o sair de um espetáculo como O Casamento, com um sorriso
de quem assistiu horas de um show de humor da hipocrisia animalesca da vida
real.
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