Eu uma vez eu... Todos devíamos
ser como Verônica e registrarmos nossos pesares, fazendo um diário de vida.
Mas, e lá sobra tempo, nesse mundo cão? - Pergunta você ao ler a indicativa. Se
não sobra, ponha-se pelo menos a assistir esse longa-metragem de Marcelo Gomes,
feito na medida para Hermila Guedes, e para inspirar boas reflexões e estimular
novos olhares.
Eu queria ter assistido esse
filme desde faz tempo, por está vivendo um momento de muita paixão e respeito
pelo cinema pernambucano, que atualmente se destaca como terceiro maior polo cinematográfico
do país. Sendo aclamado pela crítica especializada e pelo público em geral, as
produções do cinema de Pernambuco brilham nos festivais nacionais e
internacionais com uma representatividade tão grande que se torna impossível
falar em cinema brasileiro e não falar deste cinema. Mas também por que soube
que o querido amigo pernambucano Anthero Montenegro estava no elenco.
Assisti-lo e me encantar com a
simplicidade da personagem em ser-se e da naturalidade da atriz em sê-la. A reflexão
sobre a forma de tratar, de dialogar a critica a uma academia ultrapassada, a
relação pai e filha. Verônica com Verônica.
Verônica respeitando sua sensualidade e libido, deixando as vistas um pouco da
mulher contemporânea, que precisa cuidar da casa e do trabalho, sem se perder de
si.
A fotografia do filme mostra uma
Recife tão bela, que apesar dos meus traumas com a cidade senti vontade de
voltar por lá. E há ainda uma outra mulher que se destaca no filme, a cantora
Karina Buhr, que canta Mira o que parece se acomodar nas cenas e no todo do
filme. Grata surpresa!