O palco é uma libertação ou um
transe? Uma entrega ao mundo ou uma recusa do mesmo? E a música feita com
coração, cabe em definições? Essas são algumas das muitas questões que me
surgiram depois de uma overdose de Criolo, que começou do ser, para depois
chegar na música.
Primeiro tentei mergulhar no ser que fala sem pudor das
sensações e percepções de um sistema do qual estamos todos inclusos e se inclui
e assume-se mais um, mesmo que tentando com arte fazer a diferença. Ouvi Criolo
umas três vezes falando e eu que nunca fui a um show seu, assisti a gravação do
seu DVD no Circo Voador, durante quase todo domingo e olhando-o pensei sobre o
nome; Criolo. Pensei sobre a raiz etimológica e sobre o processo criativo. E
lembrava à todo instante da outra postura do mesmo ser. Que quando sobe ao
palco transforma-se no que é, ou no que gostaria de ser? E se fosse, o que
seria? E nós, o que seriamos?
Me perguntei por diversas vezes
sobre a existência do amor, da dor e do respeito, ouvindo-o revisitei-me,
buscando visitar esses outros seres. Me perguntei sobre a pessoa, desejei um
papo inacabável, sonhei com ele no artevistas, achei que um combina com o outro
e que eu seria dispensada nesse dia, não fosse minha profunda curiosidade em
conhecer mais sobre essas percepções e sobre esse ser que de olhos fixos pouco
fala enquanto canta, por já falar demais ao cantar.
Venho pois assumir minha nova e
grata satisfação com esse ser que faz esse som. Criolo.
Grata Gyl, foi talvez o meu
melhor presente de Natal.
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