segunda-feira, 8 de agosto de 2011

VIPs

 

Quando foi lançado o filme Vip’s, fiquei na defensiva em assistir, pois estava com o Capitão Nascimento ainda muito vivo em minhas memórias. Agora, no entanto, só consigo ver todos esses homens que se apresentaram a mim, Marcelo, Carreira,Renato Russo, Henrique Constantino, Juliano e tantos mais.

Wagner Moura teve em VIPs não apenas a chance de interpretar um personagem plural,com um mosaico de personalidades, capaz de proporcionar a um bom ator a chance de exercitar sua arte, mas também de demonstrar sua versatilidade. E o faz com a competência e perfeição costumeira. Tanto que levou o prêmio de melhor ator no Festival do Rio 2010 (VIPs também ganhou os prêmios de melhor filme, ator coadjuvante para Jorge D'Elia e atriz coadjuvante para Gisele Fróes).

Marcelo desde de muito jovem tem dificuldades de desenvolver sua própria personalidade e se diverte imitando outras pessoas. Seu grande sonho? Ser piloto de avião, assim como seu pai. Para isso, foge da casa da sua mãe rumo, e no Paraguai dá início à maior aventura de sua vida, sempre e cada vez mais se passando por pessoas diferentes e aplicando golpes, até fingir ser o filho do dono da companhia aérea Gol, no carnaval de Recife.

A ausência de medo deixa claro o distúrbio psíquico do protagonista que em determinado momento se quer se reconhece. Mas, afinal, quem é esse cara? Talvez nem ele mesmo saiba. O longa é baseado no livro VIPs: Histórias Reais de um Mentiroso, de Mariana Caltabiano, com roteiro de Braulio Mantovani e Thiago Dottori. Além do competente e estreante diretor em longa-metragens Toniko Melo (da série Som e Fúria).

Quem assistiu ao filme “Prenda-me se For Capaz”, perceberá a semelhança entre os filmes. Narrativa e esteticamente, VIPs é um excelente filme e faz juz ao crescimento da produção cinematográfica brasileira. Ao mesmo tempo em que diverte, faz pensar. Mas, no fim, fica a incômoda sensação de que, não só no Brasil, mas no mundo, para ser famoso, admirado ou bem sucedido não é preciso mais do que ser talentoso na "arte" da mentira. Será?

Um comentário:

  1. O personagem não era louco... Apenas cortou caminho para atingir aquilo que é colocado como nosso paraíso terreno... Talvez tivesse entendido que poucos chegam até ele e que a grande maioria apenas irá se acabar tentando

    Loucos são aqueles que levados por esta crença, fecham os olhos e seguem, sem pestanejar uma unica vez sequer, as instruções que supostamente levarão à estes Campos Elísios... E um moinho passa a triturar os grãos de vida..

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