quarta-feira, 20 de outubro de 2010

...Que comunico!

Na Era da informação quem sabe se comunicar vira Rei, eis o sistema, um grande jogo de Marketing. Seguimos ordens "do além” (mídias), compre,faça, viaje, veja, fale, vote, siga os comandos que ao final do jogo da vida você pode não fazer mais parte do tabuleiro, por morte morrida, matada ou ordenada. É... As vozes “do além” te mandam matar, morrer, ter e caso não tenha tire do outro. É o nosso sistema de pouca educação, que não valoriza a cultura e desrespeito ao ser humano.Mas usando-se do marketing, para parecer que tudo isso existe.

De onde vem essa voz? Por que nos deixamos enganar? Julgamos-nos muito espertos, o que piora muito, pois se quer sabemos à hora da enganação, da bala, do tiro. Sob a direção de José Padilha Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro, chega ao cinema brasileiro com maestria, sem ser político deixa no subtexto a importância de observar melhor a política, sem ser publicitário trabalha um tema que vende e ele sabe vender. É ele Padilha o grande cara do marketing.

E foi em nome da política e de valores ditos maiores que nasceu o cinema e a publicidade, era a comunicação em favor dessa prisão com ou sem grades. O que interessa é manter o poder, pois tudo não passa de um grande jogo de poder, informação e observação. Nada disso é novidade, mas quando ouvimos as reflexões de Capitão Nascimento (Wagner Moura) em mais um trabalho brilhante, parece que as questões são mais sérias (pelo menos foi assim pra mim). Engraçado ouvir as pessoas dizendo que o Capitão Nascimento possui um coração de pedra, pois penso que as pessoas andam bem menos sensíveis que ele e sem terem passado pelo BOPE.

A morte de André (André Ramiro) pelas costa dialoga com a covardia necessária e a falta de respeito pela humanidade, a morte banaliza-se mais a cada dia. O deputado federal corrupto, como presidente do conselho de ética é outra porrada na cara, pela falta da ética. Outro grande momento do filme é a chacina comandada por um dos chefes do presídio interpretado por Seu Jorge. Não posso deixar de citar as muitas relações interpessoais (pai e filho, pai e padrasto, mãe e pai, dominador e dominado, indivíduo e individuo). Cheguei a me emocionar em algumas cenas e entendi a classificação do filme como drama.O filme que já contabiliza quatro milhões de espectadores e os números não param de aumentar, é mais um marco significativo do cinema brasileiro. Eu indico que todos que se interessem assistam, pois vale a pena por tudo. É preciso deixar claro que é uma ficção, mas que leva a reflexão, cumprindo seu papel.

A atriz Tainá Müller que interpreta a jornalista investigativa e com quem já tive a chance de trabalhar junto, me surpreendeu em interpretação e intensidade.
 
Tecnicamente, a produção do filme deu um show, desde as locações, efeitos especiais, trilha sonora maravilhosa e um elenco afiado, após a preparação com Fátima Toledo (meu sonho).

O filme merece aplasos!

Ficha técnica
Diretor: José Padilha
Elenco: Wagner Moura, Maria Ribeiro, Irandhir Santos, André Ramiro, Seu Jorge, Milhem Cortaz, Sandro Rocha, Emilio Orciollo Netto.
Produção: Marcos Prado, Malu Miranda
Roteiro: José Padilha, Bráulio Mantovani
Fotografia: Lula Carvalho
Trilha Sonora: Pedro Bromfman
Duração: 118 min.
Ano: 2010
País: Brasil
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Zazen Produções Audiovisuais
Estúdio: Zazen Produções
Classificação: 16 anos

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