sábado, 27 de novembro de 2010

Linha de Ferro!

Linha de Ferro é uma intervenção teatral entre caminhos. Inspirada na obra de Plínio Marcos, “O Homem do Caminho”, o texto conta a história de Iur, um andante que se autodenomina Cigano. O personagem, amparado pelos códigos dos “rueiros”, suas emoções e luta pela sobrevivência nas ruas.

A performance acontece dentro de um trem em movimento. O personagem embarca na Estação Ferroviária João Felipe rumo à comunidade da Cigana, em Caucaia. Durante o percurso, as cenas são construídas baseadas na própria relação com o espaço, a experiência do intervir, o que se constitui como uma linguagem. O resultado, portanto, se mistura ao processo, surgindo da incorporação de acontecimentos do percurso, em um movimento circulatório de idas e vindas. O espaço, o vagão e os acontecimentos, agindo sobre o corpo e a dramaturgia; o corpo cênico agindo sobre o espaço e os acontecimentos cotidianos caracterizando o jogo teatral que é construído a todo instante, na relação entre o fluxo dos usuários da linha ferroviária, o vagão e a linguagem própria de Plínio.

A concepção e interpretação da proposta ficam a cargo do ator Galba Nogueira, um dos fundadores do movimento de Teatro de Rua do Estado, pesquisador dessa temática há 15 anos, o que resultou no conceito de Teatro Popular Urbano. A direção está a cargo da atriz e pesquisadora em Teatro de Rua como modelo intervenção cênica, Isabel Viana, residente no Rio de Janeiro.

O projeto foi contemplado no VI Edital de Incentivo às Artes – 2009 do Governo do Estado através da Secretaria de Cultura.

Serviço

A temporada acontecerá nos seguintes dias e horários:

- 25/11 às 10:05

- 26/11 às 15:20

- 27/11 às 16:35

A intervenção acontecerá nesses horários, no trem que parte da Estação Ferroviária João Felipe, no Centro da cidade em direção à Caucaia, no ultimo vagão do trem!

 

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

RockAntigona

 

Quando ouvi o nome do espetáculo “RockAntygona”, não entendi, de fato fiquei assim sem nada entender e nem tão pouco me esforcei para tanto. Entrei no teatro Sesc Iracema sem nenhum escudo, ao contrário e foi uma experiência maravilhosa.

Ao ver a atriz entrando em cena, após anuncio do narrador, que é também operador de som, o figurino simples, para falar de um tema... Deriva ser denso, mas foi bom, forte e bom. Que delicia esse rock histórico que faz da história algo ainda mais prazeroso, por não cair no cansativo.

O espetáculo apresenta o embate vivido por Antígona, condenada por honrar o irmão morto, com sepultamento, desafiando assim as leis do Estado, personificado em Creonte (Luiz Melo). Outra peça chave é Hémon filho de Creonte, interpretado por Armando Babaoff.

Esse quarteto revisita e torna contemporâneo o clássico grego de Sófocles, com maravilhosa trilha sonora e atuações trabalhadas nas mais altas temperaturas. Estabelecendo assim um dialogo entre a tragédia grega e um show de rock.

Um espetáculo enormemente simples e forte.

Tantas cores na Negrinha!

Negrinha

Um soco no estomago, uma mão na face e muitas reflexões. Eis a Negrinha, que conversa com esverdeado, laranja, azul e até mesmo com o sem cor. Tem como amigo o negro que vira branco sem deixar de ser negro, eis a negrinha.

Ao entramos no “Teatro das Marias”, as luzes apagadas, uma decoração clássica e simples, espelho, candelabros e muitas velas que iluminam a cena, dando a sensação de se estar entrando em casarão abandonado, do séc XIX.

Entre grão, velas, sons, panelas a negrinha (Sara Antunes), narra histórias e sonha sozinha, como uma garota um tanto sofrida e mesmo perturbada, mas absolutamente sensível, vai percebendo cores e compartilhando com a platéia. Eis o lúdico que tira o peso das lembranças dessa menina sofrida e tão sozinha, que conhece o abandono desde muito cedo e precisa encarar muitas guerras por dia, apenas por ser negrinha.

Dentro da perspectiva obvia a atriz deveria ser uma negra, mas Sara Antunes responsável pela dramaturgia inspirada na obra de Monteiro Lobato, é também a atriz responsável por nos fazer crer que mesmo sendo branca como neve é ela negrinha, assim como nos convenceu das cores mais bizarras. De uma brincadeira vinha uma historia e de uma cor vinham outras e assim, ela a negrinha pode se apresentar e mostrar sua dor e solidão.

A relação da sociedade com o negro, o ser negro e o peso histórico e social de sua cor. Apenas uma cor?!? Um carma, um orgulho? E a lei? E Rosinha? E a negrinha? Não tem valor a negrinha?

 

Shate That

Eis o nome do espetáculo do grupo Woesh (Bélgica) de teatro, que surpreendeu a todos e atraiu um publico novo ao mundo mágico do teatro.

O grupo se apresentou na Mostra Cariri e felizmente estendeu temporada para Mostra Fortaleza. A experiência de chegar a Praça Verde e se deparar com uma ilha (um bar pequeno) e cinco belos jovens em coreografias, músicas, sons, aromas, sabores e mágicas... Um circo moderno talvez, com direito a acrobacias, equilíbrio e esperteza para ludibria o publico presente.

As bebidas misturadas a dança das garrafas, a homenagem as pessoas que trabalham na noite e que se divertem e ritmo e sabores. Para que esse jogo acontece essa equipe belga precisa selar todas as garrafas com cuidado e riqueza de detalhes para que nada possa estragar a riqueza e beleza da festa do bar e da platéia que participa ativamente do espetáculo, com aplausos, suspiros, surpresas, ajudas e sorrisos. São palhaços, trapezistas, equilibristas... Artistas.

Outra questão me chamou muitíssima atenção o fato de os atores lidarem muitíssimo bem com o português, sem deixar nada a desejar eles se divertem em cena e levam consigo o púbico que não necessariamente é o publico teatral. Isso é muito bom! Torço para que voltem PR aqui com novidades!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

RETÁBULO

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Retábulos são figuras pintadas ou talhadas geralmente em madeira ou mármore para ornamentar altares e podem representar uma história em série. E é essa ornamentação teatral-literária que o Grupo Piollin da Paraíba, com patrocínio da Petrobrás, trás a Fortaleza.
A estréia acontecerá no dia 23 de novembro e segue em cartaz até o dia 28/11 no SESC SENAC Iracema, sempre às 20h. O espetáculo é uma adaptação cênica da narrativa “Retábulo de Santa Joana Carolina”, contida no livro “Nove, Noventa” de Osman Lins, pernambucano criado pela avó paterna, Joana Carolina, a quem dedica essa que é uma das mais belas narrativas. Lins também autor de “Lisbela e o Prisioneiro”, texto popularizado pelas versões de Guel Arraes para o cinema e TV.
Os mistérios de Joana Carolina, seus sofrimentos de mulher simples serão encenados pelo grupo Piollin, sob a direção de Luiz Carlos Vasconcelos que conta com a assistência dramatúrgica de Márcio Marciano, co-fundador da Companhia do Latão em São Paulo e há cinco anos radicado em João Pessoa, onde integra o Coletivo de Teatro Alfenim. O espetáculo encerra o projeto “Piollin 30”, contemplado no programa Petrobrás Cultural de manutenção. De Fortaleza o grupo segue para Natal, Salvador e volta a João Pessoa para sua estréia local.
Segundo o diretor, esta encenação dialoga com as proposituras narrativas osmanianas para tentar instaurar uma cena também rigorosa, apoiada simultaneamente na poesia da palavra e do corpo em ação. “Quem sabe assim conseguimos atingir, de forma mais eficiente, os homens e mulheres de nosso tempo?”, conclui.
SERVIÇO:
O quê: ESTRÉIA NACIONAL DO ESPETÁCULO “RETÁBULO”, PIOLLIN GRUPO DE TEATRO
Onde: TEATRO SESC DE IRACEMA
Quando: DE 23 A 28 DE NOVEMBRO DE 2010
Hora: 20H
Quanto: R$ 10,00 E R$ 5,00 (clientes do cartão Petrobras pagam meia na compra de até 2 ingressos

 

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…de alguma forma inspirados por eles!

“Eu prefiro ser esse metamorfose ambulante!” Dizia Raul Seixas e nós, mesmo hoje cantamos com força e de alguma forma fé. Um cara que tentava outras vezes sem medo e pagou por suas escolhas, talvez o preço tenha sido auto, no entanto, ela parecia aceitar tudo com muita dignidade.

Acordo pensando em tudo isso, por ter assistido um especial sobre sua história, ao lado de amigos muito queridos e nos deixamos levar pelas histórias e emoções e como um deles disse: “Agora eu gosto ainda mais dele, pois entendo como nasceram algumas músicas”.

Raul cantava o que vivia e vivia para fazer sua música e sua história. Não queria ser Deus, mas apenas que as idéias e crenças fossem respeitadas. Era um homem de muitos sentimentos e amor.

Paro e penso, tento reviver as emoções da noite anterior e me recordo que antes da entrega a Raul, vimos algo do Lulu Santos e percebi que ele canta como age e eu de forma contraditória dizia gostar do interprete e compositor sem gostar do cara, mas como isso seria possível?

Parei de pensar e voltei a correr... Não há tempo para tanta reflexão!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

… “podados” pela mídia!

Ontem fazendo alguma ligações de trabalho me deparei com uma emissora, que antes mesmo de me perguntar qual conteúdo, proposta, missão, perguntou-me:

-“Quem são os famosos?”

Não têm famosos, mas é um espetáculo super interessante de um grupo conceituado da Paraíba e com patrocínio da Petrobrás. Respondi me convencendo de que eu havia ouvido a pergunta errada, afinal estamos no Ceará e um programa que se denomina como cultura e entretenimento local, não me perguntaria pelos famosos. Perguntaria!

O resto da conversa consegui ser ainda mais deprimente, mas não vem ao caso, mesmo por que não é um desabafo, mas apenas uma constatação compartilhada.

E sim, posso estar completamente equivocada, sim, o erro pode ser meu por não oferecer tantos méritos as famosidades, em detrimento do talento e qualidade de trabalho. Ou simplesmente, o cearense é de fato Narciso ao contrário e a Televisão não tem nenhum compromisso com a educação, cultura e qualidade, basta ser “famoso”.

Cheia de decepção desliguei o telefone e senti-me impotente anti o sistema, mas ao mesmo tempo com muita vontade de fazer a diferença.

Divulguemos cultura !!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

…Meus!

 

Ontem um amigo me perguntou como eu conseguia morar sozinha e eu como de costume perguntei. E você como consegue morar com tanta gente?

Mas ao chegar em casa, me descobri só e não foi tão confortável assim, Mesmo agora me pergunto por que me senti tão só. Se pela solidão em si, ou pela possibilidade de morar em ma casa cheia de gente.

Ontem, no entanto, aproveitei a solidão para fazer coisas que só faço bem quando sozinha: Li um livro ao meu tempo, deitei no sofá e assisti TV com atenção, ouvi músicas e dancei na frente do espelho, conversei comigo e escutei o silêncio. Depois dormi ali mesmo e ninguém me acordou se não eu.

Agora ainda em casa, ”sozinha” não me sinto desamparada, nem desprotegida. Logo mais vou mais uma vez pra selva de pedras, encarar outras pessoas que aprendo a entender, aceitar e algumas... chego mesmo a amar, mas... Não quero levar nenhuma pra casa. Em casa ainda prefiro a companhia de mim mesma!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

… que tento organizá-los! (em vão)

Vivendo cada dia devagar

Vendo o sol nascer

Renascendo ao instante

Na busca eterna por se encontrar

Ela sonha a sua volta

Sorrir ara se esconder da dor

Trazida pelo orgulho

Pelo medo da consciência, da recusa

Chama por Deus

Sem saber no que acreditar

Sem saber se algo além existe

Mas quer e precisa crer

Com sua voz

Voa longe e chaga ao céu

Fecha os olhos

Sente-se plena... Sua.

E o sol se põe

Mais um dia passou

E ela ainda tentando

Entristece-se e pede que pare

Que renasça

O sol, a vida, a família

O amor e sua verdade!

sábado, 6 de novembro de 2010

... que abro mão!

Eu me sentia apaixonada, eu assim achava que sentia. Mas esse sentimento não faz parte das minhas possibilidades. E... A vida veio com um turbilhão de outras questões, dores, pesares era preciso agir com inteligência e rapidez e a paixão ficou pra trás. Não há tempo para tal sentimento na minha vida. Não dá para se ter tudo... Uma pena...

Pois eu estava gostando de sentir! Em especial sentir falta. Parece loucura, mas é na saudade que percebo o quanto faz parte. Mas... Mesmo as coisas que gosto me cansam.

Por fim... Não consigo mais escrever apesar da minha ânsia pela escrita. Acho que estou chorando pelo fim. Enterro mais uma vez um sentimento e deixo-me viva assim... Será?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

…que sonho e realizo!

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Ontem fui convidada para ir ao Rio de janeiro daqui uma semana, na hora me pareceu brincadeira, mas sonhar nunca me foi tarefa difícil, sonho muito, o tempo todo; sou o que o sistema chama de sonhador. Sonho com um mundo melhor, com amor e amizade na família, com amigos de verdade e momentos mágicos que marcam nossas vidas e mudam toda caminhada.

Depois do momento do sonho, uma calmaria de quem acordou, agora, no entanto, sinto o coração bater forte, apressado, pergunto-me se é pela energia e a felicidade de meu espírito, ou de forma mais “exata” é minha cabeça que feliz pela possibilidade de realizar esse sonho bem antigo, sonho de criança. O nariz arde quando penso nisso e os olhos começam a lagrimar. Não entendo... Eu choro pelos olhos ou pelo nariz? Qual estimula o que? Mas minhas lágrimas a parte... O coração se tranqüiliza e acelera, tento me acalmar, não criar expectativas, mas quando fico só comigo os novos sonhos chegam... Lapa, as areias no Leblon, Santa Teresa, o calçadão de Copacabana, corcovado, energia... Qual será o cheiro do Rio de janeiro? E suas cores, a luminosidade... O por do sol? Será que tem o cheiro de história que eu penso que tenha? Olhar para o que em 1808 era a beleza bruta e ruas estreitas... Palácios e vilas... Já me vejo tirando a fotografia celebre no Cristo Redentor. Quero entrar em um teatro e ir a uma livraria, quero ver gente diferente, aprender costumes e gírias. Sei que tudo tende a ser corrido, mas quero manter-me de olhos bem abertos para captar tudo que me for oferecido pelo universo e seus mistérios.

Quanto ao amigo que me convidou... Talvez nem tenha ciência da importância desse convite para minha vida e caminhada, para minha felicidade. Mais uma vez o nariz arde e os olhos lagrimejam. Lembrei da cebola e que também estimula o choro através das narinas. Será que os odores mudam quando choramos? Mais um questionamento que tenta me tirar da ânsia em saber se logo em breve estarei no Rio de janeiro... Quando eu chegar vou respirar bem fundo e deixar que as boas energias da cidade maravilhosa tomarem conta de meu ser.

 

Fui fazer uma faxina no PC e me deparei com esse texto. Faz todo sentido! O Rio de Janeiro é de fato maravilhoso, respirei e senti.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Hoje mais que todos os dias, percebi que a vida acontece sem com que possamos manter o controle da situação. As pessoas que fazem parte de nossas vidas mudam conosco o curso de nossas vidas, cm detalhes ou grandes atitudes.

Hoje percebi que mais que eu, havia o outro. Quando amamos calamos verdades para não magoar e com isso... Magoamos-nos?

Hoje olhei o mundo de outra forma e mesmo tendo me sentido pequenina, senti-me enorme.

Hoje também me percebi mais forte e mais sensível.

E ao fim do dia... Chorei!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Que mudam!

Ontem emprestei uma revista a um amigo e como sempre tive mania de rabiscar tudo que leio, questionando algumas coisas e expressando opinião sobre outras. Ele me olhou perguntando como eu emprestava se ali eu estava tão exposta, a principio concordei e justifiquei o empréstimo. Agora, no entanto, já não acho uma exposição, pois aqueles rabiscos eram minhas percepções naquele instante e no momento que as exponho mudo tudo outra vez.

Mudamos o tempo todo, cada nova percepção, palavra, pensamento mudam um pouco do que somos. A questão é: Quem somos? O que representamos? Estamos com quais mascaras? Lembro que tive medo de mascaras, não lembro quando esse medo passou mas deve ter sido quando percebi que todos nós as usávamos e mesmo eu já tinha algumas que podiam ser trocadas. Somos podamos desde muito cedo e então nos apresentam os filtros, as mascaras... Seguimos nos frustrando e filtrando, nos acostumamos a guardar sentimentos em lugares tão escondidos que esquecemos que os temos.

Mas... É preciso sentir, para não ser tão só. Não? São tantas as questões e o tempo é tão corrido. Não nos é permitido perder tempo de trabalho pra refletir. Com isso finalizo o pensamento pela metade, para correr contra o tempo e fazer o que esperam que eu faça. Mas até quando? Até...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

…Que deixo aprender com Suprema Felicidade!

Suprema Felicidade

“As coisas findas / Muito mais que lindas / Essas ficarão...”

 

É com essa reflexão de Drummond, logo na epígrafe que somos convidados a abrir nossos corações e aguçar a sensibilidade. Suprema Felicidade é um filme com traços muito autênticos, sem deixar de resgatar um cinema que já não se ver com freqüência, com música, dança, humor e um misto de sentimentos simples.

A vida na infância nos parece um conto de fadas, mas aos poucos a vida vai se apresentado para nós como realmente é e somos obrigados a nos adaptarmos, mesmo que muitas vezes sem entender os porquês e as razões que nos levaram aquele caminho. Assim como a vida, existem algumas cenas no filme que a principio despertam a indagação sobre o sentindo dela, mas no decorrer do filme de alguma forma todas se explicam e tornam-se indispensáveis.

Paulinho é filho de um aviador e um dona de casa que teve seus sonhos frustrados e essa relação de dependência e abdicação amorna a relação do casal que não percebe muitas das transformações do filho e nem as suas próprias. É o avô (Marco Nanini) que tenta com sua vivência e sensibilidade explicar ao neto todos aqueles sentimentos.

É também Nanini que trás absoluta verdade ao filme, senso o típico boêmio carioca, são em suas cenas que surge uma vontade inexplicável que viver tudo aquilo com ele, é a sua simples, porém autentica felicidade que tanto emociona. É nessa relação entre avô e neto que o filme ganha mais força e verdade.

Os amores de Paulinho, que poderiam ser os amores de Jabor, o explicam aos poucos e fazem dele homem. O pipoqueiro trás a tona um cinema de chanchada e as cenas no colégio de padre são uma diversão a parte.

A relação de Paulo (Jayme Matarazzo ) com o amigo que ele carinhosamente chama de cabeça* e as descobertas de ambos sobre sexualidade e vida. “Eu não quero ser igual a todo mundo. Não quero ser como meus pais”, é um dos textos que emocionam e deixam clara a relação desse jovem (que pode ou não ser o próprio Jabor) com a realidade circundante.

Outro ponto Maximo do filme é quando Marcos Nanini diz: "não existe felicidade, apenas alegria" e narra seu momento de maior euforia, fechando com um: “Nada é só bom”.

Outra felicidade foi ver em cena dois artistas cearenses, o já conhecido e querido Emiliano Queiroz que encanta com sua voz mansa e olha cativante, fazendo poesia e a belíssima atriz “Majô de Castro”.

Certamente Suprema Felicidade não é um filme de cunho comercial e nem para qualquer publico, apenas para aqueles dispostos a entrar no cinema como quem entra em uma maquina do tempo e se permita sentir e viver todas aquelas emoções e poesias.

O que inspirou Jabor a voltar ao cinema e com roteiro tão intenso após 24 anos eu não sei, mas desconfio que a saudade de uma época de maior inocência, assim como, saudade de um cinema antigo, ou ainda saudades de um avô. Suprema Felicidade é um filme saudoso, simples e feliz.

*(é uma pena que eu não tenha encontrado uma ficha técnica descente que me fornecesse o nome de todos os atores)

Classificação: 16 anos

Del Paseo Sessões: 14h, 16h20, 18h40 e 21h

Via Sul 16h15, 18h45 e 21h20 - Extra: 13h50 (seg e ter)

Iguatemi 13h05, 15h40, 18h15 e 20h50 - Extra: 23h25 (sex, sab e seg)

Espaço Unibanco Dragão do Mar 14h10, 16h40, 19h10 e 21h40

Celebrando Festivais Teatrais

Por Roberta Bonfim Querido Festival de Teatro de Fortaleza conheci tantas maravilhas ao viver-te. Lembro que foi em uma de suas edições que...