terça-feira, 2 de novembro de 2010

…Que deixo aprender com Suprema Felicidade!

Suprema Felicidade

“As coisas findas / Muito mais que lindas / Essas ficarão...”

 

É com essa reflexão de Drummond, logo na epígrafe que somos convidados a abrir nossos corações e aguçar a sensibilidade. Suprema Felicidade é um filme com traços muito autênticos, sem deixar de resgatar um cinema que já não se ver com freqüência, com música, dança, humor e um misto de sentimentos simples.

A vida na infância nos parece um conto de fadas, mas aos poucos a vida vai se apresentado para nós como realmente é e somos obrigados a nos adaptarmos, mesmo que muitas vezes sem entender os porquês e as razões que nos levaram aquele caminho. Assim como a vida, existem algumas cenas no filme que a principio despertam a indagação sobre o sentindo dela, mas no decorrer do filme de alguma forma todas se explicam e tornam-se indispensáveis.

Paulinho é filho de um aviador e um dona de casa que teve seus sonhos frustrados e essa relação de dependência e abdicação amorna a relação do casal que não percebe muitas das transformações do filho e nem as suas próprias. É o avô (Marco Nanini) que tenta com sua vivência e sensibilidade explicar ao neto todos aqueles sentimentos.

É também Nanini que trás absoluta verdade ao filme, senso o típico boêmio carioca, são em suas cenas que surge uma vontade inexplicável que viver tudo aquilo com ele, é a sua simples, porém autentica felicidade que tanto emociona. É nessa relação entre avô e neto que o filme ganha mais força e verdade.

Os amores de Paulinho, que poderiam ser os amores de Jabor, o explicam aos poucos e fazem dele homem. O pipoqueiro trás a tona um cinema de chanchada e as cenas no colégio de padre são uma diversão a parte.

A relação de Paulo (Jayme Matarazzo ) com o amigo que ele carinhosamente chama de cabeça* e as descobertas de ambos sobre sexualidade e vida. “Eu não quero ser igual a todo mundo. Não quero ser como meus pais”, é um dos textos que emocionam e deixam clara a relação desse jovem (que pode ou não ser o próprio Jabor) com a realidade circundante.

Outro ponto Maximo do filme é quando Marcos Nanini diz: "não existe felicidade, apenas alegria" e narra seu momento de maior euforia, fechando com um: “Nada é só bom”.

Outra felicidade foi ver em cena dois artistas cearenses, o já conhecido e querido Emiliano Queiroz que encanta com sua voz mansa e olha cativante, fazendo poesia e a belíssima atriz “Majô de Castro”.

Certamente Suprema Felicidade não é um filme de cunho comercial e nem para qualquer publico, apenas para aqueles dispostos a entrar no cinema como quem entra em uma maquina do tempo e se permita sentir e viver todas aquelas emoções e poesias.

O que inspirou Jabor a voltar ao cinema e com roteiro tão intenso após 24 anos eu não sei, mas desconfio que a saudade de uma época de maior inocência, assim como, saudade de um cinema antigo, ou ainda saudades de um avô. Suprema Felicidade é um filme saudoso, simples e feliz.

*(é uma pena que eu não tenha encontrado uma ficha técnica descente que me fornecesse o nome de todos os atores)

Classificação: 16 anos

Del Paseo Sessões: 14h, 16h20, 18h40 e 21h

Via Sul 16h15, 18h45 e 21h20 - Extra: 13h50 (seg e ter)

Iguatemi 13h05, 15h40, 18h15 e 20h50 - Extra: 23h25 (sex, sab e seg)

Espaço Unibanco Dragão do Mar 14h10, 16h40, 19h10 e 21h40

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