Antes de qualquer coisa, preciso deixar claro que eu simplesmente adoro cinema nacional, primeiro pela identificação, é Brasil; depois pela poesia guardada na vontade de fazer cinema. Como tenho exercitado assisti pelo menos três filmes por semana, a pedida para o dia é... Mais um nacional! Observei minhas opções e por fim decidi por “Árido Movie”. O longa metragem dirigido por Lilio Ferreira está entre os filmes que me fizeram viajar junto, embarcar em todas as suas muitas viagens.
Logo na sua primeira cena somos remetidos aos anos 80, com uma apresentação dos paleolíticos membros do conjunto Renato e seus bluecaps na cidade de Rocha, interior de Pernambuco, onde Lázaro (Paulo Cesar Pereio) se engraça com a índia Wedja (Suyane Moreira) e a leva para o hotel.Intercalando temos imagens de um homem ainda sem foco, caminhando por uma emissora de televisão. Indignado Jurandir (Luiz Carlos Vasconcelos), que não aceita que a irmã se deite com Lázaro, atira e acerta em seu peito, quando Lázaro morre surge pela primeira vez a imagem de Jonas (Guilherme Weber) com foco.
Daí vem todo desenrolara da história, o funeral de Lázaro será o pano de fundo onde toda a trama irá se apoiar. Com a morte do pai, Jonas que mora em São Paulo e trabalha como repórter do tempo de uma grande rede de TV, segue para o enterro do pai, com quem teve pouquíssimo contato. Em Recife encontra sua mãe (Renata Sorrah) e alguns amigos interpretados por Mariana Lima, Selton Mello e Gustavo Falcão.
Jonas enfrenta alguns problemas para chegar à cidade. Há uma cena no ônibus que quem já teve de encarar um buzão sabe bem como é. Mas é quando pega carona com Soledad (Giulia Gam) uma videomaker que está fazendo um documentário sobre a água no sertão é que suas reflexões aumentam.
Ao chegar em Rocha, as diferenças de realidade são gritantes. E ele écolocado como o homem que precisa vingar a morte do pai.
Os amigos de Jonas que mais parecem ter sido tirados do Har, divertem. Selton Mello nos apresenta uma pancinha, nunca antes vista e Mariana Lima segura bem o sotaque carregado de sua personagem.
As fotografias são sensacionais e o roteiro consegue abordar diversos assuntos sem deixar grandes furos na comunicação, é no geral um bom filme, como algumas maravilhosas atuações, um roteiro não linear, contando com peças que se encaixam bem ao seu tempo, deixando espaços para reflexões e sensações no espectador.
Além de ter despertado um vontade louca de sair de carro pelo sertão com a câmera na mão. Bora? hihihi
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