segunda-feira, 2 de maio de 2011

O Garoto de Liverpool

Quem nunca ouviu falar em Beatles? Quem não escutou as mais diversas histórias sobre John Lennon, suas inconstâncias e a relação quase freudiana com sua mãe? Ele quis ser como Elvis e perguntou a sua mãe, por que Deus não o fez Elvis. Ao que ela profetizou: “Estava te guardando para ser John Lennon”.
A diretora Sam Tayor Wood, em seu longa-metragem “O garoto de Liverpool” (Nowhere Boy,2009), optou por um relato mais pessoal sobre o jovem John Lennon (Aaron Johnson), que não aceita bem as regras. Abandonado pela mãe quando tinha cinco anos, vivi com os tios George (David Threfall), responsável por sua primeira gaita e Mimi (Kristin Scott Thomas), quem o presenteou com sua primeira guitarra. Com a morte de George, Lennon passa a viver só com a tia e reencontra sua mãe. O reencontro com o filho é a realização de um sonho para Julia (Anne-Marie Duff), que passa cada vez mais seu tempo com ele. O filme busca biografar a adolescência de John Winston Lennon (1940-1980), entre seus 15 e 20 anos, época em que através de sua mãe descobriu o rock n' roll, depois formou sua primeira banda (The Quarrymen) e conheceu Paul McCartney e George Harrison.
Mas o foco central da trama não está no relacionamento dos colegas de banda, nem na formação das músicas que os fizeram famosos, mas sim nessa montanha russa de sentimentos, que talvez justifique um pouco do que John queria dizer em músicas como: "Mother, you had me, but I never had you / I wanted you, you didn't want me" (Mãe, você me teve, mas eu nunca tive você / Eu queria você, mas você não me quis). E tantas outras.
É importante não encarar o filme como uma obra definitiva sobre a vida do futuro Sr. Yoko Ono, mas vale usa-lo como atalho para entender quem é aquele garoto que alguns anos mais tarde diria que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo.
Aaron Johnson (o Kick-Ass) tem momentos em que consegue reproduzir o jeito metido e o sotaque de Lennon, mas não consegue dar ao filme o diferencial que o afastaria de inúmeros outros filmes biográficos. O filme é muito bom, mas precisaria ser Genial como o artista que o inspira.

*Gosto da forma que foi “estabelecida” a relação entre Paul (Thomas Brodie-Sangster) e Lennon, expondo ali o equilíbrio que os fez os melhores. Yng-Yang.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Some:

Corpos Velhos: Para que servem?

Por Roberta Bonfim Tudo que se vive é parte do que somos e do que temos a comunicar, nossos corpos guardam todas as memórias vividas, muit...