Eram 16:15h/min, parei o carro e descemos, de longe era possível ver uma movimentação logo na frente do centenário Theatro José de Alencar. Já eram os meninos do espetáculo “Boteco do Seu Noel” organizando a cena, para começar o samba.
Antes de uma maior aproximação uma volta despretensiosa pela Praça que chamo carinhosamente de Praça do Zé, entre boas novidades, sorrisos e aprendizagem compartilhada,foi possível desplugar da vida real e cair no samba.
Abre-se o isopor e dali sai uma cerveja gelada. Copos cheios, sorrisos nos rostos e uma música boa demais, assim começa o espetáculo. Ali na Praça José de Alencar, vi se montar a cena, assisti sua evolução e o crescimento da roda de gente que assistia ao espetáculo.
Em cena, cinco rapazes completamente diferentes e de alguma forma padronizados. Murillo Ramos, responsável também pela direção do espetáculo é quem abre as portas do samba para nós.
O Teatro de rua, é uma das formas de fazer teatral que mais me chama atenção por sua honestidade, ali, na rua não há ingressos, cadeiras, tipos e regras, é livre e a platéia precisa ser surpreendida, fisgada e conquistada toda hora. Do contrário, ela segue seu caminho.
Costurando um texto que vai da comédia ao contexto didático, as músicas de Noel, enchem de boas energias o livre espaço. Nesse boteco todo mundo é de casa e a curta, porém absolutamente frutífera e movimentada vida de Noel nos é contada e cantada, entre festas, amizades e samba, o espetáculo vira uma grande brincadeira entre músicos atores e publico. É o teatro de rua sendo feito e explicado.
Assisti algo que venho percebendo cada vez mais escasso; alegria e diversão no fazer teatral. E teve espaço até pro “cearês”, que de alguma forma aumenta a identificação,com que por ali passa. E assim é contada a história do maior sambista brasileiro: Noel Rosa (1910-1937), que foi o grande homenageado pelo Prêmio Bravo Prime de Cultura 2010, pelo que seria seu centenário, se aqui ainda estivesse. Aos músicos, só obrigada pela alegria de suas notas, que são de Noel. È o samba na Praça, o Boteco nas Praças e com muita diversão.
Um espetáculo que definitivamente combina muito bem sexta-feira, pode muito bem ser apresentado, antes de uma enorme roda de samba, com cerveja gelada e alegria. Pois vai chegando ao fim deixando gostinho de quero mais.
Ao fim estendida no chão a roupa do malandro e seu chapéu, confetes no chão, e o vento sopra, montando uma das cenas mais poéticas do espetáculo, talvez fosse Noel em sopros do céu ao ou ouvir “Quando eu morrer, não quero choro nem velas, quero uma fita amarela, gravada com nome dela...” .
Em cartaz: "Boteco do seu noel", 27/05 na Praça José de Alencar, e dia 20/05 na Praça Murilo Borges (Ao lado do CCBNB), sempre às 17h. Grátis. Contato: (85) 3464.3178
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