segunda-feira, 2 de maio de 2011

Momentos Esquecidos

Você já saiu de casa esqueceu as chaves do carro em cima da estante? Ou ligou pra alguém e esquece-se de pra quem? Faço isso quase todos os dias e até me divirto com o esquecimento, eis a única forma de rir várias vezes das mesmas ironias sem graça. Mas não consigo nem mensurar a aflição de esquecer várias coisas, várias vezes ao dia, esquecer-se e esquecer a quem se ama, esquecer-se que ama. Lembrar durante um tempo ainda daquela festa de 15 anos em que o menino a chamou pra dançar e dali... – Mas não se lembrar do que tomou no café da manhã. Sou neta e bisneta e pessoas que tiveram de enfrentar o mal de Alzheimer e talvez por isso tanto me assuste com tais possibilidades e me emocione com o tema. Entristece-me, porém que um filme de tal natureza não tenha um bom reconhecimento, pois não sei vocês, mas no meu mundo e não digo só em minha família, o Alzheimer vem se tornando uma doença presente e nós, completamente alheios, desinformados e nada compreensivos.

O filme ao qual me refiro é, “Momentos Esquecidos”, protagonizado brilhantemente por Mia Farrow (O Bebê de Rosemery). Baseado na história real da executiva Diana McGowin, que aos 40 anos, depois de algumas crises de estranhamentos e esquecimentos que começam a comprometer seu desempenho familiar e profissional, foi diagnosticada com Mal de Alzheimer.

São retratadas as características iniciais da doença, o que chama atenção para as dificuldades de diagnostico e tratamento. É exposta necessidade que todos temos, indiferente do estado físico ou mental, todos precisamos ser compreendidos, as relações vem do compartilhar verdades, experiências. O que estimulou a personagens a fundar o primeiro grupo de apoio para pacientes nos EUA e assim deixa clara a importância da solidariedade, paciência e empatia para qualidade de vida do paciente e da família.

Outra boa pedida com a mesma temática é o livro “Para sempre Alice”, da psicóloga Lisa Genova, que como no filme narra a história de uma mulher realizada e bem sucedida profissional e pessoalmente, esposa, mãe de três filhos e conceituada pesquisadora.

O livro é um encadeamento dos sintomas do esquecimento que assolam Alice, por isso os capítulos são datas, setembro de 2003 seria o começo de um branco que irá invadir a vida dessa mulher. Para sempre Alice é o história de uma mulher que vê os sintomas de Alzheimer invadirem a sua vida, que antes era baseada em fatos e referências. Em um passo que tudo o que contará para ela será o presente e as demonstrações de carinho, que para ela poderão significar em um flash tudo o que significa para a sua história.

Tanto o filme de Robert Allan, como o Livro de Lisa Genova, assim como tantos outros da mesma temática estão ai para servir de atalho ao entendimento da gravidade dessa doença que vai paralisando a mente, fazendo velhos voltarem a ser crianças e...

Tanto mais pode ser dito sobre essa doença, sobre esses cuidados, por hora peço se fale lentamente e não precisa gritar... Carinho é sempre importante, afinal quando as lembranças e e referencias escapam o que fica é a empatia e a emoção.

momentos esquecidos

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