sábado, 3 de março de 2012

Tudo Nacional!




Se há algo que me agrada, é o empenho do cinema nacional, que vem se desenvolvendo lindamente em produção e qualidade. Prova disso, são filmes como “Capitães de Areia” de Celina Amado (neta de Jorge Amado) e “Boca de Lixo”, de Flávio Frederico. Ambos falam das formas encontradas de se viver nesse mundo cão.
O primeiro, “Capitães de Areia” discorre sobre traços formadores da cultura baiana, especialmente o sincretismo entre o catolicismo e o candomblé. Mas também sobre o que é preciso fazer e com qual frieza se faz, para sobreviver sendo tão só. Pedro Bala (Jean Luis Amorim) é o líder dos Capitães de Areia, grupo de menores, que sem os pais, vivem de pequenos delitos na Salvador dos anos 30. E retrata-se assim o livro do mestre Jorge Amado.
Tanto mais poderia ser dito desse filme tão bem cuidado em cenas e contexto. Mas apego-me ao fato de tratarmos de crianças na década de 1930, tão sós como as crianças de hoje e com um agravante à atualidade, as drogas devastadoras nesse universo de tanta solidão e desejo de ser-se.
Não muito obstante temos “Boca do Lixo”, com Hiroito (Daniel Oliveira), um anti-herói retratado de forma unidimensional. Assim como “Capitães de Areia”, o filme de Flávio Frederico, também foi inspirado em um livro, a autobiografia de Hiroito de Moraes, que durante os anos 50 e 60 criou um pequeno império criminoso na região da Boca do Lixo, em São Paulo, o filme acompanha o personagem enquanto este se torna uma figura temida e também seus constantes conflitos com o rival Nelsinho, que disputava com ele o título de “Rei da Boca”.

Diferentes entre si tratam de assuntos próximos. Mas em se tratando de técnica, apesar dos desconhecidos atores mirins, superam em interpretação. O roteiro é algo que também se diferencia, já que em Boca do Lixo encontra-se várias brechas de roteiro.
No mais são bons filmes que vale muito assistir, por serem os nossos filmes.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Some:

Corpos Velhos: Para que servem?

Por Roberta Bonfim Tudo que se vive é parte do que somos e do que temos a comunicar, nossos corpos guardam todas as memórias vividas, muit...