terça-feira, 1 de março de 2011

Amor e Outras Drogas

Sendo e fugindo da ideia do romance água com açúcar, “Amor e outras Drogas”, não segue 100% a cartilha das comédias românticas, o que separa esse filme dos exemplares toscos e genéricos desse gênero, não é a fórmula, mas o tempero dado a esta, seja pelo roteiro, por uma direção segura, pelo elenco ou por todos esses elementos. E é exatamente por isso que “Amor e Outras Drogas” funciona tão bem.

*O filme é uma adaptação livre da obra “Hard Sell: The Evolution of a Viagra Salesman“, escrito por Jamie Reidy. Na trama, que se passa no final dos anos 1990, Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) é um ex-estudante de medicina que possui uma lábia quase infalível, além de ser um tremendo galinha. Após perder seu emprego como vendedor, o rapaz vai trabalhar para a gigante farmacêutica Pfizer como representante comercial, basicamente empurrando os produtos da empresa para os médicos.

Certo dia, ele conhece a artista Maggie Murdock (Anne Hathaway). A garota compartilha de sua filosofia anti-romântica, mas é vítima do mal de Parkinson, mesmo tendo apenas 26 anos. Nisso, acompanhamos a evolução do relacionamento dos dois, enquanto a doença de Maggie progride e, graças ao advento do Viagra, a carreira de Jamie ascende.

Sob a direção de Edward Zwick (“O Último Samurai”), não exatamente um nome que se associaria a uma comédia romântica, o que funciona em favor do longa, que foge a muitos do clichês. E pode com mais liberdade, abordar temas como o problema com a industria médica, o drama de pessoas onde de alguma forma todas são pacientes, a ironia de uma industria que lucra em ima dos males alheios e como tais remédios e antidepressivos fazem a cabeça e a vida dos norte americanos dos anos 90 o que hoje já é mundial e comum tomar só uma bandinha pra se acalmar. rs

Além do roteiro, atores e direção, é possível perceber a fotografia que usa de tons que levam a idéia do retro, menos vibrantes, assim reconstrói os anos 90 em choque com alguns adereços de cena absolutamente modernos.

É em um contexto geral um bom filme, no entanto, não fui de todo fisgada. Mas vale a pena conferir.

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