Percepções... Dando satisfação: Faço este blog faz alguns anos, aqui já escrevi um pouco de tudo e apesar de ficar encabulada, vou me esforçar para sempre escrever quando penso fazê-lo. Como resumo, aqui escrevo 'percepções', nada além que o meu recorte.Tá? Pronto, satisfações dadas, chega ai e vamos trocar percepções. Grata!
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Chega a Fortaleza “Vida” - Premiado espetáculo da Companhia Brasileira de Teatro.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
O Processo
Depois de me identificar e chorar, até perceber todas as diferenças em Carta ao Pai, tento por diversas vezes ler Metamorfose e preciso admitir. Não entendo muita coisa, talvez um dia eu consiga, torço por isso. Inclusive dentre os poucos livros que vieram comigo, está ele. O que não veio comigo e nem era esperado, foi O Processo caindo sobre meu colo.
Mais uma vez me deixei levar por Kafka, sua humanidade-não-humanidade, sua racionalidade, sua força e senso de observação, ou apenas sensibilidade e pesar. A questão é que me perdendo e me achando e às vezes até me enrolando, me deixei levar por Josef K. Um homem que acorda certa manhã, e, sem motivo conhecido é preso e sujeito a longo e incompreensível processo. O melhor e mais desesperador é que o crime não é revelado.
Preciso dizer aos que agora começam essa empreitada, não se enganem com a inocência, ela pode ser real mesmo quando irreal. Não posso dizer muito além, apenas que vez por outra sem crimes, bandidos, inquisidores e execuções um Processo pode até ser bem vindo.
E me deixa a dúvida: A incapacidade de confessar a culpa, a minimiza? E a escrita? E quem foi Kafka? Que mesmo hoje consegue ser ainda tão atual. Sua humana não-humanidade levanta questionamentos sobre costumes e crenças arbitrários da vida, que podem parecer, sob certo aspecto, tão bizarros quanto os acontecimentos da vida de K.
Sempre vale muito a pena encarar Franz Kafka.
Muito grata Denilson pelo ótima leitura! Tem ajudado nos meus!hihihihi
En Familie
Não é tarefa fácil falar sobre amor, aborto, separação, família, casamento, cura, câncer, morte, fim, sonhos, profissões, abdicações, omissões, arte, dedicação... São tantos temas, vidas, a infância e adolescência, a maturidade e a tradição. Tudo tão calmo. Quis ser mais calma e ponderada.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Sudoeste–Obra de Arte
Cinema lotado, última sessão da noite, burburinho e bate boca. Todos tinham convite, mas nem todos tinham lugar. Um documentarista que graças a minha falta de conhecimento, não sei o nome, mas deve ser bem quisto, pois foi por conta dele que as portas se abriram e eu pude aproveitar para entrar. Cinema lotado, gente sentada em todos os lugares e eu senti uma emoção boa de compartilhar do mesmo desejo.
Alguns minutos procurando possibilidades, pois cadeiras só em sonho e dormir não estava nos planos. Uma escadinha, no segundo piso, foi assim que assisti a estréia de Eduardo Nunes no universo do longa-metragem e foi à estréia dele também, na minha vida.
Dadas as apresentações começa o filme, não sem antes viver os risos e vaias nas propagandas que antecedem ao filme, hora talvez de rodar um novo filme, ou mesmo usar isso para fazer propagandas. Eu nessa hora comia os doces dados pelo Canal Brasil e assistia gente se manifestando. Todos iguais, e uns menos iguais que outros. Até que começa o filme e o silêncio ganha os espaços.
A imagem em preto e branco, os sons são apenas sons na maioria das vezes, e a poucas falas que existem, são em absoluto cotidianas, apenas para marcar a perspectiva de tempo de cada um. Clarice nasce, cresce e morre envelhecida, tudo no mesmo dia, mas os demais vivem o cotidiano. É o corpo quem fala através da excelente atuação. O que não falta em Sudoeste, é é talento e trás no elenco: Dira Paes, Mariana Lima, Simone Spoladore, Júlio Adrião, Everaldo Pontes, dentre outros não menos importante.
"Sudoeste" era um dos filmes mais esperados na Première Brasil do Festival do Rio. A explicação é simples: recebeu elogios de crítica e público em todos os lugares onde foi exibido, em festivais nacionais e internacionais. E ao acender das luzes do cinema, os aplausos ecoavam, parecia não ter fim.
E assim o diretor Eduardo Nunes, que vive o projeto Sudoeste já há dez anos, tem todo direito de se emocionar, ao ver todo publico aplaudido ao seu filme de pé, após 2h10min, onde os diálogos representam apenas 30% da composição.
Dira Paes talvez seja quem tem o papel mais dramático e mais sensível, já que percebe o quanto a criança é diferente. Mariana Lima faz mais uma magnífica interpretação, mas devo admitir que dessa vez quem de fato me surpreendeu, foi Simone Spoladore em sua atuação, onde era ainda meio criança, ao reconhecer-se mulher. É incrível o que acontece com Clarice, nessa sutil e sensível fabula.
Ao sair do cinema a sensação de ter acabado de assistir a uma obra de arte.
As Canções–Eduardo Coutinho e Uma Visita para Elizabeth Teixeira–Susanna Lira.
INAPTOS? A Que Se Destinam
‘o que diferencia o vício da virtude é apenas a intensidade’
Um convite bom me foi feito no sábado por uma amiga muito querida (Grata querida!); assistir “Inaptos?”, do Teatro de Anônimos. Convite aceito e lá fomos. Ao chegar à Fundição Progresso, jovens vestidos de preto se agrupavam logo na frente, ali também aconteceria um show de rock. Sorri após o susto inicial e entrei. No teatro possibilidades de arquibancadas, almofadas e cadeiras em mesas para assistir, tudo parecia ser cenário e papel bolha. Belo!
O espetáculo começa e vejo: palhaços, bufões e dou algumas boas risadas. Gosto das cenas silenciosas que são mais divertidas, penso que talvez o espetáculo, seja um pouco grande para propostas. Mais indiferente dos déficits, que são parte do processo das estréias, a qualidade do trabalho dos atores é inegável, João Carlos Artigos (Seu Flor), Fábinho Freitas (Prego) e Shirley Britto (Buscapé), parecem se divertir em cena. Devo admitir que em alguns momentos vi dois espetáculos distintos, mas penso que isso também se misture e encaixe no decorrer das apresentações. Já marquei em minha agenda que pretendo assisti-lo novamente, daqui um tempo.
O espetáculo inspirado no livro “Vícios não são crimes”, de Lysander Spooner, que incita a discussão a respeito das compulsões, do caos e das perversões da sociedade moderna, tem direção de Adriana Schneider. E é preciso dizer do que só me dei conta no final; são palhaços que já não precisam colocar o nariz vermelho, pois de alguma forma ele está ali.
Na história, assim como na vida real, os personagens levam às últimas consequências a busca da felicidade, sem nenhum juízo de valor. “Abordamos o tema do vício ligado ao aspecto da busca pela felicidade e à maneira como as pessoas se relacionam com isso, sob a lógica do absurdo”, explica a diretora em entrevista ao globoteatro.com.
O espetáculo tem censura e é preciso respeitá-la, sim são palhaços, mas, falando de uma forma absurda sobre problemas muito reais.
Link entrevista com a diretora Adriana Schneider
http://www.globoteatro.com.br/entrevista/index/186/0/Adriana_Schneider
Inaptos?
Local: Fundição Progresso
Tel.: (21) 2220-5070
Sexta, sábado e domingo, às 20h
sábado, 15 de outubro de 2011
Rânia
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Policarpo Quaresma–Trilogia Carioca–Antunes Filho
Tem alguns artistas que são os caras, eis o caso do octogenário Antunes Filho, que chega ao Rio com sua trilogia carioca. Eu logo que sei dessa informação me encho de alegria no coração. A chance de assistir mais um dos caras. O espetáculo: Policarpo Quaresma, um dos traumas do pré- vestibular. O que teria feito Antunes, com a obra de Lima Barreto?
Logo na entrada descubro que seriam três horas, mas preciso alertar, são apenas duas maravilhosas horas de um espetáculo repleto de pesquisa e cuidado. Percebe-se desde a primeira cena algumas coisas, inclusive o fato do diretor ter vários atores baixos e várias atrizes altas, são 36 atores em cena, algo por sinal que eu nunca havia visto tão de perto.
O ator que interpreta Policarpo é algo indescritível em seu talento. O espetáculo que narra uma tragédia patriota transforma-se em uma tragicomédia sob a direção de Antunes e nos leva a risadas gostosas e reflexões profundas sobre o ser brasileiro.
Perceber a multiface de um diretor que eu pensava ser absoluta e absurdamente realista foi delicioso e estranho, já que para alguns não passava de mais um espetáculo de Antunes e para esses, muito certamente ele se repete. Eu felizmente pouco vi e tanto mais quero ver, talvez para ainda chegar o dia em que eu possa dizer que ele se repete, ou melhor, até o dia que eu perceba que a repetição faz parte da técnica e pratica e fortalece identidade.
Antunes e o CPT ficam o mês de outubro no Teatro Nelson Rodrigues, na caixa. Rio de Janeiro
Ingresso: 24 reais para clientes caixa 50% de desconto.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
É o que há…
Depois de assistir a três documentários seguidos; Di Cavalcanti de Glauber Rocha, Santiado de João Moreira Salles, Jogo de Cena de Eduardo Coutinho e ter e emocionado muito nos três, tudo que eu precisaria dizer era: A vida me emociona! Mas teimo em dizer mais, que ela inspira e entristece, mesmo quando cheia de alegria, á vida e isso, vida. E por serem várias e todas serem unas, o documentário alcança uma emoção que a ficção sozinha não consegue.
Em Jogo de Cena, Fernanda Torres diz: “É muito difícil! Que enrascada! Interpretar um personagem da ficção se chegamos ao medíocre por vezes tá bom, mas interpretar alguém real...” Deve ser algo como esta na frente do espelho, tendo a nossa frente o onde poderíamos ter chegado e não chegamos. Algo assim, que torna o trabalho de interpretar mais difícil.
Mas documentário precisa de bons personagens, não de grandes artistas. Por mais que em jogo de cena, Eduardo Coutinho tenha se usado de grandes interpretes, como; Andréia Beltrão Marília Pêra, Fernanda Torres, são as mulheres o personagem, são mulheres e suas historias, de amor, morte, abandono e volta por cima. Junto com as vozes das mulheres na sala de teatro, ouve-se Coutinho, instigando, perguntando, direcionando.
Entre planos abertos e focos, segue o Jogo, segue a cena desse cinema de vida real de entrega e desprendimento total, ao vivo, a cores, com tanta gente e tão sós. Contrariando Jogo de Cena, tem Santiago, de João Moreira Salles, sempre com cena abertas, com uma forte barreira entre entrevistado e documentarista, a barreira da distancia, da idade, da maturidade. Um era o filho do patrão, o outro o mordomo.
Admito minha dificuldade de conceber que Santiago, o homem que escreveu tantas páginas sobre a história, que praticava todos os dias exercícios nas mãos, que mais me pareceu uma dança ensaiada exaustivamente, e as castanholas... Tenha sido um mordomo e com tanta sabedoria, mantinha-se fiel e obediente ao seu patrãozinho.
O mais interessante talvez seja o fato de que o documentarista vai explicando, ou tentando justificar cenas e ações, outras ele apenas lamenta e assumi sua imaturidade no ato da filmagem. Mostrando a casa onde moraram e deixando expostas as marcas. Salles também trabalha com cinema verdade, como o bruto ficou guardado por anos, para tornar-se “Santiago”, precisou ser sonorizado, havendo quebra apenas para falas de Santiago e para os momentos em que nada precisa ser dito. Ao final o texto que o personagem quis diz e o documentarista não permitiu; talvez a melhor fala. Talvez... Pois assim como Di Cavalcanti, Santiago também não esta mais entre nós. Dois artistas e suas vidas, suas mortes.
Foi a morte de Di Cavalcante, que chamou a atenção e a lente de Glauber, no velório, em suas telas, sua família e amigos, pistas, caminhos destinos e um sorriso muito próprio de Di Cavalcante. Não é um longa, não segue muitos padrões, não é autorizado, mas emociona, chama atenção, mostra, indica e homenageia. O som parece de radio da época, as músicas falam por si, a leitura é do jornal falando sobre a filmagem e assim se fez Di Glauber.
Cheia de tantas vidas respiro e me inspiro e admito que me parece muito mais humano dar voz a quem vive, do que criar novas vozes para pessoas que criamos. Questões talvez Ra um próximo texto.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
E a palavra espetáculo, cabe muito bem, pois há um verdadeiro espetáculo, de luz, cores, efeitos, projeções, sombras, figurino e cenários especiais. Tudo nos levando a perceber o equilíbrio da natureza, por nós tão agredida. Com uma trilha que mistura sons tribais, mantras, clássicos, com traços de new age e até tecno musics, tudo dividido em dois atos e muitos efeitos. A vida e a luta por ela, as metamorfoses, o nascimento e a batalha diária para permanecer, são lindamente interpretadas, vistas, dançadas e sonhadas por e com MOMIX.
Eis Botanica, espetáculo que surgiu dos jardins de seu diretor, que ao observar a coreografia da natureza, não pensou duas vezes e usou-se de sua observação e sensibilidade, para criar um espetáculo belíssimo. Uma mega produção!
Na Selva das Cidades
A feira
domingo, 2 de outubro de 2011
Arte Poesia
Celebrando Festivais Teatrais
Por Roberta Bonfim Querido Festival de Teatro de Fortaleza conheci tantas maravilhas ao viver-te. Lembro que foi em uma de suas edições que...
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Fazia tempo que não escrevia sobre os livros lidos, na realidade é que havia um tempo, eu vinha lendo livros muito humanistas ou absolut...
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“Me encantaria cambiar este puto mundo!” E por que não com o teatro? Unir-se com objetivo em comum é sempre uma delicia, ter algo em que...
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Por Roberta Bonfim Tudo que se vive é parte do que somos e do que temos a comunicar, nossos corpos guardam todas as memórias vividas, muit...