Meu primeiro contato com o tapete vermelho foi muito rápido, passei quase que correndo, não havia atraso, mas... Entramos no Cine Odeon para assistir “As Canções”, novo documentário de Eduardo Coutinho, no Festival de Cinema do Rio de Janeiro. Minha primeira vez também no Cine Odeon. Eu até já havia ido ao café, mas nunca entrado na sala, e me encantei com a beleza, além de me surpreender com um delicioso, e doce brinde, do Canal Brasil.
O cinema ficava ainda mais lindo por ter muita gente, o que me levou a sentar no andar de cima, mas em posição privilegiada. Começa o espetáculo antes do filme: Boas noites e apresentações, sobe ao palco Susanna Lira, uma nova documentarista/jornalista que inspirada por Coutinho e seu documentário, “Cabra Marcado Para Morrer”, nos apresenta seu curta “Uma Visita para Elizabeth Teixeira”. Mas antes o Festival recebe a visita de Elizabeth e toda sua lucidez e vivacidade e então acontece o reencontro entre amigos.
O curta de Susanna Lira é simples e belo, talvez com vontade de ser longa. E desperta a vontade de assistir “Um Cabra Marcado para Morrer”, outra vez. O que é sensacional por vários motivos.
Sobe Coutinho e agradece sua equipe para formatação de “As Canções” e ao final diz algo, como: Não tive trabalho algum! E é exatamente essa generosidade humana que vemos no documentário, repleto de sons, canções, histórias, vida e emoção, muita emoção.
E a tela grande se acende dando vez e voz, a homens e mulheres que cantam e falam de músicas que marcaram suas vidas. Tudo começou com vários cartazes espalhados por diversos pontos da cidade do Rio de Janeiro, com os dizeres: “Alguma música já marcou sua vida? Cante e conte sua história.” Depois se intensificou esse texto pela internet e também nos jornais. Vários inscritos espontaneamente. Muitas gravações e a seleção das 18 melhores histórias. Eis, “As Canções”.
Coutinho em entrevista ao G1 diz: "Além de escolher as histórias mais fortes, fiz questão de ignorar meu gosto pessoal com relação às músicas. Não tive preconceito”.
Como é mais comum, as canções vem anexadas a episódios tristes do passado. De Roberto Carlos ao repertório composto pelos próprios entrevistados, trazem um traço em comum, segundo o cineasta. "A música te transporta para outro lugar, para outro mundo, para outro tempo. Clássica ou brega, é uma máquina do tempo. E esse tempo é sempre o passado", conclui o diretor, com base nos dois meses de pesquisa e no total de 237 depoentes.
Histórias fortes de amor, de perca, de destinos, salvação, encontros e desencontros e o passado sempre tão presente. Coutinho deixa mais uma vez claro seu interesse por gente e seus comportamentos, seu sentir. E eu, bem, eu saiu do cinema com vontade de perguntar, de fazer e ser. E repito algumas vezes que documentário emociona muito mais que ficção, é vida real, histórias possíveis. Ainda agora lembro dos rostos e das expressões de cada um dos entrevistados,mais até do que as músicas que foram cantadas.
Sai do cinema feliz e transformada!
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