quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

1h e 20 min

O universo... Os países, estados, as cidades... Nossas casas... Tão pouco, cuidamos do tudo que ganhamos. A vida nos foi dada, gratuitamente, um mundo repletos de belezas. Viver é divino e só por isso é preciso ser grata à todo instante. - Não! Não é fácil deixar da lado as privações reais e consumistas e se alegrar com a vida. De alguma forma esse alegrar-se enche-nos de forças.

Não sei se acontece com vocês, mas comigo acontece sempre, a todo instante, o poder da decisão é muito claro (mas é preciso deixar claro, só posso decidir quanto à mim, o outro decide por si). Hoje mesmo, logo cedo (3:30h/min) acordei com calor, pois Fortaleza mesmo chovendo é quente, daí pensei uma porção de coisas que poderiam ser feitas, lavar aquela roupa que tá na lavanderia a mais de uma semana, escrever algum texto pro blog já que não venho conseguido me concentrar e as 3:30 da madrugada o telefone não toca, as pessoas não te chamam, os carros não fazem tanto barulho, a TV parece menos atrativa e sempre que ligo nesse tipo de circunstancia, a acho muito alta e irritante, bem mais fácil a concentração, quando o som é só o do Ferdinando, meu amado e fiel companheiro, o ventilador. Devo admitir que foi também nesse horário após ter vencido a irritação inicial (afinal de contas o homem se acostuma com tudo), foi quando encontrei a melhor programação da TV brasileira. Estranho? Eu acho! Afinal é um meio de comunicação que deveria... Hah... Não vou fazer desse texto um discurso sobre a responsabilidade, ou melhor da falta dela, nos “grandes” veículos de comunicação.

Meu pensamento me roubou de mim e tentou alertar-me que tudo é comunicação da Era da Informação. - Não!!! Cortando-me a mim mesma, com o perdão do pleonasmo, e respirando fundo... voltemos...

Claro tinha a opção mais tentadora , voltar a dormir depois de um copo de água e uma chuveirada (O calor estava insuportável, voltar a dormir sem a chuveirada eu não conseguiria). Daí, pensei:

Se já acordei e acordada estou, tomo esse banho (aquele banho sem pressa, sem tempo), daí coloco as roupas na máquina, enquanto elas rodam eu escrevo e quando ela parar de rodar, paro de escrever. Uma hora e vinte, é o tempo que a máquina leva para fazer seu trabalho...

Se são 4h (é... eu passei exatos trinta minutos para decidir), as 5:20h se eu estiver com sono posso dormir um pouco ainda... Esqueci do banho demorado… Não acredito em mim. Como posso ficar mendigando horario quando acordei dua horas antes do normal. Nã ganho essas duas horas de credito? Como as pessoas que acordam as 11h vivem? Devem trabalhar de noite. Nossa!!! A vida deles é mais doida que a minha, pois eu bem sei a pauleira que é trabalhar na noite. A noite foi feita pra dormir! Dizia alguém… rs

A máquina rodava e eu escrevia, muitas vezes seguindo o ritmo da água sendo jogada de um lado para o outro, dançando com a roupas, se elas (as roupas) falassem esse encontro certamente seria uma festa, posso até ver duas camisetas conversando.

- E ai pretinha como foi a do dia? Pergunta a camiseta (paro e penso a cor da outra...) verde?!

- Sei do dia pouco eu sei, fui para uma balada na praia, conheci vários camisas, mas cê sabe nem adianta se empolgar, antes do meio da festa já estou bebinha de tantos, drincks, cervejas e quando resolvem tomar vinho? RS

- Não acredito! Eu também fui usada de noite, fui ao cinema e depois jantarzinho. Responde a Verde?!

- E de dia?

- Sabe aquela rosinha que tem uma mandala? Então… Ela saiu ontem de dia. Estava inclusive me contando que depois do dia naquela sala branca com aquele computador sem graça, foram a um perfumaria. Será que vamos mudar de perfume? esmurece a Verde?!

- Oba! Oba! Grita a preta. Gosto muitissíssississimo de mudar de cheiro.

- Vocês são mesmo umas folgadas! Fala irritada a calça jeans velha e cansada. Eu passo o dia correndo de um lado para o outro, sabe-se lá a quantos anos. Já pedi, implorei para ela me deixar no cantinho, junto com aquela saia 36 que nunca mais vai caber nela, mas ela não me ouve.

- Pare de reclamar! Grita meu macacão verde.

Nossa e nem posso culpá-lo, a ele eu exploro mesmo. Mas daí ele para surpresa de todos diz:

- Vocês falam demais, a vida é boa e nós conhecemos o mundo pelos passos de quem nos veste. Eu por exemplo, já viajei, fui a praia, serra e assisti a vários filmes, senti vários cheros, abraçei tanta gente, até  já conheci uma macaquinha, mas adoro meu lugar no closat e não fui com ela. Imagina se você fosse calça de um ricão que só te usasse uma única vez e te esquecesse dentro daquela gaveta lotada, com cheiro de guardado e mais não sei quantas calças em cima de você... Reflita...

- Você é mesmo um puxa saco. Retruca o vestido estampado (é cantão, tá? E eu jogei na máquina? aaaaaaaaaaaaaahhh).

- Já tá difícil sem essa discussão de vocês, calem a boca e me ajudem a encontrar o esquerdo, ele sempre fica muito enjoado na hora de se lavar, temo que abra de vez aquela frente dele. Fala rápido e descontrolado o pé direito da minha meia cor de rosa. Ao que as roupas... Bem, ninguém faz nada foi a máquina quem tomou a providencia botando todos para se movimentarem em busca de se lavar e junto encontrar o esquerdo.

- Haaaaaaaaaa! Estou me enrolando nesse negócio de novo. Que chato! Ela bem que podia me colocar aqui com cuidado. Toda vez saiu daqui desfiando, se continuar assim vou sumir. Grita o sutiã branco velhinhoooo.

- Pequei o esquerdo! Peguei o esquerdo! Perdi o esquerdo. Diz a bandana.

- Cadê? Cadê? Já rasgou? Como ele está? Ele tá nervoso? Ele sempre fica tão nervoso na hora de se lavar. . –Não sei por que ele sai de perto de mim. Fala o direito nervosamente.

- Eu sei! Responde a bandana irônica, antes de ser agarrada pelo sutiã branquinho.

- O que você quis dizer com eu sei? Me diga! Me diga!

- Parem com isso gente, curtam a dança. Fala o macacão tranqüilo e atento.

- Gente é agora! É agora... Ai nossa senhora do amaciante protegei-nos de mais essa. O Jean velhinho e cansado grita.

e...

--aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

- iurruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

- senhor omo proteja-me.

- Nossa senhora dos pregadoresssssssssss cuidai de nós.

- Curtam a onda seu bando de medrosos. Se deixem levar, é muito boa essa vibe.

- piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii Grita a máquina depois de uma hora e vinte minutos, preciso parar. Levanto-me rindo da possibilidade das minhas roupas falarem sobre mim. Silêncio. Mas elas falam.

Aiaiaiai... Não era sobre isso que eu queria falar, mas respeito à liberdade das minhas mãos e principalment dos meus pensamentos!

Acho que vou brincar mais com as minhas roupas... rs

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Some:

Corpos Velhos: Para que servem?

Por Roberta Bonfim Tudo que se vive é parte do que somos e do que temos a comunicar, nossos corpos guardam todas as memórias vividas, muit...